| 1° TEMPORADA CONCLUÍDA |
Park Jimin é completamente apaixonado pelo seu melhor amigo desde o ensino médio e sempre foi simples lidar com esse sentimento não correspondido. Bom, até o momento que ele lhe conta que irá casar... Com seu outro melhor...
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Contagem regressiva: 29 dias
⚠️ TW: citação à violência doméstica ⚠️
Eu sabia que voltar pra casa seria difícil, mas não consegui prever o quanto.
Por diversas vezes desde que fui embora me peguei pensando em como seria retornar. O capuccino na Coppy Coffee ainda era o melhor da cidade? A Agatha vendia o famoso cheesecake de frutas vermelhas na banca vermelha em frente à empresa? A biblioteca pública ainda estava fechada para manutenção? Teriam trocado a luz com mau contato do outdoor na avenida principal, estampando uma foto gigantesca do Taehyung numa campanha de perfume? Ele me odiaria? Mamãe e papai aceitariam um filho que passou três anos sem contato? E Jeon... Como ele estaria?
Essas e outras questões passaram por minha mente no momento que desembarquei em Apparso, quase um mês antes do previsto. É, eu já estava me organizando para voltar à cidade ㅡ contra minha vontade ㅡ, pois Yoongi decidiu se casar com a Laverne. A cerimônia seria num salão de festas num bairro nobre e, desta vez, mesmo sendo padrinho, eu não tive qualquer participação nos preparativos.
Contudo, na véspera da virada do ano, perto das nove da noite, recebi uma ligação do Hospital Central de Apparso avisando que minha mãe havia sido socorrida após infarto do miocárdio e estava internada. Entrei em desespero, caindo numa crise de choro horrível que só consegui parar pois Aidan, meu namorado, permaneceu abraçado comigo.
É engraçado pensar que Aidan Visser, o homem que me ajudou anos atrás a aceitar minha sexualidade durante uma viagem à Holanda, tornou-se meu namorado em Londres. Acabamos nos esbarrando no campus da faculdade e desenvolvendo a amizade, já que nenhum dos dois conhecia mais ninguém. Com o tempo, a amizade foi crescendo ㅡ bastante influenciada pela clara tensão sexual entre nós ㅡ e se tornou uma relação séria, com direito a aliança e tudo.
Assim que a crise passou, liguei para a companhia aérea e, por alguma providência do destino, em 30 de dezembro, conseguiram antecipar minhas passagens para a manhã do último dia do ano. Foram 14h de viagem com uma parada em Lisboa, onde eu só conseguia roer as unhas e batucar o pé em nervosismo. Quase não dormi, só quando Aidan entrelaçou seus dedos aos meus e passou a massagear aquela área.
Pousamos em Apparso por volta das sete e meia da manhã, com o plano de ir direto ao hotel fazer check-in e deixar as malas, antes de ir ao hospital. Caminhar pelo aeroporto, revisitando um local onde experimentei tanta dor, foi estranho. Passar pelo saguão de espera, com as mesmas longarinas de ferro e estofados pretos ㅡ que diga-se de passagem são bem desconfortáveis ㅡ causou um dejá vu desconfortável. Pude vislumbrar perfeitamente Seokjin parado em minha frente, segurando um embrulho pardo amarrado com barbante, pronto para me dizer que ele não viria. Para me entregar seu "adeus".
