Lynn

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Ai meu Deus, eu tô perdida! Estou com medo de ficar nesse buraco pra sempre! O que me resta agora é gritar.

-SOCORRO! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA!

Ninguém responde. Começo a ficar desesperada. Eu nunca vou sair daqui. De repente, um galho enorme cai em cima do meu pé. Grito ainda mais, só dessa vez é de dor. Fico sentada e ponho a mão no meu pé direito. Os galhos do buraco arranham meus braços, a terra e as folhas que estão no chão sujam a minha jardineira verde. Lágrimas rolam no meu rosto e quando percebo, estou chorando muito. Alguém precisa me ajudar... Espera... O Thomas! Ele marcou de se encontrar comigo aqui no bosque CliverHood e com certeza, já deve ter chegado. Ele precisa me tirar daqui. Rápido.

-SOCORRO! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA POR FAVOR! SOCORRO!

Enxugo as lágrimas que inundam o meu rosto. Estou perdendo as esperanças. Será que o Thomas veio? Se sim, será que ele vai me ouvir e me ajudar?... A dor no pé está crescendo ainda mais. Escuto um barulho e levanto o olhar. Meu herói apareceu. Thomas Clark.

-Lynn?! Ai meu Deus, o que aconteceu?!
-Thomas... Me ajuda... Eu caí nesse buraco e acho que quebrei o meu pé... Eu tô com medo...
-Não se preocupa, eu vou te ajudar... -ele olha para o lado e diz. -Espere um momento...

Ele some por alguns segundos e quando volta, joga um cipó de aproximadamente sete metros (já que o buraco tem uns cinco metros de profundidade) e pergunta.

-Você consegue subir?
-Eu posso tentar...

Seguro firme em uma ponta do cipó enquanto Thomas segura a outra ponta. Estou com medo do cipó se arrebentar, mas percebo que ele é bem resistente. Tento não apoiar o meu pé direito para evitar a dor. Com muito esforço, consigo sair do buraco. Deito na terra e Thomas põe a mão no meu pé quebrado. Quando ele fez isso, eu grito de dor e choro.

-Lynn... Lynn, fica calma...
-Tá doendo demais, Thomas!
-Eu vou te levar pro hospital... -ele pega delicadamente os meus braços e diz. -Você está machucada.
-Mas... Como nós vamos para o hospital?
-Eu vim com o meu carro, não está muito longe.

Thomas me carrega delicadamente e fomos rapidamente para o carro. Ele teve todo o cuidado de não tocar no meu pé. Fico feliz com esse cuidado, mas ainda choro por causa da dor fuminante. Passamos por centenas de árvores, algumas folhas caem em cima da minha cabeça e Thomas as tira rapidamente.

Quando chegamos a uma área com menos árvores, vejo um Volkswagen vermelho estacionado. Thomas abre a porta de trás e me deixa deitada. Ele fecha a porta e vai para o banco de motorista. Tudo aconteceu tão rápido, o momento que ele me carregou até o momento que entramos no carro deve ter durado três minutos ou menos.

Saímos do bosque. As ruas de Cliverland surgem. O sol está se pondo e ilumina o meu rosto. Tenho que me segurar para não cair, já que Thomas está dirigindo muito rápido.
-Thomas... Thomas, eu já machuquei o pé, não quero morrer em um acidente de carro também.
-Lynn, você não pode ter machucado o seu pé, você pode ter batido a cabeça, sei lá...

Solto uma gargalhada quando escuto essa barbaridade. Bater a cabeça? Nem minha mãe exagera desse jeito.

-Thomas, não seja idiota... Se eu tivesse batido a cabeça, provavelmente eu não estaria acordada... Só sinto dor no meu pé, aliás muita dor...
-E é por isso que vamos para o hospital.
-Mas primeiro, diminua a velocidade, por favor... -levanto a cabeça e olho para trás. -Eu também tenho medo de que a polícia nos pare.

Thomas me obedece e diminui um pouco a velocidade. Olho para os meus braços e percebo que há alguns hematomas, mas não sinto dor. Me lembro de uma coisa importante; tenho que avisar isso para minha mãe. Como hoje é sábado, ela ficou em casa. Antes de eu sair, avisei para ela que sairia com Felícia para um passeio em CliverHood. É, eu sei, não deveria mentir para minha mãe, mas... Foi uma mentirinha de leve. E agora eu estou à caminho do hospital.

The CurseOnde histórias criam vida. Descubra agora