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Ele ficou parado me encarando que nem uma estátua, depois ele entrou e se sentou no sofá, acho bom aproveitar esse tempinho já que chifuyu saiu agora pouco. Não sei o que fazer. O que ele vai dizer?

- Vamos lá, florzinha. - ele ficou rodando a chave da moto entre os dedos parecendo tão ansioso quanto eu. - sobre aquele dia, saiba que aquilo não mudou nada o que eu sinto por você. - ele parecia confuso com a própria explicação.

Eu não entendo, se sente algo por mim, qual o motivo de ficar com outra? Eu realmente não consigo entender.

- Ok, deixa eu analisar isso, como ficar com outra não altera seus sentimentos por mim? - perguntei muito confusa. Que porra é essa?

- Eu gosto de você, mas eu não quero me comprometer e estar totalmente amarrado a você. - ele alternava entre coçar a cabeça e estralar os dedos.

- Acho que entendi, o que você quer propor então? - me sentia meio estranha, mas mesmo assim não discordo de tudo isso.

- Uma relação aberta, totalmente livre. Você faz o que quer assim como eu. - ele estirou os braços como se tivesse tido a melhor ideia do mundo. - o que acha? Ninguém sabe que estamos juntos e nem precisam saber. - ele falou sugestivo me olhando dos pés a cabeça.

Acho que entendi.

Não é uma má ideia, mesmo eu sabendo que não vou ficar com ninguém além dele, posso ser solteira e livre pra fazer qualquer coisa que der vontade. Na verdade, acho que estou enganando a mim mesma ao pensar que uma coisa dessa pode funcionar, com certeza vou morrer quando o ver com outra.

- Tudo bem por mim. - dei um leve sorriso. Se ele quer isso não há motivo para que eu fique querendo mais. Seria egoísmo da minha parte querer que ele seja só meu? - como vai funcionar? - perguntei fingindo curiosidade, estou enjoada só de pensar em sua resposta.

- Vamos continuar com isso, mas se estivermos em uma festa ou na frente do pessoal, finja que somos apenas bons amigos, tudo bem por você? - sua expressão estava suave como sempre e aquilo parecia a coisa mais normal do mundo pra ele. Me fiz de doida e fui na onda.

- Sim. - respondi firme e ele veio até mim me dando um beijo suave e calmo, por um momento eu quis empurrar ele pra longe. Mas eu prefiro ter um pouco dele a não ter nada.

- Eu vou indo para casa, você vai pra balada hoje? - perguntou animado e afirmei com a cabeça, na verdade não quero ir. Pelo menos não agora que estamos nesse lance esquisito. - Então somos amigos por hoje. - piscou o olho pra mim e me deu mais um beijo. - até mais, florzinha.

O levei até a porta e fiquei observando ele sair com sua moto.

É incrível como nos damos tão bem, não quero destruir isso só porque quero mais dele. Na real, talvez eu também queria isso, eu não vou pegar ninguém que não seja ele, mas é estranhamente maravilhoso saber que não estou amarrada ou comprometida com ele.

Espero que isso funcione, sinto que falta tão pouco para que eu me apaixone por ele, essa distância pode ser realmente necessária. Me apaixonar é o que eu menos quero nesse momento, quero curtir a vida e ser livre.

Pensando em tudo isso, vi chifuyu entrar em casa e ir para o quarto, ele sequer notou que eu estava ali. Preciso resolver seja qual for esse problema.

Andei em passos leves e calmos até o seu quarto, bati na porta duas vezes e não obtive nenhuma resposta.

- Precisamos conversar... - falei assim que entrei e o avistei sentado na cama.

- O que você quer? - ele perguntou com os olhos fixados no celular. Parece que sou uma pessoa aleatória vindo falar com ele.

𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, nahoya kawataOnde histórias criam vida. Descubra agora