capítulo oito

223 23 33
                                    


Jorge estava desfilando na escola sexta-feira, como se fosse famoso ou popular. Isso pelo fato de que no dia seguinte, o menino vai dar uma festa na sua casa enorme. Ele havia mudado depois do seu intercâmbio, então pra provar isso pra todo mundo ele resolveu fazer a "caridade" de deixar os colegas frequentarem sua casa.

─ Ele realmente acha que dar uma festa redime ele por tudo? ─Jaime perguntou, sincero.

─ Acho que sim... ─ Cirilo olhou para o menino, pensativo. ─ Mas acho que talvez ele tenha mudado mesmo, né?

─ Difícil ─ os olhos de Davi seguiram Jorge, que estava indo em direção às meninas reunidas numa rodinha.

─ Mas você vai amanhã? ─ Bibi perguntou animada para Eleonora.

─ Eu acho que não... ─ A outra menina desviou os olhos. ─ Eu nem fui convidada.

─ Agora foi ─ o dono da festa passou por trás delas, sorrindo, sentindo-se o máximo.

─ Sério? ─ Alícia perguntou, desconfiada.

─ Sim. ─ Jorge sorriu de forma gentil.

─ Obrigada! ─ Nora agradeceu, depois se virou para Bibi. ─ Então eu vou!

As meninas estavam ansiosas para a festa, apesar de não ter uma variedade vasta de pessoas, que era o que Alícia esperava, ela estava animada também. Os colegas da Escola Mundial eram bem divertidos e Laura não parava de falar que Adriano iria trazer algo divertido para a festa, então a skatista estava curiosa para ir.

Quando Jorge deixou Nora ir para a festa, Alícia sentiu um misto de emoções que variavam da felicidade para o ciúmes. Ela realmente estava gostando de sua prima estar se enturmando, mas ainda tinha uma pequena pontada de inveja que permeava a relação das duas.

***

Maria Joaquina tocou a campainha do enorme casarão. A menina alisou a sua saia rosa de cetim, que combinava com o top da mesma cor. Ela segurava na mão uma pequena bolsa-carteira rosa brilhante. Jorge foi quem atendeu a porta.

─ Bem-vinda ─ o anfitrião sorriu.

Jorge estava usando uma camiseta social desabotoada e uma calça jeans, como se estivesse em um anúncio da Calvin Klein. O som irrompeu nos ouvidos de Majo, um funk tocava no volume máximo. Em um canto da sala, Laura e Margarida faziam suas versões de quadradinhos enquanto tentavam abaixar suas saias. Em cima de uma mesa enorme de vidro, Kokimoto e Jaime dançavam de um modo engraçado, conseguindo arrancar uma risada da menina. De repente ela sentiu uma mão enlaçar sua cintura.

─ Oi, amor. ─ Era Cirilo.

A garota derreteu todinha nos braços do menino, puxando-o para um beijo. Cirilo estava usando uma blusa xadrez vermelha por baixo de um moletom com capuz. E sinceramente, Maria Joaquina nunca se sentiu mais atraída por ele do que naquele momento. Ele a guiou para a cozinha enorme e com conceito aberto. Em cima de um balcão de mármore branco com padrões pretos, a menina apoiou o copo vermelho para colocar vodka e energético.

─ Amiga! ─ Valéria correu para abraçar a outra. O cheiro de álcool exalou da menina, fazendo Majo torcer um pouco o nariz. Valéria usava um vestido tubinho preto com mangas longas e brilho. ─ Você viu o Davi? Eu estou tão gata!

─ Não vi ─ a outra riu. ─ Você ainda tá pensando nele?

─ Não... ─ Valéria tentou disfarçar. ─ Mas e você e Cirilo, como vão?

─ Vamos bem, né? ─ A menina perguntou para o próprio menino.

─ Claro.

Então Alícia apareceu emburrada, o que ultimamente havia sido o único semblante com que era vista. Ela estava com um moletom amarelo enorme que cobria seus shorts, indo até o joelho. Nos seus pés, um tênis branco plataforma a ajudava a pisar com força até o grupo de amigos.

faz de conta ➵ paulíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora