O Irmão Ogro III

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Sai de casa antes do jantar acabar, caminhando sem muito destino. Só queria espairecer quando encontrei um amigo e ficamos conversando. Voltei pra casa já eram quase duas da manhã. Subi pro quarto evitando barulho já que a casa estava em silêncio. A porta do quarto estava fechada, de certo Bruno já dormia. Empurrei devagar até ver a pior cena da minha vida. Priscila de quatro enquanto Bruno a comia com força, os dois cuidando pra não fazer nenhum barulho.

- Eu não acredito nisso!

Os dois pararam e me olharam. Bruno com certo ódio! Simplesmente se vestiram rápido e desceram e eu ainda lá na porta surpreso pela situação. Nem sabia o que fazer, aquela imagem nojenta não saia da minha cabeça. Decidi ir beber um copo de água. Minha ideia teria sido ótima se eu não tivesse o encontrado na cozinha, pelo menos ele estava sozinho. Estava sério e fixou seu olhar em mim quando fui buscar a água. Decidi que não tocaria no assunto, mas tive que ouvir:

- Foi mal Carlos, eu achei que você fosse dormir fora de casa.

- Eu não tenho esse costume não, você poderia ter me poupado. Imagina se fosse o contrário.

- Nossa, eu ia ficar puto cara. Imagina um cara comendo meu irmão. Ia ser foda esquecer.

Acho que a vontade dele era jogar minha sexualidade na minha cara o tempo todo. Só fiz sinal de negação com a cabeça e subi pro quarto. As lágrimas saiam porque eu não sabia mais por quanto tempo eu aguentaria aquela situação. Ele ficaria me crucificando até eu contar pros meus pais? Que merda! Já chorava intensamente quando vi ele na porta. Ele me olhava com certa pena que me deixava mais nervoso. Estava na situação de submissão, o coitado sendo rebaixado pelo irmão garanhão.

Maldita hora que ele chegou.

Bruno se aproximou, parecendo preocupado e morrendo de pena de mim:

- Ô mano, foi mal. Queria te deixar desse jeito não. É que eu não sei ser muito bom com as palavras.

- Não tem problema não Bruno. É bom que eu já vou me acostumando com isso pra quando meus pais descobrirem.

Me virei e fui dormir. Ele não disse mais nada. Apenas foi pra sua cama e dormiu também. Sonhei com ele me batendo por que me viu beijando um cara na balada. Que sonho péssimo. Acordei e já não tinha mais ninguém em casa. O telefone tocou e era Thaís me chamando pra ir a casa dela. Vinte minutos depois e eu estava lá. Era muito bom estar com ela, já que era a única pessoa que sabia de mim, além do ogro. Podia conversar com ela sobre tudo e essa era minha ideia quando cheguei lá, contar a situação com Bruno e tentar ouvir um conselho proveitoso.

Mudei de ideia ao ver quem abriu o portão! Que cara era aquele. Lindo, moreno, alto (bonito e sensual kk), aparentemente da minha idade, olhos pretos e bem expressivos e uma boca... que boca! Até de desconcertei:

- Oi... é... a Thaís... tá aí?

- Oi, tá sim. Eu sou o Marcos, primo da Thaís.

- Marquinhos, é você?

Nossa! O cara estava enorme e lindo. Brincávamos juntos quando crianças e estudamos juntos todo o ensino infantil. Ele me abraçou e senti um tesão incrível. Tudo nele chamava minha atenção. Despertei desse transe quando ele me puxou pra sala e Thaís apareceu fazendo um escândalo básico. Conversamos até a tardinha, tomamos sorvete e relembramos o passado. Que delicia que foi, fora a companhia do Marcos. Perfeito.

Voltei pra casa muito mais feliz e animado. Muito disso acabou quando entrei e Bruno parecia estar me esperando no sofá:

- Demorou hein carinha, estava te esperando desde que cheguei.

- Pode falar.

Decidi ignorá-lo. Seria melhor do que dar confiança e depois chorar por ser humilhado.

Decidi ignorá-lo. Seria melhor do que dar confiança e depois chorar por ser humilhado.

- Queria te pedir desculpas maninho, fui meio intolerante contigo. Me perdoa?

- Tá tudo bem, relaxa.

Como eu era mentiroso!

- Ótimo, mas já que tá tudo bem, bora sair comigo hoje?

- Se eu puder chamar meus amigos, pode ser...

- Epa, tá com medo de sair comigo?

Nesse momento me veio o sonho. Que medo! E que bobagem né. No final das contas ele aceitou que meus amigos fossem. Decidi nem chamar muita gente pra não render. Chamei só Thaís e Marquinhos. Fui na casa dela de novo só pra avisar, mas ela não estava. Quem atendeu? Marcos né.

- Já tá com saudade gatinho?

Imaginem que eu tremi na base né.

- Ainda não Marcos, afim de sair comigo hoje?

- Só nós dois?

Tive que rir né.

- Não, seu bobo. Eu, você, a Thaís e meu irmão. Topa?

- Se só dá pra ser assim né.

Me despedi e voltei pra casa ainda pensando no quanto ele era bobão em ficar me iludindo. Depois quem sofreria era eu. Cheguei em casa e fui me arrumar, avisei a Thaís que topou na hora e me arrumei bastante.

Meus pais liberaram o carro pro Bruno (aff) e fomos. Fomos pra um barzinho bem tranquilo. Estaria tudo tranquilo se Marcos não ficasse me olhando tanto, Thaís se jogando pra cima do meu irmão e o Bruno com uma cara deplorável. Nem eu entendia. A única coisa que eu sabia era que Thaís estava exagerando. Tinha bebido duas garrafinhas de Ice e já estava agindo como uma piriguete bêbada. Marcos começava a me irritar também. Numa das indiretas "gracistas" dele eu tive que perguntar:

- Vai ficar me cantando até eu ceder ou até você cansar da brincadeira?

Me surpreendi com Bruno:

- Vou no banheiro e já volto.

Thaís começou a se tocar que estava exagerando, mas Marcos continuou brincando. Passava a mão na minha perna e ria com um sorriso que estava me deixando louco. Falava bem perto do meu ouvido e Bruno com a mesma cara de morto de antes.

Marcos estava me fazendo perder o controle e em pouco tempo eu já estava excitado. Bruno começava a ser grosso com todo mundo, inclusive comigo. Imaginei ele quase matando o Marcos depois da piadinha:

- Bruno, você como irmão devia proibir o Carlinhos de sair tão gatinho de casa!

Bruno fez uma cara que nunca tinha visto:

- Acho que eu devia proibir essas companhias idiotas dele. Vamos embora!

Ele foi no balcão, pagou a conta e nos esperou no carro! Até eu fiquei com medo. Seguimos e decidi ir atrás com Marcos, confesso que queria ver no que ia dar aquelas cantadas todas. Thaís foi na frente, apenas cantando enquanto Marcos me abraçava e cantava no meu ouvido., não me contive:

- Marcos, me fala o que você quer com essas brincadeiras todas? Você deve saber que eu sou gay e fica me testando.

- Vou te mostrar o que eu quero.

Ele simplesmente segurou meu pescoço e me beijou. Tá certo que não foi o melhor beijo da minha vida, mas eu adorei, principalmente a atitude. Foi maravilhoso. O beijo foi rápido, mas senti algo muito forte. Fomos parando com selinhos e só me lembrei de onde eu estava quando Bruno parou o carro na esquina e mandou:

- Bora descer playboy?

O Irmão Ogro 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora