Kara acordou em quarto estranho. Não havia janelas e apesar da porta estar aberta, nenhuma luz era emitida do lado de fora.
Uma única vela queimava ao lado da cama já próxima ao seu fim. Kara coçou o olho, desorientada. Suas memórias dançavam em desorganização, ela não sabia o que era real e o que não era. A última coisa que se lembrava era dos braços de Lena envolvendo seu corpo.
A camponesa notou que estava apenas com uma camisola de algodão, o lindo vestido azul se encontrava dobrado cuidadosamente na poltrona em frente da cama.
Ao se apoiar para se levantar, Kara sentiu dor irradiar no alto do braço. O ferimento, que tinha o tamanho de dois palmos e se estendia do ombro, descia pelo braço e ia até a axila, estava limpo e costurado meticulosamente, mas ainda sensível. O que aconteceu enquanto estava apagada?
Kara, após beber quase toda a água do jarro em cima da mesa, saiu do quarto escuro e subiu a escada às cegas. Ao se aproximar do topo, percebeu que o quarto em que descansava era o porão de uma casa e que a escada dava acesso ao corredor entre a sala e cozinha.
O lugar não tinha móveis, as superfícies empoeiradas e as teias de aranha aparentavam que a cabana estava abandonada. Onde estava Lena e Nia?
No lado de fora, a lua cheia brilhava intensamente. Árvores enormes rodeavam a propriedade e Streaky caminhava tranquilamente no gramado devidamente aparado, comendo aqui e ali. Era o único animal aparente, os outros escondidos nas árvores num silêncio tenso, com medo de um predador maior que eles.
Kara então sabia que Lena estava por perto.
Nos fundos da cabana, havia um lago. Uma mulher nadava livremente, a cena própria de um quadro. Quando se aproximou da beira, Kara não se surpreendeu aquela ser Lena.
- A água não está gelada? - Kara perguntou se sentando numa grande pedra redonda.
Lena sorriu e inclinou a cabeça em diversão.
- Meu corpo é um pouco mais resistente do que o de um humano. - Apesar do bom humor refletido na voz, os olhos da vampira eram cautelosos.
Kara se viu observando seu machucado com mil perguntas rodando sua mente. Entretanto, seus pensamentos se dissiparam quando a vampira saiu da água totalmente nua.
- No momento que saí da casa dos seus amigos eu estava pronta para nunca mais te ver. Entretanto você apareceu no último lugar que eu imaginaria. É a segunda vez que isso acontece. Então, Kara Danvers, conte-me: como você me encontrou?
Kara piscou três vezes lentamente. A água escorria pela pele pálida da vampira, sob a luz da lua, ela parecia mais branca ainda. Como uma escultura, lapidada pelas mais talentosas mãos de um artista.
O que Lena acabou de dizer mesmo?
- Hã? - Isso foi o máximo que a jovem pôde articular.
Lena sorriu e Kara teve certeza aquela mulher veio de outro mundo.
- Respire, Kara!
A camponesa recebeu o conselho desviando o olhar.
- Não consigo pensar direito com você assim. - Confessou.
Lena gargalhou e uma coruja voou para longe piando assustada.
- Eu causo todo esse efeito em você? - A vampira se aproximou ainda mais, sentando ao lado de Kara na grande pedra. Quando a camponesa não respondeu, a vampira sorriu ainda mais. - Suponho que vai ter que lidar com isso.
Kara revirou os olhos, mas sorriu de volta. Ela respirou fundo e olhou para o rosto de Lena que a observava com as sobrancelhas erguidas, sem vergonha alguma da exposição.
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Desejo e Sangue
FanfictionKara vive em uma fazenda no interior da Romênia junto com sua mãe e irmã. Uma noite, uma mulher linda e misteriosa aparece em seu quarto sob a luz do luar. Kara se vê absorta e seduzida por aquela mulher de tal forma que se deixa levar por seu desej...