- Bom dia.- abro os olhos e Murilo me entrega uma bandeja.
- Bom dia,- pego a bandeja.- que horas são?
- Oito e meia.- ele ri.
- Por que tão cedo?- suspirei.
- Vamos para a casa do Pedro.- encaro ele.
- Fazer o que?- mordo um pedaço de croissant, isso é realmente bom.
- Nós vamos conversar com eles sobre umas mudanças que vai ter.
- Mudanças? Mas que mudanças?- ele tira a camisa e põe uma bermuda.
- Você vai entender.- ele espera eu terminar de comer e me leva para o banheiro, me ajuda no banho, eu escovo es dentes e ele arruma meu cabelo.
- Isso é um saco.- ele ri.
- Só para você, eu estou amando brincar de boneca.- eu ri.
- Aff, tu não sabe como é chato ficar engessada.- ele termina e por o short em mim.
- Tu não lembra, mas eu fique quase um mês com gesso no braço.- ele ri prende meu sutiã.
- Por que?- encaro ele.
- Caí da casa da dona Cida, fui atrás de pipa.- eu ri.
- Você e meu irmão deram muito trabalho, pelo amor de Deus.- ele trás a cadeira de rodas.
- Que nada, eu sempre fui um anjo.- eu gargalhei.
- Não me faça rir, ainda dói.- ele ri e para na cozinha.
- Toma seus remédios para irmos logo.- tomei os remédios e fomos para a favela.
Assim que desci várias pessoas me olharam, esqueci que era sábado e esqueci que teria pagode hoje os pais da Patrícia vieram para perto, ficaram meio receosos, olhando e eu via os olhos da mãe dela cheios de lágrimas.
- Foi...- ela limpa os olhos.- foi ela que fez isso?- a mãe dela olha minha perna.
- Foi.- Murilo responde por mim.- não só a perna, mas os braços e a costela também.- a mulher chorava na minha frente.
- Não foi só ela,- eu tento amenizar.- tinha mais uma, Eliza, eu achava que era minha amiga, enfim não foi só a Patrícia.
- Eu não sei o que dizer.- a mulher se desculpa com os olhos.
- Eu sei o que dizer, quem vai trazer minha filha de volta, quem vai trazer ela na hora que filho dela trazer para casa a primeira atividade de dia das mães?- meus olhos se enchem.
- Deixa ela Carlos, ela foi a vitima.- Pedro fala atrás de mim.
- VITIMA? ESSA MENINA ENTROU NA VIDA DA MINHA FILHA SÓ PRA ACABAR COM A NOSSA PAZ.- ele grita e eu me assusto.
- EU NÃO VOU DEIXAR TU FALAR ASSIM COM A MINHA MULHER NÃO, SUA FILHA ERA DESCONTROLADA, ELA FEZ ISSO, MELISSA SOFREU PRA CARALHO, EU OUVI E VI VIDEOS DA SUA FILHA BATENDO NELA,ELA PERDEU MEU FILHO PORRA, E VOCÊ SÓ ESTÁ ASSIM PORQUE NÃO VAI RECEBER MAIS DINHEIRO FÁCIL.- Murilo grita o pagode para.
- Calma Murilo.- eu peço segurando na mão dele.
- Olha,- Murilo suspira.- do mesmo jeito que vocês perderam a filha de vocês, eu perdi minha mãe, elas estavam juntas nessa, ambas queriam usar a Melissa para ferir eu os outros, a Melissa que sofreu o que era para o Pedro, Dado e eu sofrer, então venha aqui falando que a errada é ela.
- Eu sinto muito menina, sinto mesmo.- a mãe dela me encara.
- Arruma a bolsa do RD, ele vai embora com a gente hoje.- eles encaram o Murilo.
- Mas ele é o nosso neto.- o velho só me encara.
- Não eu não quero tomar o lugar da sua filha na vida dele, ele vai saber que tinha uma mãe, vai saber que ela o amava.- eu respiro fundo.
- Ele vai embora com o PAI dele, quando vocês quiserem ver o garoto eu levo vocês lá em casa ou então a gente traz ele aqui.- Murilo completa.
- Tudo bem.- eles falam e saem.
- Já fala para os moleques ficarem de olho neles, quero uns de confiança na entrada.- Murilo manda e uns vapor sai.
- Vamos lá para casa o Dado ainda está aí.- eu encaro o Pedro.
- A mãe foi embora com os outros.- concordei e nós fomos para a casa do Pedro, quando chegamos até levei um susto, tio Dado com a boca cortada, olho roxo ele estava bem estragado.
- Qual foi tio, o que aconteceu?- Murilo pergunta preocupado.
- Nada demais,- ele levanta e vem até onde eu estou.- e aí gatinha, está melhor?
- Estou.- passei a mão pelo rosto dele.- o que aconteceu tio?- ele sorri.
- Só me desentendi com seu pai.- suspirei.- relaxa ele ainda continua bonitão.- eu sorri fraco.
- Por culpa minha não é?- ele nega.
- Nada do que aconteceu foi culpa sua.- ele levanta e faz uma cara feia por conta da dor eu acho.
- Vamos começar então?- Pedro fala.
- Falta o Douglas.- Leandro fala e esperamos o Douglas.
- Já é, cheguei.- Douglas fala ofegante.
- Está atrasado moleque.- tio Dado adverte e ele sorri.
- Poxa foi mal, estava jogando bola, fiquei sem plantão hoje.- ele para quando olha pro tio.- que porra é essa pai?
- Nada demais, senta aí.- Douglas senta contrariado.
- Bom,- Murilo levanta.- quando eu assumi a Melissa para todo mundo eu tomei uma decisão, eu decidi que sairia da favela e cuidaria daqui de fora, para proteger ela.- todos encaram ele sem falar nada.
- Então ele veio falar comigo,- tio Dado completa.- armamos um plano e saiu exatamente do jeito em que planejamos.
- E depois de tudo o que aconteceu com a Mel, eu tive mais certeza de que é isso que eu vou fazer.- Leandro levanta puto.
- Então é isso, tu vai sair par ficar numa boa, desfrutar de tudo o que essa vida te deu e nós vamos ficar na linha de fogo?
- Senta aí moleque, abaixa sua voz.- tio Dado aumenta a voz e Leandro senta puto.
- Eu não vou deixar ninguém na linha de fogo man...- Murilo tenta se explicar mas Doug não deixa.
- Como não tu disse que vai vazar daqui e...
- Ele vai proteger nossa irmã, olha para ela cara, tu jura que tu quer ver sua irmã assim?- Pedro corta o Douglas .
- DEIXA O CARA FALAR PORRA.- tio Dado grita e eu me assusto.
- Então eu vou ser a ponte entre a favela e o asfalto, na prisão tive contato com empresários e políticos, então como nós fazemos direito eu a partir de segunda vou ser sócio majoritário de duas empresas.- eu fico encarando ele.
- Como assim?- Leandro olha confuso.
- Essas duas empresas serão as maiores aliadas de um partido político, e com isso contamos que a favela vai crescer, podemos fazer negócios pelo país, podemos expandir isso tudo, de quebre se alguém da firma cair teremos vários advogados para ajudar.- todos encaram o Murilo.
- Tudo bem.- Douglas levanta e sai, Leandro vai atrás.
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Melissa (Livro 2) |Pausada|
Novela JuvenilIntensidade, esse é o meu sobrenome, sou intensa, oito ou oitenta, ou eu te amo ou eu te odeio, ou tô contigo ou contra tu, posso ser sua melhor amiga ou sua pior inimiga. Essa intensidade toda me trouxe até onde estou agora, e pra ser sincera, se n...