Quando acordamos, partimos sem tomar café da manhã.
Katsuki estava num mau-humor enorme, Kirishima sorria alegremente como se nada estivesse acontecendo, Shouto cavalgava devagar e eu guiava o grupo.
- Dá pra mandar esse animal não fazer barulho? - o bárbaro resmungou, batendo o pé.
- É um cavalo, bárbaro. Cavalos trotam e relicham. - Shouto explicou pacientemente e frio.
- Tch. Cavalo de merda. - Katsuki resmungou.
- O cavalo tem nome. - o príncipe anunciou. - Ele se chama Sunōfurēku. - olhei para trás e vi Shouto acariciando a crina do cavalo, com um pequeno sorriso no rosto. - Significa Floco de Neve. - explicou.
- Não me lembro de ter perguntado. - o bárbaro rebateu. - E que nome de bosta, hein?!
- Não me lembro de ter pedido opinião. - o príncipe fez Sunōfurēku trotar um pouco mais rápido.
- Ei, parem com isso, os dois! - mandei. - Se eu ouvir qualquer reclamação, vou bater em vocês com a primeira coisa que eu encontrar. - ameacei.
Katsuki fez um sinal feio com a mão e uma careta, já o semblante de Shouto pareceu se entristecer e se assustar um pouco. O clima pareceu pesar também e permanecemos em silêncio por um longo trecho de caminhada. Nesse meio tempo, comi meu último pãozinho pra não desmaiar de fome, eu até diria que passamos uma hora e meia em silêncio, apenas andando.
- Ei! Eu tive uma idéia! - Kiri exclamou. - Por que não jogamos um jogo? - sugeriu.
- Que jogo? - perguntei.
- "Eu vejo". - nomeou. - Já jogou?
- Já, já joguei sim. - sorri. - E você, Shouto? - perguntei.
- Eu não joguei. - ele respondeu. - Como é?
- Bom, você vê alguma coisa com seus olhos e a descreve, mas não diz o que é. - Kiri explicou. - Eu vejo, com meus olhinhos... Uma coisa pontuda cor de vinho. - ele disse.
- Hmm... Seria o meu chapéu? - me virei pra eles e sorri.
- Acertou! - Kiri sorriu. - Entendeu, Shouto? - perguntou.
- Hm... Acho que sim. - disse.
- Sua vez! - o ruivo exclamou.
Shouto ficou em silêncio por um tempo.
- Eu vejo, com meus olhinhos... Verde. - disse.
- Uma árvore? Sério? - Katsuki riu debochado. - Que bosta.
- Era um arbusto. - o príncipe suspirou.
- Grandes merdas. - Katsuki resmungou.
- Eu vejo, com meu olhinhos, um galho de árvore batendo na sua cabeça. - olhei para o bárbaro, ragendo os dentes.
- E eu vejo, com meus olhinhos, uma mão mostrando o dedo do meio. - ele assim o fez.
Na força do mais puro ódio, eu pulei alto e quebrei um galho de árvore ao me pendurar nele, começando a perseguir Katsuki pela estrada e tentando acertá-lo a todo custo.
- Ochako, se acalma! - Kiri pediu, sua voz estava um pouco distante.
Katsuki corria rápido e virava para trás mostrando a língua e fazendo caretas. Mas por mais rápido que ele fosse, eu não deixava a desejar. Uma hora, consegui acertar o golpe na cabeça dele.
- Ai, que merda! - o bárbaro exclamou. - Tá doendo, cacete!
- Bem feito! - bufei e cruzei os braços. - Pra você aprender a deixar de ser implicante. - mostrei a língua pra ele.
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Fairytale
FanfictionOchako é uma bruxa simples que cuida da lojinha de poções que herdou dos pais há pouco tempo. Como cresceu na região entregando poções e remédios naturais, conhece quase todo mundo nos vilarejos próximos. Certo dia, uma querida conhecida - Inko Mido...