Ele... Ele...- ela estava em choque, na real até eu estava, nunca vi o Pedro assim.
Vocês não fazem bem um para o outro.- falo enquanto arrumo as coisas dela.
Eu amo ele.- neguei.
Quem ama confia, quem ama não faz o que você está fazendo, poxa vocês voltaram faz uma semana e já está assim.- fechei a mala dela.- amanhã vamos procurar um psicólogo, psiquiatra se pa até um padre.
Eu não sou louca Mel.- ela limpa as lágrimas.
Tem certeza? Tu jogou um vaso no cara, você socava ele na adolescência por ciúme e hoje só não bate porque nem eu e nem os meninos não deixa.- ela respira fundo.
Eu amo ele.- ela repete.
Esse relacionamento é tóxico Marina, vocês não ficam nem cinco minutos sem brigar, você está afastando todo mundo do Pedro, você está afastando os meninos e me afastando.- ela me encara e volta a chorar.
Mas ele é meu.- foi nesse momento que eu tive certeza que ela era doente.
Tu não pode por meu irmão em um potinho, ele não é um objeto Marina, ele é um ser humano, ele tem uma vida, ele tem amigos, ele tem uma favela pra se preocupar.- ela limpa as lágrimas de novo.
Mas, eu não consigo e nem quero viver sem ele.- respirei fundo, pedi paciência pra Deus.
Então se trata, finge que ele não existe enquanto você faz o tratamento, aí depois vocês sentam e conversam.- ela me olha.
Não tenho onde ficar, ele não me quer na favela.- peguei a mala dela.
Tu vai ficar lá em casa, ele não pode mandar na minha casa.- saímos do quarto.- vou levar ela lá pra casa, só avisa ele tá.
Ele vai ficar puto contigo.- Douglas me segue pela casa, pequei a chave do carro do Pedro.
Manda ele vim resolver comigo se pa.- coloquei as malas dela no porta malas e fui pra casa, vou negar não, estou com o cu na mão.
Já pensou o Pedro fica puto comigo por deixar ela morar aqui, até minha mãe e meu pai chegar ele já pois fogo na casa comigo e com a Marina junto.
Arrumei o quarto pra ela, tomei um banho e assisti um filme até dormi finalmente.
Acordo com uma fome da peste, faço minha higiene e desço para a cozinha, Marina está fazendo café, dou bom dia e ela responde cabisbaixa.
Eu marquei minha primeira sessão, daqui duas horas- ela fala adoçando o café.
Muito bem, acho que isso já é um grande passo.- escuto o Pedro me chamando na porta de casa e saio pra falar com ele, meu cu trincado estava e trincado ficou.
Que porra ela tá fazendo aqui?- ele fala puto, minhas mãos começam a soar frio.
Murilo me olha da moto e me cumprimenta dando uma piscadela.
Tu não acha que eu ia deixar ela ficar na rua.- ele suspira.
Ela já não é mais da família.- tá esse Pedro eu não conheço.- não tem porque ajudá-la.
Mas continua sendo um ser humano, continua sendo cria daqui, você mais do que ninguém sabe que jamais se recusa ajuda pra morador.- falo nervosa.
Ela é diferente.- eu ri irônica.
Não é mesmo, ela nasceu aqui Menor, tu faz o que tu quiser mas ela daqui não sai.- ele suspira.
Depois a gente conversa, tu ainda vai usar o carro? - ele olha pra porta de casa e Marina tá chorando, provavelmente ouviu tudo.
Vou, vou confirmar umas coisas aí, falar com o Dado ver se ele me empresta o sítio.- ele me encara.
Pra que exatamente?- Murilo me olha curioso.
Se tudo der certo você vai saber.- eu sorri maliciosa.
Tem macho no meio certeza.- ele deu um meio sorriso.
Quando eu voltar da pista, eu passo na boca.- ele beija minha testa e sai, Murilo manda beijo e vai atrás.
Ele já não liga mais pra mim.- ela se joga no sofá.
Sabe o amor que eu mais admiro?- ela me encara.- com certeza é o próprio, antes de você amar ele, tenta se amar primeiro.
Eu me amo!- ela fala meia chateada.
Vocês namoraram uma semana, você perdeu todo o brilho que tinha quando chegou, pra mim isso não é se amar.- ela suspira.- vai se arrumar, eu te levo lá e vou fazer meus corres.
Ela sai, e eu tomo um puta café da manhã, troco de roupa e levo ela no consultório, mano de Deus que Dr gato, eu dava com certeza dava.
Minha tarde foi bem louca, pedi pro tio Dado o sítio dele que fica no interior, contei meus planos pra ele, minha mãe implorou pra tomar cuidado.
Fui numa gráfica e mandei fazer filipetas pra minha festa, busquei a Marina e fui pra saída da faculdade, comecei a entregar, pedia pra confirmar presença pelo whats.
Fiquei entregando as filipetas com a Marina e a Eliza, conversamos uma cota e depois fui pra biblioteca de lá pegar o "meu dinheiro" com o cara que me ajuda aqui.
E aí?- ele me beija no rosto.
Oi Vitin, cadê meu cash?- ele ri e me entrega.- mês bom em? - ele concorda.
Vendi mais da pura, então próxima vez traz mais 100%.- concordei.- ah e aí no meio tu vai ver que uns dólares.- encarei ele.
Aproveita que tá alto.- nós rimos, olhei pro lado e Eliza estava conversando com a Marina.- quem é a amiguinha?- ele olha malicioso.
Buxixo Vitin, nem vira mina do meu irmão.- ele olha pra Marina da cabeça aos pés.
Moiado então.- concordei.
Aí vai ter festa no sítio.- ele olha pra filipeta.
Festa da Firma?- eu ri.
Shhhh.- a bibliotecária chama nossa atenção.
Ta, distribui isso aí, quantas você quer?- ele tira uma foto e posta no status, Vitor era um dos famosos da faculdade, cursava Engenharia e ficamos na minha segunda semana.
Pedi a ajuda dele pra vender as paradinhas aqui, ele por ser bom aluno e ter carinha de sonso quem pensaria que trafica?
Me dá mais umas 100 ai vai.- entreguei pra ele.
Depois da festa a gente acerta os valores.- ele ri.- ah e avisa geral que vai ter três vans pra quem não tiver carona.
Festa do ano?- concordei.
Levantar a firma né.- dei um beijo no rosto dele.- bora Marina ?
Vamos.- ela sorri gentil pra Eliza.
Te vejo sábado amiga.- abracei ela, fui pra favela e deixei a Marina em casa e já parti pra boca.
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Melissa (Livro 2) |Pausada|
Teen FictionIntensidade, esse é o meu sobrenome, sou intensa, oito ou oitenta, ou eu te amo ou eu te odeio, ou tô contigo ou contra tu, posso ser sua melhor amiga ou sua pior inimiga. Essa intensidade toda me trouxe até onde estou agora, e pra ser sincera, se n...