A toda velocidade.

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NOTAS DA AUTORA: Meu muito obrigada a @beenthrough- e Triz pela betagem, minhas anjinhas. <3

Deixem um comentário falando se reconheceram alguma cena de Clinch, e, ah, me encontrem em outras redes sociais, estou sempre online pelo tt: @_lasther e ig: @ficslasther. Apoiem meu trabalho favoritando e comentando, pois assim irei saber se estão gostando ou não. Alegrem a coraçãozinho dessa autora aqui que demora para atualizar, mas que sempre volta pra vocês. <3

Boa leitura, anarquistas! ♡ 


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Dizem que sou equilibrista da minha própria história, que me mantenho na ponta dos pés em qualquer situação, mas esqueceram de mencionar que no meio desse trampolim, a oscilação engoliria tudo que restou de mim. Apontaram-me como inconsistente, meio-termo, amante da dúvida, mormaço em pleno Inverno e calafrio em absoluto Verão, quando claramente eu era Primavera. Carimbaram os meus ombros com um colete de perguntas. Questionaram a minha honra, porque para todos eles, esta valia mais do que o meu silêncio. Me colocaram à deriva, num mar aberto e de mente fechada, gritaram para que eu escolhesse antes que a terra fosse comprada à vista. O Paraíso zombava do meu jeito desengonçado de ser e da minha falta de aptidão com o autocontrole porque pra Ele, nunca foi importante firmeza.

Um pé em cada canoa e o horizonte servia-me de plateia, e eu, que do nada tinha tudo, menos o tudo que por nada eles tinham, nunca aprendi salto ornamental. Olhei para o projétil de madeira em forma de navegação, oscilei e me joguei contra a água. Eu não tinha que escolher superfície, eu era o infinito e habitável mar. E eles, que na margem eram limite, ficaram confusos. Pois quando avistei terra, ela me esperava em cima do que eles julgavam ser um problema. A extensão da ilha cercada por completa liquidez e as duas canoas, por fim, me levaram a terra firme, enquanto eles, que continuavam construindo canoas, perderam a melhor visão. O pôr do sol num domingo à tarde, era o Paraíso que tanto procuravam. E o Inferno, as suas certezas.

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ESPANHA, BARCELONA.

Baekhyun estava plantado em frente ao estúdio, à minha espera. Os olhos marcados por sombra preta, a jaqueta de couro e calça poliester faziam o estilo despojado ganhar atenção enquanto o corpo recostado na moto indicava que ele não estava completamente acordado.

Quando notou a presença de meus olhos, afogando-se em cada detalhe de sua imagem, o tatuador caminhou na minha direção e conforme a nossa distância diminuía, algo batucava meus pensamentos, alertando-me aos gritos que tomar o caminho até ali para me encontrar com um total desconhecido, era loucura. Mas era tarde demais, afinal, eu havia tampado meus ouvidos desde que eu resolvi calar a boca daquele cara com a minha.

Ele olhou para as duas direções da rua e atravessou, se aproximando de mim e da minha moto estacionada. Seus olhos passearam pela minha roupa e a risada repentina me incomodou.

― Pare de rir, idiota! ― o lancei.

― Bom dia pra você também, Senhor Riquinho! Onde pensa que vai com essa camiseta de microfibra e seu valioso Nike branco? Vamos fazer compras no shopping ou nos lambuzar de terra? Três segundos para pensar.

Tentei rebater a crítica, mas Baekhyun retirou a jaqueta do corpo e me apontou.

― Use isso ou acabará encharcado. Quantos aos pés, trate de limpá-los muito bem antes de entrar na sua casa, ou ficará encrencado depois de sujar o tapete persa dos seus pais.

Capturei a peça de roupa com a mão livre e a vesti no corpo.

― Eu já fiquei encrencado desde que pulei a janela do meu quarto só para receber as suas dicas de moda.

CLIFF | ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora