Dia de pioneirismos

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NOTAS INICIAIS

desculpa a demora pra postar, fiz cirurgia na quinta e tô mto mal por vários motivos

e tbm bem desanimada pra publicar minhas histórias, sensação mto forte de desvalorização

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São dez horas da noite. Crista havia passado a tarde toda no The Grasshopper, na companhia de Melina. Descobriria que a garota, além de um enorme talento para preparar drinques (ao menos não-alcoólicos) também possui uma presença leve, atitude descontraída, senso de humor afiado e, o sotaque... ela consegue ser incrivelmente sexy apenas falando despretensiosamente.

E aqui? – pergunta Melina, beijando Crista na base do pescoço e a fazendo ofegar. Odeia ser dominada. Não pode deixar assim.

– Caralho – ela deixa escapar, sentindo aquela parte entre as suas pernas quente e molhada.

Hm, você é sensível aqui também... – a mexicana provoca e Crista revida chupando a base do pescoço da outra, começando de forma suave e se intensificando gradualmente, deliciando-se nos suspiros pausados da mulher.

É como se brigassem pela dominância, recostadas à parede bem ao lado da porta de entrada da quitinete de Melina. Elas mal puderam esperar depois de fecharem a porta para se agarrarem.

Crista não consegue se importar o suficiente com seu celular vibrando no bolso da bermuda a cada 2 minutos. Seja quem for, eles que esperem: está no meio de algo importante agora. E esse "algo" é agarrar a barra da camisa de Melina, pedindo espaço para tirá-la. A estrangeira rapidamente entende e levanta os braços, permitindo que Crista remova aquela camisa social branca e revele seu sutiã de bojo de cor verde-água. Crista toma cuidado para não amassar sua camisa, a estendendo no braço do sofá perto das duas. Melina observa todo o movimento com um sorrisinho curioso no rosto, e quando Crista volta a atenção a ela, Melina solta uma risadinha.

– O que foi?

You're cute.

Crista ouvira aquela frase da boca da outra várias vezes no dia de hoje.

– Hm, é mesmo, é? – ela sussurra, pousando uma mão em cada seio da mulher e os massageando lentamente, enquanto Melina sorri radiante e puxa Crista para mais perto de si. Ela sussurra, no seu melhor espanhol: – ustê también eres quíute.

Melina ri, aquela sua risada leve, gostosa de se ouvir, e pontua a risada com um quente, intenso beijo.

[...]

Crista acorda no dia seguinte com o Sol que escapa entre as frestas da cortina de Melina batendo na sua cara. Resmungando, ela se senta na beirada da cama, espreguiçando-se. Sorri de canto de boca ao ver a garota completamente nua deitada ao seu lado, lembrando-se da noite anterior. Admira sua tatuagem no braço esquerdo antes de se levantar, veste suas roupas de baixo e procura seu celular no bolso da bermuda. Encontra dezenas de mensagens de Carmen e logo as copia para o google tradutor, sem paciência para tentar entender essa língua complicada logo ao acordar. As mensagens perguntam onde ela está, dizendo estar preocupada, perguntam se volta ainda hoje. Nas últimas, Crista ri baixinho vendo o drama da amiga, que implora para os sequestradores a deixarem ir. Uma mensagem de Flora enviada uns vinte minutos depois da última de Carmen pede desculpas, diz que ela e a namorada beberam à noite e talvez sua namorada tenha exagerado um pouco, mas já dormiu e está bem. Crista troca para a aba do whatsapp e dá uma rápida passada de olhos pelas mensagens. Aquela garota da sua época no São José continua a mandar emojis de coração, mensagens contando de forma resumida o seu dia e perguntando como ela está, fotos dos seus bichinhos e, mais uma vez, Crista apenas visualiza. "Quando essa mina vai desistir, mano? Sé loco", ela pensa. Aquela conversa com Storm há alguns dias volta à sua mente e a força a refletir se não deveria fazer algo mais em relação a isso. Se sente incomodada, fora da sua zona de conforto, pensando numa coisa dessas. Estará desrespeitando essa garota por ignorá-la? Mas ela só quer ser deixada em paz. Não entende porque a garota continua mandando mensagens depois de tantos meses só por duas ou três noites numa semana longínqua do ano anterior.

Gringa GrudentaOnde histórias criam vida. Descubra agora