Capítulo 4 - Festas Familiares

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~Candy 

A neve dança no céu, polvilhando o para-brisa com miniaturas de flocos enquanto Christopher nos leva até uma comprida entrada de automóveis de um opulento condomínio fechado. A propriedade dos Alexanders parece gótica com suas janelas de catedral, seus leões de pedra em pé a poucos metros da entrada.

Christopher faz a volta e acompanha-me até as altas portas de mogno. Um par de guirlandas de papel alumínio de grandes dimensões adorna a entrada e consegue parecer um pouco fora de lugar entre toda aquela grandeza. Mas honestamente, a única coisa em minha mente nesta última hora são aqueles beijos acalorados. Meu rosto ainda arde com o fogo deles. Ainda posso sentir a sua língua na minha boca, batendo contra a minha e eu reproduzo isso mais e mais como algum tipo de memória muscular.

Christopher dá uma pancada bem forte e esperamos em silêncio constrangedor. Ele passa um rápido olhar pelo meu corpo de uma forma disfarçada e seu peito expande em resposta as minhas curvas.

Eu me pergunto se ele pensou naqueles beijos, se ainda me sente em sua boca e se estou  altura da longa fila de garotas que ele já beijou antes.

Christopher se inclina para mim e preenche o intervalo entre nós com sua colônia temperada.

— Então, Pennington... — Ele faz uma pausa idiota ou imbecil?

Uma voz soa de dentro da casa e porta chacoalha.

— Imbecil. — Sussurro.

Christopher trava os olhos com os meus enquanto dá um breve aceno. É como se estivéssemos nos unindo aqui na varanda sobre, de todas as coisas, o status de babaca de Pennington.

Espero que tia Jackie não se importe por eu trazer alguém junto. Curiosamente, eu conheço Christopher melhor do que conheço tia Jackie.

A porta se abre, revelando uma mulher vestida de lamê dourado da cabeça aos pés.

— Bem, olha o que o gato trouxe! — Ela canta a ópera como uma saudação. Seu longo cabelo negro está desfiado nas pontas e ela ostenta um bronzeado super produzido que parece menos St. Tropez e mais Oompa Loompa. Seus lábios brilham com um rosa pálido, como se ela os tivesse manchado com pasta de dente e seus olhos estão pulverizados com uma sombra vulgar de anil geado.

— E quem diabos é este gatinho quente? — Ela se inclina para trás em seus saltos. É preciso um momento para eu perceber que ela dirigiu a pergunta a Christopher.

— Esta seria sua sobrinha querida. — Christopher abana a mão em cima de mim como se eu fosse um prêmio de uma feira. — Estou apenas dando uma carona.

— Oh meu Deeeeus! É Dulce! Ela é belíssima! — Ela me puxa para um abraço com balanço e tudo e faz o seu melhor para sufocar-me em seus seios macios. Seu perfume cai sobre mim grosso e enjoativo como chá forte, sem qualquer doçura. — Olhe para você! Toda adulta!

Sorrio sem jeito para Christopher porque, na maior parte, ela está propagando uma mentira. Ela nunca viu mais do que uma dúzia de fotos minhas.

Um lustre grande demais cai acima da entrada e a sala se abre para uma área de estar. Uma enorme árvore de Natal branca, decorada com luzes claras e laços vermelhos estrategicamente dispersos, encontra-se na frente da janela. É lindo, de uma forma um pouco estéril. Acho que uma vez que você acumula certa riqueza, você tem padrões sofisticados a respeitar. Lá se foram as pipocas de Natal amarradas e a arte das crianças de antigamente adornando o manto. É como se o capital em sua conta bancária descolorisse a graça de tudo.

Estranhamente, é exatamente esse tipo de opulência que eu tinha desejado por toda a minha vida e agora que vejo isso com meus próprios olhos, eu trocaria por aquela pequena casa de tijolos de Christopher e aquele nosso arbusto em um piscar de olhos.

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⏰ Última atualização: Mar 31, 2022 ⏰

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