... Vou te dar a lição quando contar até três
Só mostre suas coisas ou deixe pra lá
Estou lhe avisando para tomar cuidado com o que diz
Conheço seu jogo e como você é......Porque sou mau♪
Springfield/ Oregon
27 de Agosto de 1996
MichaelBebo, e bebo ainda mais. Talvez o Martine me deixe mais calmo. Estou no local do show e até agora nada. Nada dela, nada dele. Isso me assusta. Deus como me assusta. Estou colérico. Droga, eu odeio me sentir assim, mas o ciúme me consome de cima abaixo. Sempre tentei ser o homem mais seguro do mundo em relação as mulheres que passaram na minha vida. As vezes eu me sentia tentado a desconfiar de alguma coisa, mas sempre deixava de lado. Me repreendia a sentir esse tipo de sensação. Eu sempre pensei comigo mesmo, e também após ver como meu pai tratava muitas e muitas vezes minha mãe que mulher não foi feita pra ficar amarrada. Que devemos nós homens respeitar suas vontades, desejos, todos as suas questões consigo e medos com o mundo. As mulheres já são tão taxadas por tudo e qualquer coisa que façam. Isso é cruel. Muito cruel. Então eu sempre me via no dever de ser ao menos diferente do meu pai, em relação as mulheres que eu tive o prazer de ter ao lado. Ao mesmo tempo, quando se trata de um coração totalmente tomado pelo amor, é muito difícil calar a voz passional dele aqui dentro e ouvir a razão que grita, berra bem na frente do meu rosto que esses pensamentos nem fazem sentido. Ela me ama. Eu sei disso. Não pelo o que sai doce pela sua boca, mas pelo o que posso ver nos seus olhos. Estamos felizes, nos completamos. Não falta nada pra ela, nem carinho, nem amor, nem sexo. Por que ela me trocaria ?
Está vendo, essa desconfiança toda só me faz parecer como um idiota machista. Tomo mais um gole. Encaro aquele maldito palco. Eu devia mesmo ouvir a voz da razão e ir embora, esperar ela voltar com flores e um vinho do Porto. Tratar ela com a rainha que é, e dar a ela o prazer mais alucinante possível. Mas, não, eu não consigo, estou travado aqui. Meus pés não saem do lugar. Meu corpo todo esta preso nesse sentimento ruim de estar sendo feito de tonto. Respiro fundo, torço pra que essa sensação me deixe em paz e vá embora. Bebo mais um gole de Martine. Talvez eu deva parar por aqui, estou vendo mais de um copo na mesa e talvez isso não seja muito normal.
Olhando o copo se esvaziar aos poucos, ouço assobios, palmas, gritos. Olho pro palco. A cortina se abre. Bailarinas lindas com um corpete muito sensual preto dançam uma batida muito envolvente. Ouço a voz suave do homem que tem me roubado o sossego. Até que ele canta bem. Só espero que ele fique com esses sussurros bem longe da minha abelha rainha. O show começa. Ele dança. Canta. Faz o diabo a 4. Peço o garçom mais uma dose, eu preciso beber, se não eu fico louco aqui. Então ele sumiu como fumaça e nada da B.
Amor você vai acabar me deixando louco. Eu juro que estou a ponto de subir naquele palco e procurar ela pela coxia. Camarim. Eu não saio daqui sem ela. Não saio !
Outra vez o som me deixa completamente com olhos cravados no palco. Eu conheço essa música. Bad Girl. Toca de 3 em 3 minutos nas rádios. Bebo o Martine já puro sem gelo, uma luz ilumina uma pequena parte do palco e por um elevador que me lembra muito o da Dangerous Tour totalmente sexy, uma delícia, animando meu corpo, ela surge usando um vestido que deveria ser o símbolo do pecado pelo os efeitos que ele surte em mim.
Posso dizer que eu sempre fui tão polido em relação a certas coisas, mas, ela me excita. Porra, aquelas pernas. Todo o corpo. Deus que tentação. Quando ela dança todos os meus poros criam vida. Tento disfarçar com o paletó o meu pau que ficou duro dentro da calça. Bebo ainda mais. Eu vou sair daqui muito louco de álcool e tesão, e isso é uma combinação muito perigosa.
