70° Murilo

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 Ela me atormenta, essa é a verdade ela me atormenta, acordado ou dormindo, durante cinco anos ela me atormentou, eu sentia  cheiro dela quando eu deitava na cama, sentia suas mãos enquanto eu tomava banho, sentia sua respiração enquanto dormia e durante sexo com a Paula eu escutava seus gemidos.

Ela dançando e curtindo ontem, o jeito que ela se movia, o jeito que sorria, era como se tudo ficasse em câmera lenta, depois do baile levei Paula em casa, o caminho todo foi em silêncio, quando chegamos em frente a casa dela ela nem falou nada, só saiu, e eu não podia fazer nada porque todos os meus pensamentos estavam nela.

Cheguei em casa tomei um banho e um red bull, saí antes dos meninos acordarem, ela disse que apresentaria alguém, cada parte do meu corpo treme de ódio por saber que alguém está com ela, mas eu preciso ver com os meus próprios olhos o cara que está com ela, eu preciso ver para finalmente seguir minha vida.

(...)

- Pessoal esse é o Gui.- um carinha saiu de trás dela, moleque bonito, loirinho de olhos azuis, ele é bem tímido e carrega o sotaque francês.

Eles conversam com o garoto e poucos minutos depois ele sai para o Pedro conversar com ela, ela conta como que ficou grávida, toda a história me deixou sem rumo, saí dali e fui para o meu antigo quarto, mas ela veio atrás de mim, disse que queria conversar estamos sentados um de frente para o outro, sem dizer um A, só nos olhando .

- Você ficou chateado pelo meu filho?- ela falou e eu ri.

- Eu chateado?- ri de novo.- eu não, nem chateado, nem bravo, nem nada do tipo.

- E por que saiu daquele jeito?

- Melissa eu amo você, sempre te amei, durante os últimos cinco anos eu fiquei catando a porra dos cacos do meu coração, não só meu mas do meu filho também, eu ouvia você, eu sentia você, sonhava com você...

- E comia minha psicóloga.- eu gargalhei.

- Aconteceu Melissa, eu demorei quatro anos para ficar com alguém e você...

- Eu não quis, eu bebi demais e aconteceu...

- BEBEU DEMAIS E ABRIU AS PERNAS PARA PRIMEIRO QUE VOCÊ VIU?

- NÃO FALA ASSIM, NÃO ME TRANSFORME NUMA QUALQUER, EU SEI QUE EU NÃO SOU...

- CLARO QUE NÃO MAS AGIU COMO SE FOSSE, EU SEMPRE ESTIVE AQUI PARA VOCÊ MELISSA, AÍ VOCÊ VAI EMBORA, ME DEIXA PARA TRÁS, E ME DESCARTA COMO SE EU FOSSE UMA PORRA DE PAPEL DE BALA.- ela chora e eu ando de um lado para o outro, na verdade eu acho que a gente vai ser sempre assim.

- Eu não te descartei.- ela fala baixo.

- Claro que descartou, em vez de me ligar e falar o que estava sentido você foi beber, transou com qualquer um e ficou grávida, tu nem sabe quem é o pai Melissa.

- EU SOU A PORRA DO PAI, SOU A PORRA DA MÃE, NUNCA PRECISEI DE NINGUÉM PARA CUIDAR E CRIAR ELE.- eu respiro fundo.

- Eu estou cansado, de verdade, eu não sei mais o que fazer ou pensar.- eu sento.- eu  não sei mais o que pensar, eu...

- Não, não desiste, eu errei uma única vez, eu fui pra lá pra viver como uma adolescente de dezoito anos, mas foi um deslize um único deslize que me trouxe a pessoa mais importante da minha vida.

- Melissa...

- Não Murilo para, não desiste de mim, eu preciso de você a minha evolução é constante, deixa eu me apresentar de novo, vamos começar do 0, como duas pessoas normais.

- Eu não sei Melissa, tenho medo da gente virar um Pedro e uma Marina da vida.- confesso e ela vem pra mais perto.

- Não eu não vou deixar, vamos fazer assim vamos recomeças na segunda- feira, recomeçar como se tudo isso nunca tivesse acontecido, você como uma pai solteiro e eu uma mãe solteira e só.

