[❁] 08. Amaranto

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#AlpinistaDePoltrona

Ainda que, por vezes, o amor nos deixe sem esperança.

Ainda que, por vezes, o amor nos deixe sem esperança

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Contagem regressiva: um dia

Por mais que meu relacionamento com Jungkook — se é que posso chamar assim — fosse recente, era estranho acordar sem ele ao meu lado na cama. E foi isso que aconteceu, um dia antes do casamento; um dia depois dele sair do meu quarto com o pretexto de romper o matrimônio.

Confesso que me senti ligeiramente decepcionado quando estiquei as mãos pelo colchão macio e senti-o vazio. Talvez tenha voltado depois que adormeci e acordado primeiro? Improvável, mas me agarraria a essa tola esperança, já que pensar que ele desistiu de nós estava fora de cogitação.

Desanimado, levantei e, me espreguiçando, fui ao banheiro realizar as higienes matinais. Enquanto escovava o dente, observei minha aparência apática no espelho: os cabelos loiros desgrenhados apontado para todos os lados, as olheiras escuras e fundas indicando a noite mal dormida, os olhos miúdos e inchados, sem comentar a lerdeza na hora de realizar qualquer tarefa. Acabei buscando minha necessaire no quarto e usando um pouco de corretivo para disfarçar o cansaço.

Depois de tudo pronto, desci para a cozinha a fim de procurar algo para comer. Vi o celular marcar 7:58 e suspirei. Cedo demais.

Cumprimentei Rosa e a cozinheira que não sabia o nome. A senhora logo me ofereceu uma xícara de café passado em coador de pano, tornando impossível a recusa, por mais que não fosse fã da bebida amarga.

Encostei na bancada, levando a xícara xadrez aos lábios letárgicamente, ouvindo as mulheres conversarem sobre como estavam animadas em ter a casa cheia novamente.

Sabia que Rosa, por ser a governanta, vivia ali na mansão com alguns poucos funcionários onze meses por ano e voltava para a Apparso somente durante as férias. Quem visse de fora poderia achar seu trabalho fatigante e solitário, e por muito tempo julguei assim, até conversar com ela e descobrir que o isolamento foi opcional.

ㅡ Sou minha melhor companhia, Jiminzinho ㅡ era o que sempre dizia.

Sorri com a lembrança. Apesar de toda a bosta que me envolvia, era bom estar naquela casa novamente.

ㅡ Vê só quem resolveu aparecer!

Desmanchei o sorriso na hora, engasgando com a bebida que tinha acabado de pôr na boca. Longos braços me puxaram para um abraço, apertando-me contra um peitoral rígido a ponto de quase sufocar.

Taehyung.

Não estava pronto para encontrá-lo, principalmente depois de tudo que fiz, disse e pensei.

Dei dois tapinhas hesitantes em suas costas, extremamente desconfortável. Ele se afastou e senti meu coração rachar ao notar a alegria que estampava seu rosto. Tae irradiava felicidade ao me ver, e eu estava longe de retribuir o sentimento.

Padrinho (Quase) Perfeito • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora