The Curse

Thomas

Lynn realmente me surpreendeu quando trouxe Max. Senti muita falta dele, de sua animação, de sua amizade... Quando abri a porta e o vi, eu chorei, não de dor mas de emoção. Eu, Max e Lynn fizemos um abraço coletivo e agradeci a ela por ter feito isso.

Ficamos alguns minutos assim, chorando e abraçados. Depois que me recupero, enxugo minhas lágrimas e comento.

-Cara... Você tá tão diferente.

-É que o namoro faz, mas... -Max me olha de cima a baixo e sussurra -Posso dizer o mesmo pra você.

Eu e Max vamos para o sofá, Lynn não se senta conosco, pois está distraída observando os cômodos que ficam ao lado da sala de estar. Max olha para as minhas veias com uma expressão de pavor e surpresa ao mesmo tempo. Suspiro e curvo as costas, quebrando o clima de silêncio.

-Lynn me disse que você está namorando a Felícia.

-É, eu estou... A gente se beijou na festa da Celina e depois disso, começamos a namorar.

-E é um relacionamento sério?

Max ri de um jeito debochado e morde o lábio inferior.

-Eu não sou você, Thomas, eu quero viver um relacionamento sério com a Felícia... Meus pais já conheceram ela.

-Nossa... Então está sério mesmo.

-Demais... Meus pais já estão pensando no nosso casamento.

Nós dois rimos ao mesmo tempo. Eu já esperava isso dos pais do Max. Voltamos àquele momento de silêncio, a expressão do Max é de dúvida, sei que ele fazer aquela pergunta, mas ele analisa as palavras com cuidado e finalmente pergunta.

-O que aconteceu com você?

-Lynn não te contou?

-Contou, mas eu não estou acreditando nessa história de briga de bar.

-Eu não estou mentindo, Max, preciso que você e a Lynn acreditem em mim.

-A gente quer acreditar, Thomas, mas isso não faz sentido... Nem que você fosse nocauteado pelo Mike Tyson você ficaria desse jeito... Essas veias, você está careca... Por favor, fala a verdade pra mim, o que aconteceu com você e quem fez isso?

Por mim, eu contaria que a Naomi jogou uma maldição em mim, que para voltar ao normal eu teria que apaixonar verdadeiramente por alguém, mas... Isso é loucura, Max e Lynn não acreditariam em mim.

-É a verdade, Max.

-Tudo bem, Thomas. -ele fala com um ar impaciente. -Eu tô querendo te ajudar, mas você não tá deixando.

Antes que eu falasse alguma coisa, percebo que Lynn sumiu. Ergo a cabeça para ver se ela está na cozinha e a chamo. Nada.

-Cadê a Lynn? -pergunto, um pouco preocupado.

-Não sei.

-Vou procurá-la. -me levanto e aviso. -Daqui a pouco a gente conversa mais um pouco.

Max mexe a cabeça como se fosse um sinal de aceitação e vou à procura de Lynn. Vou para a cozinha, ela não está lá, vou para a sala de instrumentos, também não está lá. Subo a escada, passo pelo corredor e escuto uma voz vindo do meu quarto. Me aproximo e vejo Lynn de costas para mim e falando no celular.

-Eu adoraria ir, Naomi, mas... Mas eu estou limpando meu quarto, que está uma bagunça, mesmo assim obrigada pelo convite... Tá bom... Tchau.

Lynn desliga o celular, o coloca na bolsa e suspira profundamente. Com certeza está pensando na mentira que contou para Naomi. Me aproximo cada vez mais, o cheiro de baunilha no seu cabelo chega nos meus sentidos, fecho os olhos e deixo o cheiro passar por todo o meu corpo. Quando abro os olhos, percebo que minhas veias estão vermelhas, Lynn continua de costas e nem percebe a minha presença... Bem, até agora.