capítulo dez

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Paulo seguiu os passos fortes e raivosos de Alícia até um quarto que foi indicado por Jorge. É o mesmo quarto em que Paulo e Margarida estavam se beijando anteriormente, e Alícia parece não muito contente com isso. Ela sentou na cama, com os braços cruzados. O menino andou de um lado para o outro, sem saber o que falar.

─ Então... Você tá brava?

─ Não, Paulo. Eu estou extremamente feliz, não tá vendo? ─ Ela rosnou, furiosa.

─ Ei ─ ele fechou a cara. ─ Olha o tom, beleza?

─ Ah, esqueci que temos que te tratar como uma criança o tempo todo. ─ Alícia se levantou, apontando o dedo para o menino e se aproximando. ─ Porque você age como uma criança e não entende que temos um combinado!

─ Ou, calma aí! ─ O garoto tentou se defender, elevando a voz. ─ Se você me odeia tanto, porque resolveu fazer acordo comigo? Tem vários garotos na escola. Poderia ser qualquer um!

Alícia parou para pensar, claramente confusa. Realmente, ela não sabia o porquê de ter escolhido o menino para ser seu "cúmplice". Mas agora ela ficava extremamente confusa, tão perto dele.

─ Hein!? ─ Ele gritou. ─ O que você quer de mim?

─ Eu gosto de você, Paulo.

***

─ Acho que deveríamos mandar mais um casal para os sete minutos no paraíso... ─ Laura falou. A garota claramente esperava a chance de ficar sozinha com alguém.

─ Verdade, senão vamos ter que ficar sete minutos esperando. ─ Kokimoto concordou, já pegando a garrafa para girar.

─ Eu não quero brincar disso. ─ Mário se afastou da rodinha. ─ Mas vou assistir.

Kokimoto girou a garrafa com tanta força que Bibi se afastou do menino, com medo. Alguns deram uma risadinha, enquanto esperavam o redemoinho verde parar de girar no meio deles. A garrafa parou. Apontava para Jorge... E Carmen.

─ Então, é isso. ─ Jaime juntou as mãos e olhou para Carmen, que ajeitou os óculos no rosto.

Jorge levantou e disse que sabia um lugar bom para os dois irem, afinal, era a sua casa. Carmen estava completamente nervosa. E com medo. Seguiu Jorge para um closet, e sorriu para o menino, aquilo era muito constrangedor. Ela percebeu que estavam no closet da mãe de Jorge. E era enorme.

Sinceramente, as paredes brancas recheadas de vestidos, calças, blusas e sapatos eram maiores que o quarto da menina. No centro do cômodo, havia uma ilha de vidro repleta de jóias, dos mais diversos tipos. Carmen se aproximou lentamente e admirou um colar que estava em um expositório. Era dourado, com pequenas pedrinhas coloridas, criando um verdadeiro arco-íris brilhante. A menina suspirou admirada.

Carmen deu um pulo quando sentiu que Jorge estava atrás de si, sorrindo.

─ Você quer colocar?

─ Eu não sei... ─ Ela se encolheu no seu lugar.

Jorge passou por ela e pegou o colar com as mãos. Ele parou atrás da menina e afastou o cabelo de seu pescoço, o que fez o corpo inteiro de Carmen arrepiar. Gentilmente, ele vestiu o colar para ela. Depois a virou de frente.

─ Muito bonita. ─ Sorriu. Ele a entregou um espelho portátil. ─ Veja.

Ela não conseguia falar, somente sorrir. Realmente, o colar era muito bonito. E Carmen com certeza combinava com ele. Essa era a sua dúvida, geralmente coisa de pessoas ricas não combinam com pessoas pobres. Mas esse não era o caso, ela parecia ter nascido para usar aquele colar. E Jorge proporcionou o encontro dessas duas almas gêmeas.

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