O Irmão Ogro XVI

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Estava demais até para mim. Bruno estava decidido. Mais uma vez eu estava feliz por isso, mas estava muito triste. Eu não sabia que causaria tanto mal a ele. Incrível como a história modificou. Se há dois dias atrás eu o culpava de ter sido covarde, agora eu o entendia. Minha vontade era de sair dali e ir pra bem longe. Por mais que eu sofresse, talvez fosse melhor cada um ir pro seu lado e evitar tanto sofrimento. Se fosse pra sofrer que eu sofresse sozinho. Angélica continuou:

- Mas eu vou tomar uma atitude. Carlos, pegue suas coisas e vai pra rua. Você não fica mais na minha casa e eu vou ligar agora pro seu pai. Duvido que ele aceite essa pouca vergonha.

Decidi nem argumentar, mas Bruno disse alto:

- Se a senhora continuar com essa parada eu vou junto com ele e nunca mais olho na sua cara. E aí, como vai ser?

- Mas eu vou tomar uma atitude. Carlos, pegue suas coisas e vai pra rua. Você não fica mais na minha casa e eu vou ligar agora pro seu pai. Duvido que ele aceite essa pouca vergonha.

Decidi nem argumentar, mas Bruno disse alto:

- Se a senhora continuar com essa parada eu vou junto com ele e nunca mais olho na sua cara. E aí, como vai ser?

Angélica baixou a cabeça e começou a chorar. Aquilo estava me matando. Uma mãe chorando por não concordar com os rumos que o filho resolve tomar. Nem nos meus piores pesadelos eu imaginava isso. Mas ela voltou atrás:

- Tá Bruno. Ele vai ficar aqui e eu não vou avisar ninguém. Mas eu não quero nem ver qualquer tipo de pouca vergonha enquanto eu não resolver essa história.

- Mãe, essa parada já tá resolvida. Eu vou ficar com ele e ele vai ficar comigo. Acabou.

Ela foi para seu quarto e Bruno estava chateado, mas eu estava mais. Muito mais. Aquilo me destruiu e ele percebeu:

- Ei, eu também não esperava desse jeito não, mas a gente vai ter que enfrentar essas merdas também né?!

- Claro. Fazer o que né?

- Pois é. Agora bora melhorar essa cara e sair?

- Vamos sim. Eu preciso tomar um banho e aí me arrumo melhor.

- Hum. Banho é? Tive uma ideia bem legal hein.

Sua cara de safado me conquistava, mas a razão ainda falava mais alto.

- Pode parar seu tarado. Respeitaremos a casa da sua mãe, ok? Bom, me mostra onde eu posso me instalar.

Alguns minutos depois e já estávamos prontos para sair. Nossa, e Bruno estava lindo. Ele era lindo de qualquer jeito, mas estava caprichado. Um boné virado pra trás o deixava com uma carinha de safado, junto com uma camiseta que deixava seus braços bem a mostra e uma calça jeans clara, contrastando com sua pele morena. Perfeito!

Fiquei olhando e ele não perdoou.

- Quer pra você?

- Quero, me dá?

Ele começou a rir e me beijou.

- Você tá muito gato viu.

- Você que tá Bruno. Aliás, eu já disse que sou ciumento?

- Nossa. Vou adorar fazer ciúmes em você viu.

Comecei a rir tentando achar graça no que ele tinha falado. Ele me pegou pelas mãos e fomos em direção à garagem. Não vimos mais sua mãe e isso foi muito bom. Chegamos à garagem e eu olhava espantado:

- Que foi? Tá com medo é?

Ele ria de mim, mas eu realmente estava com medo. Que moro era aquela? Nossa. Já tinha visto, mas nunca imaginei montar nela.

O Irmão Ogro 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora