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Acordei depois de uma noite mal dormida com uma dor de cabeça fraca e com dor nos pés. Ontem eu havia dançando muito mais do que jamais dancei em um baile, e definitivamente, essa cerveja era um pouco mais forte do que eu estava acostumado.

Olhei para Kirishima, que havia se deitado no chão para dormir. Quando perguntei se ele não dormiria na cama, respondeu que não, que achava o chão mais confortável e que era mais familiar a ele, uma vez que ele e o bárbaro vivem desta forma no seu cotidiano.

Não posso negar que admiro o bárbaro por aguentar o ronco deste dragão toda noite.

Massageei as minhas têmporas conforme o ruivo continuava a roncar e reuni forças para me levantar.

— Kirishima? - o chamei, sem obter resposta. - Kirishima, bom dia. - levantei um pouco a voz.

— Bom dia. - ele bocejou e se espreguiçou. - Dormiu bem? - perguntou.

O encarei e pisquei algumas vezes.

— Você ronca.

— Ehe... Foi mal, Alteza. - ele riu sem graça.

— Sem problema. - eu disse, e me levantei, arrumando meu cabelo e calçando os sapatos. - Vou lá para o salão, tomar café da manhã. - anunciei.

— Calma aí, cara. Eu vou com você. - ele disse, se levantando e colocando aquele caixote cheio de coisas nas costas.

Eu esperei que ele saísse do quarto para fechar a porta e nós descemos. Ochako e Katsuki ainda não haviam acordado.

Para o café da manhã, o buffet era self-service. Peguei um pão, uma fatia de queijo e uma de presunto, pedaços de mamão e uma xícara de café preto, não esquecendo dois torrões de açúcar. Já Kirishima se serviu de um pouco de tudo que fosse comestível e iogurte natural.

Estava no meio do meu sanduíche quando o bárbaro desceu, sozinho.

— Bom dia, Katsu-bro! - Kirishima o cumprimentou.

— Dia. - ele se sentou ao lado do homem-dragão. - O que tem de bom nessa bagaça? - perguntou ao amigo.

— Tem bastante frutas, você vai gostar. - o ruivo sorriu.

— Cadê a Ochako? - perguntei.

— Não que isso te interesse, mas ela está dormindo. - respondeu. - Pediu cinco minutos, seja lá o que isso significa. - disse.

— Quer dizer que daqui trezentos segundos, você deve verificá-la e chamá-la de novo. - expliquei.

— Tá vendo só, Kiri... - bateu no ombro do companheiro. - O cara fala como se eu soubesse contar. - riu debochado.

Revirei os olhos e suspirei.

— Eu mesmo vou chamá-la, então. - eu disse, e o bárbaro me lançou um olhar feio que eu ignorei.

Terminei de comer com um pouco de pressa, me levantei e subi as escadas, batendo na porta do quarto que a bruxa e o bárbaro dormiram esta noite.

— Ochako? - chamei. - Está aí?

Aguardei alguns momentos sem resposta e bati novamente, com um pouco mais de força. Escutei barulhos dentro do quarto.

— Já vai! - ela exclamou, sonolenta.

— Okay. - eu disse e aguardei.

A porta se abriu depois de algum tempo.

— Bom dia, Shou. - ela bocejou e sorriu. Shou... Eu senti algo estranho na minha barriga quando escutei esse apelido.

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