Capítulo 1 - Prazer em conhecê-lo IV

32 4 1
                                    

Christopher 

A lua brilha acima de nós, clara como um poste, fazendo as nuvens parecem recortes de papel preto contra a vastidão azul. O céu nos ameaça com chuva, mas desde que o aquecedor da minha casa está estragado, com a minha sorte, estou apostando em neve.

Mas, por alguma razão, minhas chances de mau agouro parecem estar temporariamente interrompidas porque uma deusa com o nome de Dulce está sentada na minha caminhonete com um inferno de um corpo quente para transar. E, puta merda, eu amaria transar com aquele corpo. Mas ela não é do tipo de transar. Ela deixou isso bastante claro quando acusou o meu pau de estar se resolvendo sexualmente. Ela é engraçada como o inferno, embora, eu vou dar isso a ela.

Nós entramos no estacionamento do Johnny Burgers e diminuo quando passamos pela frente.

— Drive-thru ou jantar lá dentro? — Eu pergunto insinuando o jogo de perguntas de mais cedo.

Ela se inclina e inspeciona o local. Seu cabelo espalhado sobre seu ombro, como um longo lenço preto, e seus olhos cinza pálido brilham como os de um gato. Instintivamente, quero alcançá- la e tocá-la, mas resisto ao esforço. Tenho o pressentimento de que estarei resistindo um monte ao redor de Candy num futuro muito próximo. Ela não é do tipo que voluntariamente cai de joelhos e isso só me faz querê-la duas vezes mais.

Eu olho para a lanchonete. As janelas estão pintadas com uma cena de neve do Papai Noel entrando por uma chaminé com hambúrgueres e batatas fritas prestes a arrebentar seu saco. Quilômetros de guirlandas de Natal delineiam as portas. Olho para o visco – não tive essa sorte.

Candy pisca para o lugar com seus longos cílios escuros e as luzes se apagam no estabelecimento antes que ela possa responder.

— Eu acho que é o drive-thru. — Eu digo enquanto estaciono e nós fazemos nossos pedidos. 

Candy não disse muito mais, além de sobre como Pennington estragou a questão do alojamento. Eu não estou acostumado a garotas tranquilas. Agora, quanto a garotas gemendo e gritando, a isso sim estou acostumado. Tranquilidade me preocupa, faz-me sentir como se eu estivesse fazendo algo errado.

Ela pega sua bolsa.

— Não, eu pago. — Eu pago à garota na janela antes que Candy possa minar a oferta. 

Eu a pego inspecionando-me com o que eu estou esperando em Deus que seja luxúria, mas pode facilmente ser arrependimento por ter colocado os pés na minha caminhonete, então, eu me ocupo pegando minha carteira. 

— Você é tão bonita que quase chega a ser ilegal. — Eu digo isso com calma, mais como um fato do que algo projetado para levá-la para a cama. Acho que tanto eu quanto meu pau chegamos a um acordo de que Candy não é a escolha de hoje à noite.

Ela cora em tom forte de romã e uma mordida afiada de calor corre através de mim. Não me lembro da última vez que fiz uma garota corar. Inferno, eu não sabia que podiam corar, pelo menos não para o "homem comedor" ao qual me associei.

— Obrigada, eu acho. — Ela desvia seu olhar para fora da janela enegrecida.

Eu assimilo sua pele pálida, seus perfeitos lábios cheios e meu coração bate no meu peito, dizendo-me para tirar essa merda fora ou eu poderei quebrá-lo acidentalmente de novo.

A comida vem através da janela, então, entrego os sacos e bebidas à Candy antes de dirigir pelo caminho. Nós podemos comer em paz ao lado do penhasco, com nada além do Atlântico para nos distrair de nós mesmos.

— Aonde vamos? — Sua voz aumenta como se de repente ela temesse por seus membros

— Apenas do outro lado da rua. — Eu entro no estacionamento e na praça de terra em frente à cerca de madeira que separa-nos de uma queda de 60 metros. 

— Você pode ver a praia dali. — Eu tomo um gole rápido do meu refrigerante. — Então, de onde você é?

— Califórnia. Eu amo a praia. Eu praticamente cresci em uma. — Ela brinca com a fina corrente de ouro em seu pescoço enquanto alonga seu olhar sobre a linha da água. — Eu nunca estive em Massachusetts antes. Parece bom pelo que posso ver. — Ela acena com a cabeça em direção ao para-brisa. — Minha mãe realmente queria que eu entrasse em Garrison. — Ela desafivela o cinto de segurança e mergulha na sacola, entregando-me um hambúrguer. — Você sabe... — ela desvia os olhos. — ...trabalhar naquela graduação para esposa*. — Ela dá um gorgolejo sexy quando diz isso. — Pelo menos isso é o que ela quer.

— Esposa, hein? — Um tremor de risos chacoalhou através de mim. — Boa sorte com isso. — Dou uma mordida gigante no destruidor de artérias na minha mão e jogo pra baixo com minha bebida. — De pé no altar é o último lugar no qual você me encontrará. Tenho certeza que não vou me casar. — Um nó se torce em meu intestino, como se talvez eu não devesse ter sido tão rápido em derrubar quaisquer falsas fantasias matrimoniais que possa diverti-la, especialmente não se elas me envolverem. Tenho bastante certeza de que ficaria feliz em estrelar qualquer maldita fantasia que ela esteja disposta a me colocar dentro. Ela arranca a batatas fritas e me oferece uma, então eu aceito. Não há muita coisa que eu não aceitaria de Candy no momento.

— Sem altar para você, hein? Isso porque você é um galinha. — Ela diz como sendo um fato.

Eu balanço minha cabeça para trás. 

— Quem disse que sou um galinha?

Sou um galinha? Merda.






---------

* No original "MRS Degree", expressão que significa "objetivo final de algumas mulheres que se matriculam na faculdade somente encontrar um marido adequado".

Alguém Para Amar - VONDY HOTOnde histórias criam vida. Descubra agora