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Payton Moormeier

Bati na porta meio velha de madeira, aguardando alguma resposta, e para a minha felicidade, ela se abriu.

— payton! — Dock exclamou surpreso, com um sorriso no rosto — Ora, o que faz aqui?

— Vim conversar. Óbvio, se estiver podendo — Coçei a nuca, e ele sempre muito amável, deu espaço para que eu entrasse, com um enorme sorriso.

— Entre, meu filho, fique a vontade. Não repare muito na casa, é que eu não costumo receber visitas — Disse, e assim eu fiz.

Tocava Elvis Presley em uma vitrola velha no canto da sala, e eu comecei a avaliar sua casa e decoração. Ao contrário do que pensei, até que por dentro ela era bem cuidada, com seus móveis intactos, porém, sem deixar de ter seu charme antigo. Um papel de parede florido cobria todas as paredes, e uma televisão mais antiga ficava em frente a um sofá de couro, na cor marrom. Mais para dentro da casa, havia um corredor e provavelmente a cozinha. Uma escada ficava quase colada ao corredor, onde levava para os outros cômodos.

— Tem uma casa bonita.

— Obrigado. Olha, vou preparar um chá, se sinta a vontade — Disse, e apontou para o sofá brevemente, antes de ir para mais dentro da casa.

eguei meu celular, onde vi uma mensagem de Mia. Era uma foto sua no parque, onde ela estava em frente a uma tela com a paisagem do parque, e fazendo um sinal de paz, olhando para o horizonte. Sorri, e respondi com um emoji, e perguntando quantos quadros ela havia vendido por hoje. Ela me respondeu que apenas três, mas que já havia coletado uma boa quantia de dinheiro, já que um homem bom a deixou ficar com um troco de cinquenta dólares.

Eu digitei que estava na casa de Dock, que ficava na frente do parque, e ofereci companhia para casa quando fosse embora. Mia aceitou, e disse que provavelmente sairia do turno em algumas horas, e para eu não me preocupar com ela. Terminei com um "ok" quando escutei xícaras tintilando vindo na minha direção, e eu olhei para trás, vendo Dock com o chá em duas xícaras de porcelana entre seus dedos.

— Obrigado — Agradeci, pegando uma das xícaras, sorrindo brevemente para ele — O cheiro está ótimo.

— Abigail me ensinou a fazer este chá. Espero que goste — Sorriu, e sentou ao meu lado — Então... se não for me intrometer muito, você e aquela mocinha...

— Oh, eu e Mia estamos juntos. Não faz muito tempo, porém, você estava certo. Ela sentia o mesmo por mim — Dei uma golada na bebida quente, o olhando.

— Desconfiei desde o começo. Vocês se olhavam do mesmo jeito que eu e Abigail — Detalhou, tomando um pouco de seu chá —  Bom, se quiser trazê-la aqui qualquer dia, fique a vontade.

— Oh claro, não hesitarei em trazer ela aqui — Sorri simpático, vendo ele tomar mais um pouco de sua bebida, e eu fiz o mesmo.

Conversamos um pouco, e ele me contou sobre suas viagens ao redor do mundo, junto com sua falecida esposa. Lembrei imediatamente do famoso livro de Ira Levin. "O bebê de Rosemary" marcou minha vida, e eu lembrei do casal de vizinhos idosos em que era retratado na obra.

Dock disse que eles foram para ilhas desconhecidas, países nem tão famosos, e cidades exuberantemente belas.

— Qual foi seu país favorito na... Oceania? — Perguntei, e ele coçou o queixo, pensativo.

— hm... Nova Zelândia é um belo país, mas eu gostei muito da cultura de Tuvalu. Lembro-me que Abigail quase foi acertada por uma daquelas pesadas bolas, onde praticavam um jogo — pensou os olhos, tentando se lembrar — Porém não consigo me recordar. É Payton, aproveite sua memória enquanto tem tempo, porque quando se fica velho... — Colocou a xícara na mesa — esquece até mesmo seu nome!