Não tiro meus olhos dela. Linda. Linda. Linda demais. Eu amo tanto você B! Deus como eu amo. Dou um sorriso, mas ele morre em seguida. O álcool fica amargo na minha boca ao ver eles se aproximando, dançando agora juntos. Filho da puta! Tira suas mãos dela. Eu nunca fui a favor de violência, mas Deus me perdoe, vendo ele com as suas mãos por aquele corpinho lindo eu seria capaz de tudo. Respira Michael. Respira.
Fechos os olhos inalando ar. Meus olhos abrem. Não posso crer no que vejo, ela se abaixa e levanta, jogando a saia do vestido pra um lado, toda sua bunda que é só minha fica a mostra e o sorriso na boca dele de desejo fez o ciúme me cegar. Bebo mais. Mais e mais. Peço o garçom a garrafa e bebo no bico, eles dançam até a música acabar. Saio muito enfurecido do camarote, com o álcool tomando meu cérebro. Eu não consigo muito raciocinar entre o certo e o errado. E não a nada que me impeça. Que me impeça de quebrar a cara daquele babaca.
Passo por trás do palco, meu seguranças vão ao meu lado. Sou deixado passar pela segurança do evento e vou pelo corredor até a ala dos camarins. Ouço vozes e risadas. Empurro a porta com muito força e ela me olha de imediato, confusa, sem entender nada.
- Michael? – Solta a toalha que passava pelo seu rosto e abre um sorriso vindo até mim. Não a toca e me afasto devagar.
- Coloca uma roupa descente e vamos embora daqui - Digo com firmeza encarando seus olhos. Ela continua a sorrir, e vem pra me beijar. Nego e seu sorriso some. – Anda B! Tira esses trajes de groupie e vamos embora.
- O que você disse? – Sua voz soou fina. Ela está um pouco assustada e incrédula.
- Eu mandei tirar essa roupa agora, porra.
Ela se afasta. Agora eu aticei a onça com a vara curta. Com a feição de quem esta a ponto de me dar um tapa, ela respira fundo, eu sei que está contando até 3. Se afasta, fecha e abre os olhos. Talvez eu tenha brincando demais com a morte.
- Eu acho que não ouve direito.
- Você entendeu bem!
Ela gargalhou, tomada pelo ódio. Pôs as mãos na cintura. Talvez eu deva correr, só talvez...
- Que merda você acha que é pra falar assim comigo Michael ? Você vem não sei de onde, com esse cheiro de álcool, me chamando de puta. Seu babaca idiota.
- Sínica. Você está dando pra ele? Por isso que quer continuar com essa roupa mostrando todo esse seu rabo? NÃO VAI TIRAR? ENTÃO VOCE VAI VIR COMIGO ASSIM MESMO - Puxo ela pelo braço.
- Não... tira sua mão de mim - Grita e puxa com força o braço.
- Larga ela idiota – Ouço a voz dele, meu sangue borbulha pelas minhas veias.
- Babaca! Filha da puta – sem freio vou pra cima dele e soco duas vezes seu rosto. Ele me empurra sobre o sofá e vem pra cima de mim, dando um soco na minha mandíbula. O empurro sobre a mesa de vidro que quebra, fazendo com que ele corte o braço até o bíceps. O sangue jorra. Paro um segundo, respiro, vejo a merda que eu fiz. A B grita e pede pra que a gente pare. Seus olhos estão assustados. Eu não sou um troglodita, não, esse não sou eu. Uma lagrima escorre pelo seu olho esquerdo, foi eu que pus ela ali. Decaio de joelhos no chão, levo minhas mãos ao rosto e choro. Ouço meus soluços até sentir um soco contra a minha cabeça e cair de costas no chão com a vista muito embaçada. Sou atingido por um chute na costela que parece ter se quebrado, mais socos são desferidos contra mim que estou sem reação no chão. Ouço a voz da B...
- Não.. não... não. Para por favor, você vai matar ele. Usher para. Meu Deus alguém... alguém ajuda... sai de cima dele... alguém... alguém por favor.
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Dinastia
RomanceEm 1996, através do amor, às duas forças maiores da indústria irão se unir. Ela, uma rainha em ascensão. Ele, um rei consolidado. Ambos combinam em tudo, premiados, aclamados, respeitados. Juntos eles construirão um império, juntos eles formarão a...