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Um mês se passou desde aquele dia em que vi minha mãe, desde então não troquei uma palavra sequer com inui.

Todo dia eu saio para caminhar um pouco, mas isso é só uma desculpa para averiguar o terreno. E agora eu sei, não há como fugir desse inferno. Só vai dar certo se alguém me tirar daqui, se eu me mecher um centímetro depois de uma placa eu levo um tiro.

- S/n? - a voz de inui soou do outro lado da porta, se ele veio falar comigo a essa altura do campeonato, eu espero que seja algo bom. - Sua mãe está lá em baixo, sozinha. - um arrepio rondou por meu corpo.

Ele saiu da porta e eu fiquei pensando se realmente valia a pena falar com essa mulher, de alguma forma eu preciso me livrar de qualquer emoção materna, tenho que a deixar por completo. E sinto que pra isso tenho que ter uma conversa com ela.

Desci as escadas sentindo minhas mãos tremerem, é incrivelmente aterrorizante como minha mãe faz eu me sentir assim, uma filha não deveria ter medo da própria mãe.

- Minha querida. - seus olhos se encheram de lágrimas ao me ver, e eu continuo a me perguntar como uma pessoa pode ter duas personalidades totalmente diferentes. - Precisamos conversar, venha. - ela veio até mim e pegou a minha mão, em seguida me arrastou até aquele escritório sem nem esperar que eu dissesse algo. - É sobre sua fuga, você quer fugir, não quer?

Eu travei, literalmente travei. Não faço ideia se posso confiar nela e dizer que tudo o que mais quero é sair daqui, tenho medo de que isso seja só uma estratégia para melhorar a segurança do confinamento.

- Por que quer saber? - perguntei e ela me olhou confusa mas logo sacou do que eu estava falando.

- Você quer. - falou com um tom de afirmação. - Eu trouxe dez agentes oficiais e guarda costas, são os melhores do mundo. Estão todos no meu carro e se você quiser, eu dou a ordem para matar todos os seguranças daqui.

- Como pode provar? - precisava ter certeza, mina não é uma pessoa confiável e eu sei disso muito bem.

Ela sorriu de canto e puxou o celular de dentro da bolsa, demorou vinte segundos até que ela me mostrou uma gravação ao vivo que mostrava vários homens dentro de seu carro.

- Senhores, estão me ouvindo? - ela falou ao ativar o microfone, queria me mostrar que era de verdade. - Sobre o que conversamos... - ela disse e mutou para poder me perguntar algo. - O que você me diz?

- Mate-os. - disse e ela repetiu a frase para os homens que logo saíram do carro.

Em seguida escutamos vários tiros, não faço ideia se eles estão vivos ou se conseguiram matar os seguranças.

- O que está acontecendo? - inui chegou gritando atordoado.

- Vamos sair daqui, meu amor. - mina disse olhando para o garoto que mantinha sua expressão confusa. - Liberdade vai cantar! - gritou dando um pulo da cadeira que estava sentada.

Ficamos vários minutos escutando tiros para tudo quanto é canto. Até que em algum momento tudo ficou um completo silêncio e alguém bateu na porta.

- Deixa que eu abro. - disse para os dois que agora estavam mais assustados do que uma galinha quando observa sua amiga ser cozinhada. Quando abri a porta, vi um homem de cabelos pretos e relativamente bonito. - Você vai me matar? - perguntei para ter certeza se ele era um dos nossos ou se era um dos seguranças.

- Sou Naoto tachibana, o policial encarregado por essa equipe de resgate. - falou apontando para atrás de si onde tinha vários outros homens vestidos de preto. - Viemos salvá-la. - ele deu um sorriso e eu senti um alívio imenso dentro de mim.

𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, nahoya kawataOnde histórias criam vida. Descubra agora