Ri um pouco, e terminei meu chá, e coloquei minha xícara vazia ao lado da de Dock, cruzando minhas mãos ao meu colo.

— Mas qual país em geral, vocês mais gostaram de visitar?

— Eu adorei o Brasil, e tenho certeza que Abigail também. Visitamos vários estados, mas eu particularmente gostei mais de Minas Gerais — Disse com sotaque, e eu sorri — Ela adorou o Rio de Janeiro. Fomos em época de Carnaval, então toda rua que passávamos, estava tocando algum tipo de samba.

— Sempre tive curiosidade para visitar este país. Parece tão lindo — Eu disse, suspirando.

— E é, filho. Olha, se eu pudesse, morava por ali mesmo. Lembro-me que foi um dos últimos países que visitamos, porque minha falecida esposa tinha outras prioridades. Mal imaginava ela que iria adorar tanto aquele país — Disse, e logo após terminar, soltou um longo suspiro, indo até um quadro que havia ali mesmo na sala.

Reconheci ser Dock, e provavelmente sua falecida esposa, Abigail. Era uma fotografia antiga, e o papel dentro daquele vidro já estava um pouco rasgado, e muito desgastado. A mulher ao seu lado era branca, e usava um vestido de noiva. Ela era linda. Tinha os cabelos negros, olhos azuis, um perfil adorável e sorria para a foto, parecendo estar muito feliz com seu casamento. Dock tinha aquele mesmo sorriso no rosto, enquanto segurava na cintura de sua esposa, com um terno de noivo.

O velho pegou esta fotografia que estava pendurada na parede, e a olhou, sorrindo sem mostrar seus belos dentes para o quadro. Parecia estar morrendo de saudades, então eu fui até ele, passando meu braço por seu ombro, fazendo-o olhar para mim. Sorriu agora mostrando seus dentes, e colocou a foto novamente na parede.

— Sabe payton... — Me guiou até o sofá novamente, me fazendo sentar ali — ...vocês formam um belo casal. Não quero que me ache intrometido, quero apenas te dar um conselho. Faça esta mulher feliz. Não a magoe, isto não te fará mais homem. Um homem de verdade ama sua esposa, namorada o que for. Ele apenas a ama. Posso ver o jeito que ela te olha, e tenho certeza que estão apaixonados. Mas se um dia este sentimento não existir mais... seja delicado, meu rapaz.

— Nunca no mundo a magoaria, Dock — O olhei, e vi que falava sério — Por mais que este sentimento provavelmente não irá ir tão cedo, eu serei delicado.

— Muito bem, meu rapaz — Bateram na porta, e eu vi pelo vidro que era Mia — Agora vai lá, e faça ela feliz.

Sorri, e o abracei rapidamente, dando um tapinha em suas costas, e agradecendo por tudo. Abri a porta, e a cacheada sorriu para mim, antes de me beijar rapidamente e olhar para dentro da casa rapidamente, vendo Dock ali.

Se lembra do Dock, não é? — Mia acenou rapidamente para ele, que fez o mesmo — Dock, obrigada por tudo, mas eu preciso ir.

— Até mais, Payton — Veio até nós, para fechar a porta — Venham me visitar qualquer dia.

Ele falou devagar, para que a garota leia seus lábios, e ela assentiu após entender o que ele havia falado. Acenei para ele, guiando a negra pela cintura até nossas casas, vendo que eu havia ficado um bom tempo na casa do velho.

 Acenei para ele, guiando a negra pela cintura até nossas casas, vendo que eu havia ficado um bom tempo na casa do velho

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Feliz dia das crianças!

Dock é um amor né?

🌹Até o próximo capítulo🌹

𝙞 𝙘𝙖𝙣 𝙝𝙚𝙖𝙧 𝙮𝙤𝙪𝙧 𝙝𝙚𝙖𝙧𝙩 - 𝙋𝙖𝙮𝙩𝙤𝙣 𝙈𝙤𝙤𝙧𝙢𝙚𝙞𝙚𝙧 PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora