friends

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A camponesa foi recebida em casa com abraços. Eliza ficou aflita quando viu o machucado da filha, mas Kara disse que parecia pior do que realmente foi, afinal ela apenas tinha se desequilibrado e se enroscou nos galhos de uma árvore. Eliza, consternada, disse que só Kara mesmo para estar no alto de uma árvore para apreciar a paisagem.

Kara não via Lena por duas semanas. A camponesa havia pedido um tempo para absorver tudo o que a vampira contou. Não queria descontar sua raiva e outros sentimentos ruins em Lena que não merecia nada daquilo.

Lena pediu para que Kara deixasse um bilhete no estábulo caso a queira de volta. Kara explicou que não era um término, ela voltaria para a vampira.

Desde então, nesse meio período, Kara buscava na fazenda pertences de Jeremiah que indicava algo com os caçadores de vampiros. Lena havia encontrado um diário dele, então era provável que ele tinha outros. Um pesquisador sempre anota seus avanços, então pelo menos algum documento deve ter sido preservado. Bastava encontrar.

Infelizmente não havia nada útil nas caixas do sótão. Não havia traço de Jeremiah, nem roupas, nem objetos dele. A camponesa até perguntou para Eliza o que aconteceu com os pertences do pai e o que fazia antes de ser fazendeiro. A mãe, apesar de hesitar com a pergunta, respondeu que Jeremiah sempre fora fazendeiro pelo o que ela sabia. Quanto aos pertences, ela disse que havia doado certas coisas menos importantes e guardara aquilo que tinha valor sentimental. Mencionou que a Sra. Olsen a ajudou a entregar os pertences para as pessoas que precisavam.

- Sabe Kara, - Eliza continuou enquanto ambas tiravam os pratos sujos do almoço da mesa. - Há coisas que até hoje eu não sei sobre Jeremiah e há coisas que ele não sabia sobre mim. Todo mundo tem um segredo. Os segredos existem por um motivo e muitas vezes a ignorância é para o nosso próprio bem. Se você conhece o coração da pessoa, então isso é o suficiente.

Sem respostas que buscava, Kara empurrou suas frustrações no trabalho pesado. A família teve que contratar pessoas para ajudar com a produtiva colheita, o que foi um bom negócio. Assim as Danvers não precisariam se exceder e apenas ficariam supervisionando o trabalho.

Com a ajuda extra, tudo foi colhido e vendido rapidamente. O lucro foi melhor que o esperado, finalmente estavam tendo resultados de todos os anos de esforço e dedicação. Com o dinheiro, poderiam investir nos animais finalmente como galinhas, cavalos e vacas. Por fim, deixaram a terra preparada para plantar as sementes da próxima estação. O outono era marcado pelas abóboras, milhos, cenouras e afins.

Alex e Kara estavam descansando nas sombras da varanda da casa, olhando o pôr do sol. O céu manchado de laranja, vermelho, roxo parecia infinito. Aves diurnas voavam de volta para o ninho e as noturnas despertavam. A paz da fazenda era uma dádiva que as Danvers sabiam apreciar.

- Quando você pensa no futuro, você se vê com alguém? - Alex perguntou para a irmã, enquanto olhava o horizonte. – Casada... Com um homem, ter os filhos dele, cuidar do lar.

Kara riu daquele futuro imaginável.

- Não, acho que isso não é para mim.

Alex balançou a cabeça, para ela era impossível esse futuro também.

- Não tem medo de ficar sozinha?

Kara ficou em silêncio por um momento, a solidão era o seu maior medo.

- Eu acho que não precisamos agir como a sociedade demanda, uma família pode ser constituída de várias formas. - A Danvers mais nova sorriu para a irmã mais velha. - Creio que uma boa amizade é melhor que um casamento, principalmente na época em que vivemos.

Alex mudou de assunto assim que Eliza chegou trazendo chá e bolo.

Não muito tempo depois, uma carruagem apareceu, passando pelo arco de pedra da entrada da fazenda.

Desejo e SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora