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Com o chegar da alvorada, nós partimos do templo das amazonas, sendo escoltados pela rainha Momo, sua escudeira Jirou e Denji, o ferreiro. Estava agradecida pela ajuda deles, mas também estava preocupada.

Parece que a cada dia de viagem, surge um imprevisto e me atrasa no meu objetivo. Revisando tudo que passei até o momento, no dia que saí, quase virei o almoço de Katsuki e tive que barganhar por três vilarejos para conseguir um bom desconto nos frangos, quando fomos para a capital, Katsuki foi preso e eu tive que libertar ele e Kirishima da cadeia, quando fomos à taberna em busca de informações, Tsuyu nos orientou que ficassémos hospedados lá para que nenhum mal nos sucedesse durante a noite e mesmo seguindo essa orientação, fomos assaltados e Shouto perdeu seu cavalo, mas pelo menos fomos amparados pelas amazonas. Só que mais uma vez, tivemos que passar a noite em um lugar seguro ao invés de seguir viagem. E o pior de tudo, meu cajado ainda se quebrou!

Se Izuku estiver em perigo, espero que ainda não tenha sido morto, porque uma viagem que era para ser curta está demorando muito mais do que deveria.

Suspirei, desanimada, e Kirishima se aproximou.

— Que foi, Ocha? - perguntou.

— Eu estou preocupada, Kiri. - respondi. - Se o Izuku estiver em perigo, cada minuto que passa sem que o achemos pode ser pior. - eu disse.

— Entendo. - disse.

— Essa viagem era pra ser mais rápida, mas todo dia parece que a gente tem um imprevisto diferente! - exclamei, um pouco indignada.

— Pelo menos estamos todos bem, né? - ele forçou um sorriso fraco.

— Vendo por esse lado, até é bom... - concordei. - Mas ainda assim, acho que poderíamos reduzir essa viagem toda pela metade, sabe? - suspirei, desanimada.

— Sei, sei sim. - ele assentiu. - E depois de encontrar esse garoto, o que você vai fazer? - Kiri perguntou.

— Eu vou voltar pra minha vida normal, né? - dei de ombros. - Você e o Kat vão voltar pra vida de vocês, assim como o Shou também vai voltar pro castelo. Acho que não tem muito como fugir disso. - sorri sem graça.

— Assim... Se você quiser sair da rotina às vezes... Aposto que o Katsuki não se oporia em ter você viajando com a gente. - Kirishima piscou. - Eu até acho que ele ia gostar.

— Aham, sei. - ri. - Ele vai amar quando eu estiver distraída colhendo flores e um coelhinho pequenino tentar me atacar. - neguei com a cabeça, rindo.

— Eu tô falando sério, Ocha. - disse. - Quando eu voltar a ser dragão, não vai ser exatamente a mesma coisa que ter alguém pra de fato conversar e falar o que pensa. - Kirishima comentou. - E eu até acho que um pouco mais de companhia faria bem pra ele.

Encarei o bárbaro, que conversava com Denki um pouco pra trás. Eu queria dizer sim. Sempre quis viver aventuras e fazer amigos por aí, mas ainda assim, eu sou uma cidadã de Yuei e responsável pela herança que meus pais me deixaram. Eu não podia simplesmente dar as costas pra isso, podia? Por mais exorbitantes que o valor dos impostos fique, eu preciso pagar, não? Eu não poderia viver como o bárbaro, ou poderia?

— A idéia é atrativa, Kiri… eu não vou negar que é. Mas não sei se eu posso me dar ao luxo de não seguir as regras. - ri sem graça. - Geralmente, eu não me dou muito bem quando faço isso.

Kiri assentiu. Tive a impressão de que ele ficou meio pensativo depois de nossa conversa. Ele logo passou a ficar perto de Katsuki.

Me aproximei da rainha Momo.

— Majestade, ainda estamos longe da montanha? - questionei.

— Não, não estamos. Mas ainda temos alguns minutos de caminhada até lá. - respondeu. - Por quê?

— Vocês sabem o que têm além da montanha? - perguntei.

— Nunca estive lá antes. - ela disse. - Mas não deve ser nada muito diferente do que se vê deste lado, não é? - sorriu.

— Tem razão. - murmurei. - É que poucas pessoas viajaram para aquele lado e voltaram vivas.

— Eu temo que não saiba muitas histórias sobre isso. - disse. - Por que está preocupada?

— Ah, é que do outro lado da montanha, não temos nenhuma notícia de reino nenhum, de povoado nenhum, não temos notícia de nada! - exclamei.

— O novo te dá medo? - ela perguntou, e eu assenti. - É, o que é novo sempre dá medo. Já vi muitas meninas e mulheres que superaram o medo do que viria depois que elas saíssem de suas vidas, fossem porque elas queriam viver algo diferente, fosse porque elas queriam continuar vivas. Alguma coisa as fez superar o medo do novo. Fosse o medo pela própria vida, a necessidade de mudar algo, a vontade de ser mais do que as era oferecido. Elas todas superaram seus medos e inseguranças. Você tem que ver o que importa pra ti. - disse, de um jeito amigável, num tom de conselho.

— Entendi. - eu disse, desviando o olhar. O que ela falava fazia sentido. - E como você sabe que vai dar certo? Ou que não vai ser ruim?

— Tudo que não te matar, vai te dar algum tipo de aprendizado. - a rainha sorriu. - E a vida é isso, Ochako. Um grande aprendizado e milhares de experiências.

— É, é verdade. - sorri. - Vivendo e aprendendo.

Olhei para o principe, para o bárbaro, para o dragão. Nunca teria aprendido tanto se Izuku não houvesse sumido. Nunca teria os conhecido. Não saberia sobre os bárbaros, nem sobre a realeza, nem sobre dragões!

Daria um abraço apertado em cada um assim que possível. Queria continuar amiga deles mesmo depois disso.

Caminhamos mais um tempo, até chegarmos no pé da montanha, onde Momo e as amazonas nos deixariam.

— Obrigada por nos trazer até aqui. - agradeci, fazendo uma reverência.

— Não há necessidade de agradecimentos. Nós sempre ajudamos quando podemos, independentemente de ser homem ou mulher, rico ou pobre. - Momo sorriu. - É nosso prazer e dever ajudar quem precisa.

— Mesmo assim, vocês não precisavam fazer isso e nos ajudaram muito. - sorri. - Esperamos poder retribuir de algum jeito, em algum momento. - disse.

— Concordo com a Ocha. - Shou sorriu, tocando meu ombro de forma gentil. - A coroa de certo arrumará alguma forma de te agradecer.

— E agradeça Denki pelas espadas. - Kat disse, meio resmungando, contrariado.

— Transmitirei seus agradecimentos. - Kyoka disse, meio fria, mas ainda assim, gentil.

Nós partimos, cada grupo para seu lado.

Continua...

Olá, ainda estou viva.

Estou com saudades da fic, mas aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa (sou estudante, agora universitária) então ehhhhh não sei se vai dar pra sempre atualizar. E desculpa esse capítulo ser tão água com sal kk aiai a demora e escrita de centavos.... É sobre isso e tá tudo bem. O próximo vai estar melhorzinho, eu acho. Depois da semana de provas vejo se posto mais de um capítulo.

Mas é isso fml, muita saúde e feliz ano novo 🤠👍🏻

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