 Os olhos dela estavam vermelhos e o nariz também, eu respiro fundo, consigo sentir seu cheiro e dessa vez ela realmente está aqui, ela põe a mão no meu rosto, me puxa para um abraço, aperto ela nos meus braços para ter certeza de que não é um sonho, ela sai do meu abraço e me olha.

Eu não consigo me segurar, inicio um beijo, meu coração dispara, minha língua explorando a boca dela, um gosto de menta com cerveja, ela tira minha camiseta e pula no meu colo, entrelaça as pernas na minha cintura.

Arranha minha nuca e geme na minha boca quando aperto a bunda dela, levo ela até a cama, ela deita e tira o sapato, me chama como dedo, deito por cima dela aproveitando cada centímetro do corpo dela, abro seu short, escorrego minha mão por entre suas pernas, ela esta molhada, como sempre pronta pra mim.

- Que saudade de você.- ela cochicha e rebola na minha mão.

Tirei o short e a camiseta dela, ela fica de quatro e eu tiro minha calça, em questão de segundos estou dentro dela, ela geme e agarra os lençóis aperto a cintura dela, continuo meus movimentos rápidos, os nossos corpos se chocando e nossa respiração ofegante eram os único barulhos ali, ela abafava os gemidos e pedia por mais.

O corpo dela tenciona e ela goza chamando meu nome, ela fica de frente e começa a me chupar, meu gemido sai rouco, que saudade dessa boca, ela passa a língua na cabecinha e eu vou ao céu, puxo o cabelo dela, ela se ajoelha na minha frente e põe a língua para fora e eu gozo no rosto e na língua dela.

Ela engole e limpa o rosto, deita na cama e eu fico olhando o corpo dela, deito do lado dela e ficamos quietos um curtindo a presença do outro, ela deita no meu peito e logo adormece.

(...)

- Oi.- ela acorda e me olha.

- Oi.- sorri.

- Está me olhando a quanto tempo?- ela pergunta levantando.

- Meia hora.- ela começa a se vestir.

- Vou descer, preciso ver o Gui, você vem?- ela me encara.

- Vou sair, preciso resolver a treta da Paula.-  ela suspira.

- Tudo bem, até depois então.- ela chega mais perto e me da um beijo na bochecha e sai.

Eu me troco e saio de lá, vou de carro até a casa dela, quando entro ela parece que está decidida a tomar uma decisão, ela se senta no sofá e eu me sento na mesinha no centro da sala, eu falo que precisamos conversar e ela concorda, mas ela toma a frente e começa.

- Eu me apaixonei por você, não foi uma coisa fácil de admitir, para ser sincera eu só admiti quando eu vi a Melissa chegando e você mudou totalmente, então eu decidi te conquistar, eu quero uma chance com você.- ela me encara.

- Eu... Eu...- ela sorri.

-Eu sei, mas nós nos damos bem, estamos ficando quase um ano, já conheço seus amigos, seus filhos e sinceramente eu sei que nós podemos dar certo e...

- Eu vi a Melissa hoje,- falei de uma vez e ela parou de falar.- e nós transamos.- os olhos dela se enchem d'água.

- Mas isso não quer dizer...

- Nós decidimos tentar de novo, eu nunca te enganei você sempre soube que era ela, é ela e sempre vai ser.- ela começa a chorar e socar meu peito.

- EU FIQUEI ANOS TENTANDO TE AJUDAR, EU FIZ DE TUDO PARA VOCÊ FICAR BEM E EM MENOS DE VINTE QUATRO HORA VOCÊ SIMPLESMENTE JOGA TUDO QUE A GENTE TINHA FORA POR ELA?-ela grita descontrolada.

- Para com isso, chega, eu sempre joguei limpo contigo e estou jogando agora também.- coloquei ela sentada.

- Só uma chance.- ela pede chorando.

- Desculpa, se eu fizesse isso eu estaria TE fazendo feliz e esquecendo de mim, fica bem tá.- dei um beijo na testa dela e saí, voltei para casa tomei uma banho e fui assistir desenho com os meus filhos. 

Melissa (Livro 2) |Pausada|Onde histórias criam vida. Descubra agora