O Horizonte

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Eu estava contemplando o céu
Encantado com nossa beleza
Até ignorei o arranha céu
Crepúsculo rosa! Sutileza…

Completude? Não, poluição!
Por que de tanta formosura? 
Acostumados com podridão?
Sim, a sujeira que se mensura

Pior que admirar o panorama
É saber que a fuligem reflete
Mesmo sem que ninguém a aponte
Nosso mundo é um toalete

Oh! Homem criatura infernal
Suja o prato que come... filhos, netos…
Sem escrúpulos, só valor venal
Com o meio ambiente… vetos

Penso… pra que acumular tanto?
O planeta sucumbe, mas quando?
Ninguém estará pra ver, nem santo
Estarão nos infernos, queimando

Aqui, a querida bola azul
Que um dia, resplandeceu vida
Não restará um único cônsul
Será paga, a pena merecida

Depois de refletir... concluí
O que fazemos para mudar?
Faz-se nada, nem eu aluí
Nosso destino é chafurdar

Isso porque, pensamos no hoje
Dinheiro, mulher, comida, sexo…
Tal qual o “irracional”, que ruge
Somos animais, sem nenhum nexo

Pensar no mundo, no universo…
Só noticiário, ou um Nobel
O bicho homem é controverso
Enquanto há fome… Red Label

O egoísmo por natureza
Nosso choro... é o mais importante
O dos outros… Uh! É sem firmeza
O formigueiro é mais constante

O animal, não reconhece nada
Somente suas vicissitudes
Os “pensantes”, da mesma jornada
Ao final encontrarão com Hades

Os bestiais, não vão ao inferno
Os “lógicos”, têm lugar cativo
Pras profundezas... Todos de terno!
Sem os dez justos... Fim taxativo!

Os “sensatos”, só pensam em si
Quem pensa nos outros... é um santo
Em seis bilhões... Milagre! Só o Messi
Achei um, mais nove… E acalanto

A humanidade controla tudo?
Ilusão! Somos como títeres
Quem não ver o fim, será o sortudo
Os vis evaporam, são éteres

Mas por que tanta destruição?
Não somos a imagem de Deus?
Não, pois Deus não é só cognição
A inteligência, nos tornou ateus

Nós destruímos a criação
O mundo se revolta... É a peste,
Desgraças… Nossa expiação!
Do homem, não veio nada que preste

Mas Deus... o que a natureza quer?
...Apenas, poder sentar no monte...
...Assim como se fosse, um qualquer...
...E à tarde, o azul no horizonte...

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