Lynn

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A pergunta que está martelando na minha cabeça é 'O que realmente aconteceu com o Thomas', ele acha que eu sou ingênua o suficiente para acreditar que ele se envolveu em uma briga e acabou se transformando em um... Não sei especificar aquilo, aquelas veias são assustadoras e cobrem todo o corpo dele, aquilo não foi feito em uma briga de bar, mas então... Como isso aconteceu? Quem fez isso?

Depois que saio do quarto do Thomas, ponho a mão no meu ouvido esquerdo e aviso para Max.

-Já estou saindo da mansão, Max.

-Tudo bem... Bom trabalho.

-Obrigada.

Passo pelo estreito corredor, desço a enorme escada e ando lentamente pela sala de estar, observando a decoração. Os quadros de Picasso e Van Gogh enfeitam as paredes, a mesa de centro transparente é encantadora, mas no raque não há nenhuma foto de Thomas e sua família. Apesar de tudo ser da cor branca, o cômodo passa um clima de alegria e descontração, mas não é isso que Thomas está passando. Ele está triste, sozinho, amedrontado... Por isso prometi a ele que iria voltar a visitá-lo e eu vou cumprir essa promessa.

Saio da mansão, abro o portão e vou em direção ao Billy. Entrando lá, tiro o ponto eletrônico do meu ouvido, o guardo na minha bolsa e percebo que Max e Felícia me olham fixamente.

-Como ele está? -Max pergunta.

-Olha, eu... -passo a mão no rosto e no pescoço, um modo de tentar aliviar a tensão. -Eu não sei especificar a aparência atual do Thomas.

-Você disse que ele está careca... Isso é verdade? -Felícia pergunta.

-Sim, mas não só isso... Ele está com o corpo lotado de veias.

-Todos nós temos veias, Lynn. -Max argumenta.

-Mas são veias diferentes, como... Como se fossem tatuagens, só que elas mudam de cor automaticamente.

-Como assim? -Felícia questiona.

-Quando nós nos encontramos, as veias dele estavam com uma cor meio verde-azulada e quando eu fui embora, elas estavam vermelhas.

-Mas como essas veias estranhas foram parar no corpo do Thomas? -Max pergunta.

-Eu não sei, eu não sei... Ele disse que se envolveu em uma briga, mas eu não sou idiota, não há nenhum hematoma no corpo dele, o que aconteceu com o Thomas está longe de ser uma briguinha de bar.

-Mas tirando tudo isso, ele tá bem? -Felícia pergunta.

-Mais ou menos, ele está sozinho, precisa de uma companhia, por isso daqui a alguns dias vou voltar para essa mansão.

-Você não está falando sério, Lynn. -Max comenta.

-Você não queria informações sobre o Thomas, Max? Pois agora eu vou ir fundo nessa história e vou descobrir o que realmente aconteceu com ele.

Felícia e Max se olham e parece que estão conversando por telepatia. Em seguida, ela liga o Billy e fomos em direção à casa do Max. Durante o trajeto, não trocamos nenhuma palavra, eu estava com a cabeça encostada na janela e pensava na visita que fiz à Thomas, no jeito que ele me olhava, no jeito que ele pegou no meu braço... Ele guardou o bilhete e disse que minha letra é linda, com certeza estava sendo modesto. Me pego pensando no assunto 'Thomas quer me levar para cama', será que é verdade mesmo? Porque enquanto estávamos no quarto, ele não demonstrou nenhuma 'atitude avançada' como pegar minha mão ou tentar me beijar, mesmo com esse ponto de interrogação em cima da minha cabeça, continuo com a ideia de visitá-lo.

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