The Curse

Thomas

-Thomas... Thomas, acorda...

Abro os meus olhos sonolentos e vejo Lynn sorrindo para mim.

-Lynn... -falo com um tom alegre.

-Sai fora! Eu não sou a Lynn!

Me levanto e percebo que quem me acordou foi Max. Limpo a baba que escorre na minha bochecha e vejo que uma pequena poça de saliva se formou na mesa.

-Anda, cara, acorda! -diz Max, puxando o meu braço.

-Já estou acordado... -bocejo e limpo o canto dos olhos. -Você demorou demais.

-Desde quando você virou minha esposa?

-E que garota gostaria de ser sua esposa, Maxwell?

-Idiota, chegaram muitos livros de ficção científica e eu sou indeciso.

-É por isso que você não tem namorada, garotas não gostam de caras indecisos.

-E as garotas gostam de caras como você, não é?

-Claro.

Max revira os olhos e saímos da biblioteca. Vamos até o armário dele e ele comenta.

-Sabe quem eu encontrei na biblioteca?

-Não. -menti.

-A Lynn Carter.

-Nossa... -fingi que estava surpreso. -Que legal...

-Ela se esbarrou em mim e começamos a conversar.

Ai meu Deus! Eles conversaram!

-E qual foi o assunto? -perguntei com medo da resposta.

-Não é óbvio? O bilhete que ela escreveu pra você, eu disse que você me mostrou o bilhete.

Nesse momento, parece que a bomba de Hiroshima e os aviões terroristas que acabaram com as Torres Gêmeas atingiram todo o meu corpo. Além do Max ser indeciso, digamos que ele não sabe guardar um segredo. Quando tínhamos 11 anos, eu gostava de uma menina da minha rua e contei isso para Max. No dia seguinte, a menina apareceu na minha casa e disse.

-Escuta só, aquele seu amiguinho estranho me contou que você gosta de mim, para sua informação eu tenho namorado e gosto dele, então me deixa em paz!

Quando recebi esse fora, fiquei surpreso porque... Como uma garotinha de 11 anos tem um namorado? A partir daí, comecei a minha vida de 'pegador' e prometi a mim mesmo que eu nunca mais iria contar nada para o Max... Bem, às vezes a gente esquece as próprias promessas.

-Qual é o seu problema?! -perguntei, dando um tapa na cabeça de Max.

-Mas o que foi que eu fiz?

-Você disse para a Lynn que eu te mostrei o bilhete... Agora ela tá pensando que eu sou idiota, que estou querendo usar ela.

-Mas não é isso que você quer?

Meu cérebro congelou ao receber essa pergunta. Não quero usar Lynn, mas se eu contar a verdade para Max, ele vai espalhar para o colégio inteiro que estou interessado nela.

-Você é um idiota, Max! -falei.

-Desculpa, tá? Não precisa brigar comigo!

-Tudo bem... Mas eu deveria cortar a sua língua, seu fofoqueiro. -eu disse, dando um leve tapa no ombro dele.

-Você não faria isso com o seu melhor amigo. -Max ri e fecha o armário. -Você sabia que a festa da Celina vai ser na quarta-feira?

-Sério? Nem reparei no convite.