i belong to you

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Kara acordou sozinha na completa escuridão pela primeira vez. O castelo estava silencioso, como se não houvesse morador algum, apenas fantasmas de seus antigos donos.

A grande janela estava coberta, uma precaução contra o sol, mas naquele dia era desnecessário. Chovia tanto que as gotas batiam com força no vidro da janela.

Uma semana se passou desde que chegou ali e o tempo não ajudava para que pudessem pegar a estrada. Entretanto, Kara e Lena, não estavam ansiosas para isso. Passavam o tempo na companhia uma da outra enquanto exerciam os afazeres domésticos internos, tão à vontade que pareciam que moravam juntas por séculos.

Lena apenas não queria que o castelo fosse apresentável pelo lado de fora, ele ser tenebroso afastava curiosos e ela poderia viver sem ser perturbada.

Kara buscou o roupão grosso e cobriu seu corpo. O castelo era uma fortaleza, mas havia passagens de vento em toda parte e nunca parecia estar aquecido o suficiente.

Brainy e Nia moravam em outra ala do castelo, então contato com eles não era frequente.

Em todos esses dias, a camponesa já se familiarizara com os corredores e não mais se perdia. Quando chegou na cozinha, Lena estava preparando o seu café da manhã. A mesa estava completa de bolo, pães, suco e frutas, comida demais para uma pessoa só, mesmo essa pessoa sendo Kara.

- Foi ao vilarejo tão cedo? - Kara perguntou após beijar o alto da cabeça da vampira e se sentar. Imaginou Lena comprando comida no mercado ao céu aberto e sorriu com a cena.

- Sua comida estava acabando, achei melhor correr até lá.

E era literalmente correr. O castelo ficava a quilômetros de distância do vilarejo e para chegar lá a cavalo levava seis horas, mas correndo com seus próprios pés, a vampira chegava lá em duas horas.

Kara comeu um pedaço e gemeu de prazer quando derreteu em sua boca de tão quentinho.

- Obrigada, meu amor. Tudo parece muito bom.

Lena sentou no colo de Kara e escondeu o rosto no pescoço da camponesa. Ela ouviu aquilo direito?

- É real? Sou o seu amor? - Ela sussurrou.

Kara sorriu de lado. Se falassem para ela que a mulher sombria estaria derretida em seu colo meses depois de invadir o seu quarto, ela acharia loucura. Mas cá estava ela, envolvendo seus braços ao redor de Lena com a intimidade de uma amante.

- Quando me perguntaram o seu papel em minha vida eu não consegui dizer que você era a minha amiga. Sei que muitas pessoas usam a palavra amor sem saber o que realmente significa, mas é isso que você é para mim: Lena Luthor, meu amor.

Lena se afundou mais em Kara, os olhos marejados de lágrimas grossas. Seu coração doía, de felicidade e tristeza.

- Não mereço você. - A vampira confessou.

Kara se afastou levemente para que Lena a olhasse nos olhos.

- Lena, se depender de mim, direi todos os dias da minha vida o quanto você significa para mim. Eu te...

Lena colocou um dedo sobre o lábio de Kara, a silenciando.

- Você apenas me viu em meu melhor. Veremos se sentirá da mesma forma pelo monstro. - Lena falou baixo, num tom de desculpa. Se Kara dizer aquelas três palavras e Lena a decepcionar, a vampira não aguentaria olhar nos olhos da camponesa novamente.

Kara revirou os olhos.

- Eu não dizer não significa que não sinto.

Lena deu um sorriso fraco. Eram décadas de barreiras emocionais e levaria um tempo para que pudesse se entregar totalmente para Kara.

Desejo e SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora