O Vento

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Têm dias, que paro para pensar
Qual objetivo, senão amar
Olho o passado que chama e pergunto
Sou feliz? Quero esse assunto?

Ninguém o quer saber, de verdade!
É fácil lembrar, o que acabou
Mas e aquilo, que nem começou
Não se lembra... Pela sanidade

A natureza é muito sábia
Um vislumbre, não é arquivado
Caso contrário, mais fobia
Seria um cárcere privado

Pode-se amar e ser feliz?
Ter filhos e gozar plenitude?
Uma vida, tal qual flor-de-liz?
Reflexão... sem vicissitude?

Mas, se a supressão não nos acude
Oh Deus! Que tenhamos indulgência
Retitude, não dá plenitude
Amor não vivido é carência

Hoje, ainda guardo o olhar 
Excitação sem par... sedução!
Loucura... por não mais tentar
Maldito foi o dia… Veio a paixão!
Amor... Nem um toque rudimentar
Néscio fui... sem amor… Compaixão!

Sou a vítima, da fascinação
O lampejo, que o tempo deixou 
Amor cruel... A obstinação!
Lembrança amarga, que se fixou

Se algum dia, olhar pra alguém 
Sentir, que tudo mais, se olvida
Que nunca sentiu isso, com ninguém
Lute! É o amor da sua vida!

Não fui um forte, sim incapaz
Perdi o amor... A felicidade
Tudo foi a memória... Sem mais paz
Tristeza! Vivo austeridade

Nem mais um sorriso, castidade
Sexo, sem amor... É exercício
Não tem graça, ou cumplicidade
Suplício… Suicídio… Propício

Na sextilha, vem o sobrenome
Lembrança… Quando não mais aqui
Que a minha alma, o vento tome
Pra tocá-la, e ir longe daqui

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