Eu cresci ouvindo uma história, nessa história havia os vilões e os heróis. Como qualquer história por aí. Durante anos, eu acreditei e jurei lealdade às pessoas que me contaram, e à aqueles que eu achava serem os heróis. Mas depois que fiquei mais...
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Silva acordou com um som de piano. Abrindo os olhos, viu o quarto iluminado pelo sol que passava por uma pequena fresta entre as cortinas. As paredes claras, diferente de seu quarto em Alfea, passavam uma sensação de calma.
A musica continuou a tocar pela casa. Curioso para saber de onde vinha, se levantou e esticou o corpo e foi até o banheiro jogar uma água no rosto. Saindo do quarto, andou pelos corredores até chegar a escada. Chegando no primeiro andar seguiu a melodia até uma porta branca aberta. O quarto era espaçoso e bem iluminado por grandes janelas abertas. Uma brisa suave e doce dançava pelo cômodo. Não havia móveis. Apenas um grande piano preto e uma arpa dourada um pouco mais fundo no cômodo.
No piano, Verena estava sentada com Cassian em seu colo, que assistia admirado as mãos de sua mãe tocar as notas.
Silva sentiu sua boca abrir com a surpresa, impressionado com a delicadeza dos dedos de Verena nas teclas. Se encostando no batente, sentiu a paz o tomar. Ela continou a tocar sem se virar para ele. Ele sabia que ela havia notado a presença dele, mas decidiu ignorar.
Quando ela terminou, deu um beijo na cabeça de Cassian e finalmente se virou para Silva.
- Bom dia, papai - Cassian sorriu alegre.
- Bom dia garotão. Dormiu bem? - Silva devolveu o sorriso.
Sorrisos identicos. Verena pensou com o coração acelerado.
- A mamãe dormiu comigo. Então sim. -
- Cass, vai acordar o tio Nicolai e Dorian pra vocês arrumarem a mesa pro café da manhã - Verena colocou ele no chão delicadamente.
Antes de sair correndo pela casa, Cassian fez Silva se abaixar para um abraço e um beijo de bom dia.
Sem olhar no rosto do homen, Verena voltou sua atenção para o piano, colocando o pano de veludo em cima das teclas e o fechando.
- Não sabia que tocava - Silva disse tentando soar amigável, mas falhou deixando que a raiva e o julgamento ficassem evidentes em sua voz.
O corpo de Verena ficou rigido e seu coração afundou.
- Pode adicionar isso a lista de coisas que não te contei - suspirou ainda de costas pra ele. - Nunca surgiu o assunto pra te contar. E nunca parei pra ver se tinha um piano na escola então...- deu de ombros
- Como aprendeu? -
- Meu pai tocava e minha mãe também. Mas o preferido dela era a harpa. Qundo viram meu interesse, me ensinaram. -
Um silêncio doloroso e desconfortável cresceu entre eles.
- Eu lembrei deles - Verena sussurrou - Seus rostos, seus nomes. Me lembrei de tanta coisa ontem -
