Klaus e Caroline
Como alguém pode ser tão cínico? O charme dessa criatura pode muito em seus efeitos. Para qualquer um que não conhece a sua história pesada, invariavelmente é levado pelo seu sotaque, pronunciado deliciosamente por aqueles lábios vermelhos... Caroline, contenha-se! Mas, eu não! Eu não posso me deixar enganar por causa de umas covinhas bonitas na bochecha, por causa de um sorriso sedutor e de uma voz aveludada e sexy e...Sacudi a cabeça de leve. Aparentemente eu não precisava de álcool para ficar embriagada. Suspirei fundo, avaliando sua expressão irônica. Nem sei ao certo se eu deveria estar aqui com ele. Pelo menos aqui comigo eu sei onde ele está e o que está aprontando. E não por aí açoitando ou destruindo a vida de alguém. Ainda acredito que há muito tempo existiu um Klaus com sentimentos humanos. Ou que talvez ainda há chance para um conserto. Mas, por Deus, nunca vi uma pessoa tão fodidamente quebrada. Freud ficaria louco se tentasse entender essa alma, se é que vampiros têm alma. E se esse for o caso, a questão é se Klaus ainda tem uma...Nosso assunto sobre meus planos futuros me deixou pensativa e me fez entrar nesse clima de silêncio introvertido enquanto eu observava atentamente cada expressão, cada movimento com o corpo que Klaus apresentava estando totalmente quieto. Por alguns instantes ficamos ali presos na bolha, com os olhos pregados um no outro, sem conseguirmos dizer mais nada, apenas sentindo a atração fluir pelos nossos corpos...
– Umas das coisas que eu mais lamento sobre o vampirismo é não podermos ler os pensamentos alheios – eu disse a ela, fazendo-a dar um leve sobressalto em surpresa. Caroline estava estranhamente calada. Geralmente ela fala pelos cotovelos. Mas, quase sempre eu não me importo. Quase. Eu não gosto quando ela para de falar na minha frente, por que eu sei exatamente para aonde os seus pensamentos estão indo. Ela é uma pequena julgadora. Aposto minha estaca de Carvalho Branco que ela estava avaliando o quão válido é o nosso pequeno passeio, pois sua expressão anuviada de repente ficou séria.
– Silas pode ler pensamentos. E podemos entrar na mente de outro vampiro se ele estiver muito fraco – Que susto! Fui pega no flagra. E ainda bem que ele mudou de assunto, pois não estava mais disposta a discutir sobre os meus planos. As decisões sobre a minha vida eram apenas minhas, portanto eu faria o que quisesse, sem me deixar envenenar pelo discurso fantasioso dele.
– Silas não se considera um vampiro, love. Ele repudia essa expressão sendo usada para nomeá-lo – Eu disse com um sorriso arrogante. E ela fez uma cara de cinismo e incredulidade ao mesmo tempo.
– Você jura? Não foi o que me pareceu. Ele drenou todo o estoque de sangue do hospital. Beber sangue para sobreviver me parece coisa de vampiro – Respondi com sarcasmo. Eu sabia o que ele estava tentando dizer sobre o desgraçado do Silas, mas não iria ceder. Nunca! – A definição de vampirismo dele é um pouco distorcida, então.
– É verdade, é coisa de vampiro, mesmo que meio incoerente – eu disse a ela com um sorriso torto. Não quero discutir com ela. Ainda mais sabendo quão cabeça dura ela pode ser – Mas, ler a mente de alguém é muito íntimo. Só se a pessoa permitir...Não gosto dessa invasão quando se trata de pessoas com quem me importo. Por exemplo, nunca leria a sua mente sem permissão e muito menos tentaria te hipnotizar. A hipnose também é uma forma de agressão e eu jamais faria nada para te ferir.
Senti um leve arrepio na espinha, seja por ele declarar que se importa comigo desse jeito tão provocador ou porque suas palavras me fizeram lembrar do inferno que Damon me fez passar enquanto estava sob seu domínio mental. Levando em conta que estávamos numa conversa civilizada, não traria isso à tona agora.
– Eu nunca tentei – Mantive a compostura, para me desviar das suas confissões – Nunca quiseram ler a minha, então não sei como é. E sobre Silas, até onde eu sei, você estava conspirando a favor dele. Enganou Elijah e Rebekah para lhe entregar a Cura. Bem típico de você, não é mesmo, trair seus irmãos – Falei meio áspera. Ele me deu um olhar frio e raivoso. Eu sabia que não deveria dizer essas coisas. Estávamos silenciosamente com a bandeira branca da paz erguida e eu não queria irritá-lo. E me parecia ingratidão depois do que ele fez por Tyler. Por mim. Mas, eu não posso esquecer tudo o que ele fez de terrível só por causa de um gesto descente, posso? Era automático acusá-lo, ficar na defensiva. Eu fazia isso sempre quando percebia o perigo da sua presença me dominando com o seu charme. Era uma medida de segurança, instinto de sobrevivência.
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Scarlet Dynasty - Klaroline
Fanfiction"Talvez um dia, em um ano, até mesmo em um século, você vai aparecer na minha porta e vai me deixar te mostrar o que o mundo tem a oferecer. Marque as minhas palavras; garoto de cidade pequena, vida de cidade pequena, isso não vai ser o suficiente p...