Faísque seu melhor olhar.

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NOTAS DA AUTORA: Agradecimentos especiais para a @nxshyms que é maravilhosa e tão dedicada. Muito obrigada pelo esforço de sempre. ;;

Boa leitura, anarquistas, e não se esqueçam de deixar um comentário e uma estrelinha no capítulo! ♡

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A pressa que a Poça te mandou cobranças e a inquietação veio te receber. Prontifico na tua porta e sussurro baixo o suficiente para que me ouça berrar. Sou o susto de transparecer, de ser esquecido, de morrer, de viver mais um tanto, de crescer ou de diminuir para caber em outro alguém. Sou a pressão em não me calar para desentupir o coração. Na verdade, é fácil me calcular, sou do tamanho da sua dor, da largura dos seus ombros e da altura dos seus pés. Me ajusto na sua roupagem, para exibir desleixo e eternizo o que você deixou para a volta. Um brinde ao desacato de sempre! Pois foi com a resistência que construí a ponte para levitar, com a força de ser quem eu sou que conheci a fraqueza de Roma, as torres em declínio e a derrota dos teus velhos aprendizes. Formulo a questão para estar separado em versículos, porque me nego a aparecer no seu prólogo. Me cubro com segurança, defesa imuno nada lógica. Faço a garantia do equilíbrio do que você toca e para quem você pulsa, efêmero para te lembrar de ser um pouco mais você e muito menos o que te disseram para se tornar. Sou a aversão ao escuro, para te acordar ao que não é omitido. Sou os olhos sensíveis ao óbvio, amuados em gavetas e guardados em caixas de sapato. Sou as frestas e desencontros entre as palavras, o oxigênio preso entre elas, a falta de costura porque postura é etiqueta fatigante e branco gelo, enfadonho de tanta ausência. Sou a preguiça de entender cada poço das minhas frases, porque os códigos são os meus hábitos noturnos e remar me amolam os abraços. Sou todos os meus pontos soltos, faltando ou em excesso, vagando às ruas em fase viva, anestesiando dores, cicatrizando ondas, operando marés e diagnosticado contra todas as correntes, acamado no porto resgatado para intervenção química. E pausa para respirar.

Invisível, você se porta como linha litoral. Pacífico, consistente, romance sólido, todo esse parágrafo numa macia dicção, conformado com as regras da casa para graduar-se em calmaria, poetizando pelas profundidades. Gramaticalmente correto, politicamente desinteressado, o sopro fresco num dia quente e substância em forma de narração. É o sorriso com graça, o alívio cômico no momento exato, é a extensão arrastando tudo na máxima potência e freando para resfriar enquanto eu descrevo as covas pelo caminho. Você aprendeu a assobiar para o meu coiote marinho, domesticando-o para soltar rimas pelas vertentes e o rugido, alto para as colinas, quebram grades e soldam armamento. Mas a minha estrada segue destruída, sou apenas superfície e um amuado de amniótico danificado. De pé na plateia, te assisto virar as costas porque sempre foi divertido me deixar para trás no final do seu espetáculo, deferindo nossos escassos ao invés de me doar espaço no banco passageiro.

No orvalho, a sua letra na minha, formava sinônimos enquanto na exuberância, éramos cognatos, quatro consoantes compostas em grafias diferentes. Mas eu prefiro a história incontínua, recusar a intensidade da sua catástrofe para caçar estrofes tal como um parasita, sem o infinito do teu paraíso como teto e o inferno cascata como desculpa. Procuro pela minha verdade incerta, escriturada mentalmente num bilhete em chamas e servido em forma de cinzas nos meus dias de luto.

Um Oceano tende a arrastar Poças. Portanto, que dessa vez, eu me apresse. E-discorro-para-não-me-afogar. No próximo verso, solto-te do meu hífen. E você, que aprenda a nadar.

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ESPANHA, BARCELONA.

Rodeado de ternos chiques e cabelos grisalhos. Eu estava cansado, mentalmente exausto após tantas conversas envolvendo o mesmo assunto. A minha tentativa falha de socializar, sorrindo e devolvendo com sacadas que eu discordava, era uma névoa súbita. Era possível sentir a fumaça emanando do topo da minha cabeça, como se o esforço roubasse um pedaço da minha alma e me vomitasse pouco a pouco.

CLIFF | ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora