Eu cresci ouvindo uma história, nessa história havia os vilões e os heróis. Como qualquer história por aí. Durante anos, eu acreditei e jurei lealdade às pessoas que me contaram, e à aqueles que eu achava serem os heróis. Mas depois que fiquei mais...
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Na manhã seguinte quando Silva acordou, sentiu um vazio na cama. Olhou pro lado e não encontrou Verena deitada com ele. Ela não estava no quarto.
Bufou em frustração e começou a se arrumar. Se amaldiçoando por ter dito ontem que a amava. Não estava arrependido, mas estava com medo que a tivesse assustado. Deveria ter esperado mais. Ou ido com mais calma.
Balançou a cabeça tentando esquecer esse assunto por agora. Se prometendo falar com ela quando voltasse.
Poucas horas depois Silva estava com alguns soldados a caminho do Queimado. Ainda com o mal pressentimento. Mas ao mesmo tempo calmo sabendo que Verena estava bem protegida na escola.
Estava guiando o caminho quando viu uma figura encapuzada entre as arvores. Quando desceu para tentar ver melhor a figura correu pela floresta indo para longe. Decidiu voltar para o carro querendo acabar logo com isso. Mas um rosnado o fez parar e seu coração acelerar. Ouviu o rosnado de novo junto com os passos da criatura correndo pela floresta. Olhou em volta temendo o pior. E agradeceu novamente por Verena não estar lá com ele.
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Verena não dormiu no quarto noite passada. Ela nem pregou o olho.
As palavras de Silva ecoando repetidamente na sua cabeça. Tentou treinar pra se distrair e soltar as suas frustrações no saco de pancadas. Tomou um banho em seu antigo quarto, que agora estava vazio, na esperança da água a acalmar. Nada funcionou.
O dia amanheceu e ela não teve coragem de voltar e falar com ele antes dele sair. Ficou sentada em um banco no campo de treinamento. Todos os alunos estavam dentro da escola então ela aproveitou para ficar sozinha no silêncio.
Pensou em várias formas de se explicar e se desculpar. Então sua mente foi invadida por sussurros. Sussurros que ela achou que nunca mais ouviria.
Uma voz ficou mais alta que as outras. Era uma voz feminina, delicada e calorosa. Tão familiar que sentia o nome na ponta da lingua. Mas simplismente não conseguia se lembrar. Seus poderes pareciam fora de controle. Sentia que aqualquer momento eles a queimariam de dentro pra fora. Ao mesmo tempo sentia que sua mente tentava ficar fora do próprio corpo. Como se algo a puxasse para longe de si. Não conseguindo controlar expandiu seus poderes fazendo com que sentisse mais de uma emoção e escutasse mais de uma voz dentro de sua cabeça. Com a dor colocou as mãos na cabeça e caiu de joelhos no chão soltando um gemido de dor. A grama a sua volta começou a queimar. Seus olhos brilhando em vermelho e dourado. Fleshes de uma vida que ela não conhecia passaram diante de seus olhos. E por algum motivo sentiu uma imensa saudade. Mas não sabia de quem ou o que.
Então tudo parou. Sentia-se no controle do próprio corpo e dos poderes novamente. Soltando um suspiro de alívio voltou a se sentar no banco e apagou as pequenas chama que havia criado. Mas seu momento de alívio não durou muito porquê um mal estar a atingiu como um soco no estômago. Algo ruim estava acontecendo.
