A suíte de Lena aera o único cômodo do castelo que era quente o bastante para não precisar usar tecidos a mais para se aquecer. Lena fazia questão de manter a lareira sempre acesa e as janelas fechadas, mas naquela manhã foi diferente.
Kara acordou com uma brisa gelada percorrendo seu corpo nu. Era estranho sentir frio ali, pois como Lena tinha um sono leve, sempre estava alerta para que isso não acontecesse.
Se virando para puxar a coberta, a camponesa notou que Lena ainda dormia e pela primeira vez, de modo profundo.
A vampira sempre teve pesadelos. Durante o sono, suas memórias mais traumáticas vinham à tona e quando acordava era difícil supera-las. Entretanto, a presença de Kara trouxe segurança e ela pôde enfim, descansar.
Por isso o fogo da lareira se apagou e a cortina não fechava a janela por completo, Lena dormira a noite inteira.
A vampira estava com o rosto pálido virado para Kara, com a boca rosada como uma flor meio aberta com a ponta do canino a mostra, os cabelos escuros caindo em cascata até a cintura e claro, completamente nua.
De perto, a beleza de Lena era mais impressionante ainda. Com o feixe de luz daquela manhã nublada, era possível notar as sombras de todas as cicatrizes pelo corpo. As costas eram onde as piores ficavam, grossas e grandes. Quem quer que tenha provocado aquilo era impiedoso e cruel. Não é à toa que a vampira tenha um péssimo sono.
Dando um beijo no ombro do seu amor, Kara se levantou para vestir uma roupa quente, fechar a cortina e procurar comida.
Os corredores do castelo não eram mais desconhecidos, agora eram acolhedores. As janelas estavam com as cortinas fechadas, apesar do sol estar escondido atrás das nuvens. Nunca se pode confiar no tempo e bastava uns segundos em exposição para que os vampiros virassem pó. Todo cuidado era pouco.
Kara desceu as escadas cantarolando uma música animada. A noite passada ocuparia boa parte da sua cabeça e pouca coisa conseguiria afastar seu bom humor. Ela estava feliz, mais que isso, ela estava eufórica. Sempre achara que sua primeira vez seria com a sua ex. Mesmo quando tudo acabou, ela tinha esperança de voltar. A camponesa agradecia aos céus por ter esperado por alguém muito mais especial e que a amava de verdade.
Lena praticamente venerou Kara a noite toda. Elas apenas pararam porque a camponesa simplesmente apagou depois do quinto orgasmo.
Ainda bem que Kara treinava todo dia ou então estaria dolorida de todas aquelas posições e Lena era insaciável.
A porta da cozinha que dava para os jardins estava aberta e o típico frio outonal invadia o cômodo. Kara fechou para que pudesse acender o fogão e preparar algo para esquentar seu corpo.
Kara observava o jardim sem vida pela janela enquanto tomava seu chá quente. Memórias da noite passada vieram à tona e ela se pegou sorrindo para o nada. Vislumbres dos olhos verdes intensos de Lena a encarando enquanto a chupava, o sorriso convencido quando a fazia gemer e os lábios vermelhos inchados de todos os inúmeros beijos dados. A camponesa não imaginava que era tudo tão intenso.
A relva alta se mexeu estranhamente contra o vento. Kara levou a mão à cintura procurando pela a espada, mas lembrou que havia ficado na sala de treinamento. Segundos depois, uma raposa vermelha saiu do mato num salto e a camponesa pôde respirar normalmente.
- Lena, por que eu sinto cheiro de... HUMANA!
Kara por reflexo jogou uma faca na direção da voz desconhecida e a mulher desviou rapidamente o rosto. A faca fincou na coluna de madeira onde a cabeça estava um segundo antes.
Era uma vampira alta e de corpo esguio, cabelos lisos abaixo do ombro e um belo rosto.
- Quem é você? - Kara perguntou acima das batidas erráticas de seu coração.
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Desejo e Sangue
FanfictionKara vive em uma fazenda no interior da Romênia junto com sua mãe e irmã. Uma noite, uma mulher linda e misteriosa aparece em seu quarto sob a luz do luar. Kara se vê absorta e seduzida por aquela mulher de tal forma que se deixa levar por seu desej...