Capítulo Um: A Volta No Passado

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Capítulo Um: A Volta No Passado

Foi a exatos dez anos atrás, tínhamos dezessete anos e ainda estávamos no terceiro ano do colegial, éramos jovens e não pensávamos em nada além de festas, pegar garotas(os) e simplesmente ser o popular da escola, além de pensar no baile de formatura, é claro.

Lembro-me que foi em um dia qualquer, ela entrou na escola como a nova aluna, seus cabelos eram em um exótico tom rosa, e ela era a mais doce e gentil garota que eu já havia visto em minha vida. Ela nunca pensou em matar alguém, ou simplesmente em besteiras que nós adolescentes pensávamos apenas para zoação, a garota era pura, pura como a neve, pura como a chuva, pura como a Lua.

Não importava o quanto você a tratava mal, ela sempre lhe respondia com um sorriso no rosto, não ligando se você tinha ou não, sido mal educado.

Ela virou o centro das atenções, por onde passava todos a admirava, e ela era considerada a garota mais bonita do colégio, já eu, era um cafajeste que só usava as meninas, mas com ela foi diferente.. quando eu a vi, eu a amei, eu queria tê-la comigo não importava se isso fosse ou não estragar a minha reputação ou coisa assim, eu havia gostado daquela pequena garota.

Se antes eu era o malandro da escola, agora eu era um bobo apaixonado.

Foi em um dia chuvoso, todos os alunos se preparavam para sair da escola correndo, já que a chuva havia sido repentina e muitos não trouxeram guarda-chuva. Ela estava ali, parada, olhando para o horizonte parecendo procurar algo ou alguém, ela parecia desapontada, ou triste, e eu como alguém curioso, decidi me aproximar.

— Oi. — Eu chamei sua atenção.

Quando seus olhos vieram até os meus, ela abriu um sorriso sincero.

— Olá!

— Está esperando alguém? — Eu havia perguntado sem rodeios.

— Na verdade estou sim, mas vejo que ele não irá vir, novamente.. — Ela sussurrou a última parte abaixando a cabeça em um olhar triste.

— Seu pai?

— Ah, sim. Ele é muito ocupado no trabalho, e sempre esquece de me buscar na escola, como minha mãe morreu, ele é o único que eu tenho. Eu não o culpo, já que ele se afunda no trabalho para esquecer dos problemas, mas ainda assim é ruim quando ele esquece de minha existência.

Eu a ouvia atentamente, eu sempre fui um péssimo conselheiro, então não adiantava nada eu tentar ajudá-la, já que se tentasse a resposta seria secamente.

— Entendo. Hum.. Deseja uma carona? — Ofereci.

— Não, muitíssimo obrigada! Mas não quero te incomodar de jeito nenhum, não se preocupe, esperarei a chuva acabar, e se não acabar, eu andarei na chuva mesmo. É bom a sensação dos pingos em seu corpo, parecemos mais leve..

— Rsrs. Por mas que isso seja como uma história bela, senhorita, ainda assim não deixarei, você pode pegar um resfriado, e isso seria mais problemas para seu pai. Deixe-me levá-la, não farei nada com você, acredite.

A garota sorriu e deu um risinho.

— Não pensei que você faria algo comigo, longe disso, você me parece confiável, apenas não queria ser um incômodo.

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