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-Eai, você topa? -Rafael, ou Cellbit como todos conheciam, tinha me enviado uma proposta, e depois de explicar como funcionaria o tal projeto eu não pude deixar de aceitar.
-Topo! -Respondi com entusiasmo, logo entrando em um grupo no Discord só pra discutir sobre esse assunto.
Já fazia um bom tempo que meu amigo vinha trabalhando em um projeto incrível, ele escreveu todo um roteiro pra um jogo do estilo RPG e convidou alguns amigos (incluindo eu) pra criarem seus personagens e fazerem parte do que ele criou. A história, até onde eu sabia, era meio de terror e suspense, envolvendo uma luta contra o paranormal e algo do tipo, ele não nos deixou saber muita coisa pra tudo ser espontâneo.
Era a primeira sessão, um piloto pra ver se a galera gostava. E devo dizer que antes de entrar na chamada eu estava super nervosa, mas depois de começar a pegar o jeito da coisa eu me envolvi muito na personagem. Era uma sensação diferente de tudo, parecido com o que você sente quando se apega à um personagem de um jogo mesmo, mas você que faz o personagem, então tudo é o dobro da emoção.
O piloto tinha sido um sucesso, maior do que o esperado. Cellbit estava super feliz em ver que tinha dado certo e foi investindo cada vez mais naquilo, até ter uma super produção foda. Na primeira temporada eu tinha me divertido muito, meu coração quase saiu pela boca algumas vezes mas eu sobrevivi, e minha personagem também por incrível que pareça! A sorte nos dados foi grande.
Na segunda temporada eu já me sentia mais confortável com a personagem, era uma parte de mim que eu tinha colocado muito carinho, então cada vez que o maldito mestre mandava rolar uma iniciativa eu já me tremia toda com medo do que ia rolar. Mas apesar de ter quase morrido umas cinco vezes, tudo acabou bem. Assim, mais ou menos, algumas cicatrizes e traumas, mas a gente releva isso.
