Love Can Cloud Your Judgment

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Klaus

Tentando adiar meus pesares para quando encontrasse meu irmão pessoalmente e sem dar muita atenção para a figura inconveniente ao meu lado, disquei para ele sem vontade alguma. Elijah atendeu no segundo toque.

— Conseguiu? – Perguntei ansioso. Mas, nem era uma tarefa complexa se meu irmão utilizasse todos os nossos artifícios ao nosso favor.

— Claro. Estou agora mesmo no pomar decidindo o que fazer com ele.

— Você não pode tomar decisões sem a minha presença. É a minha casa – Falei indignado.

Nossa casa, Niklaus – Revirei os olhos.

— Mas, fui eu quem mandou construí-la, quem coordenou cada processo, cada tijolo, enquanto você viajava na maionese nas suas fantasias na época. Então, as decisões finais são minhas.

— Que seja. Não estou com paciência para discutir isso agora. Saiba que já mandei os empregados arrumarem tudo para a nossa instalação. Seu quarto deve estar pronto quando você chegar – Será que ele lembrava qual era o meu quarto? Porque eu não queria nenhum outro.

— Ótimo. Estou cansado. Preciso de um minuto de paz – Olhei de esguelha para a sonsa ao meu lado e Esther sorriu; tive que me conter para não xingá-la - Se bem que eu tenho umas questões para tratar com as bruxinhas do gueto – Dessa vez encarei minha mãe e seu sorriso presunçoso sumiu – Talvez eu não possa desfrutar tão cedo da minha adorada Oak Alley. Tudo vai depender da colaboração da nossa mãe que, a propósito, está sentada bem ao meu lado. Acredita nisso, irmão? Uma sina – Elijah ficou calado por um tempo. Só ouvia sua respiração ofegante. Ele realmente parecia atribulado com os afazeres da casa. Ou esse era o Efeito Esther.

— Então, mais um quarto. Esther veio se juntar a nós por um bom tempo, presumo, se teve esse trabalho de vir até aqui – Ele falava calmo demais para uma notícia desse porte. Só faltava ele e Esther estarem de segredinhos contra mim.

— Fale por você. Quando ela estiver dormindo, vou sufocá-la com o travesseiro mais fino que tiver nessa mansão – Sorri para a minha querida mãe. Ela me desafiava com o olhar. Estava se achando demais sem ter onde se garantir.

— Você já está vindo, Niklaus? Eu pedi pra você esperar, mas a quem estou enganando – Elijah parecia impaciente. Ele estava assim agora, perdendo as estribeiras por nada. O que estava acontecendo com meu nobre Elijah?

— Já. Estou a poucos minutos daí, mesmo que você não tenha me informado nada sobre as supostas negociações da minha casa, eu decidi te encontrar mesmo assim.

— Eu imaginei que você viria. Não tem temperamento para ficar sentado esperando.

— Então, essa discussão não tem sentido.

— Até daqui a pouco – E assim, ele desligou sem esperar que eu respondesse. Mal educado.

Guardei o telefone no bolso, antes de dar uma última olhada no visor, na esperança de ver algum sinal de Caroline.

Seu silêncio era pior que sua gritaria. Ela deveria estar me xingando de tudo no momento. Dei um sorrisinho só com a visão dos seus lindos olhos azuis me fuzilando. Eles brilhavam numa intensidade que só o combustível da sua ira contra mim era capaz de fazê-lo. Sei lá como explicar isso, mas era adorável o jeito como eu tirava ela do sério. O jeito como ela batia o pé no chão com petulância e balançava os cabelos com tamanha indignação pelos meus crimes. Bufei consternado por não poder ver aqueles olhos tão cedo e me apressei até à casa. Estava ansioso para revê-la.

Esther às vezes me olhava de esguelha, mas ficava calada. A viagem não era longa, apenas meia hora do French Quarter, mas cada minuto confinado no carro com essa onça era tortura o bastante. Por sorte, o martírio já estava no fim.

Scarlet Dynasty - KlarolineOnde histórias criam vida. Descubra agora