7° Capítulo - Sophie Bennett

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(you were good to me – Jeremy Zucker & Chelsea Coutler)

1 ano e 6 meses antes...

Já esteve em uma festa com pessoas dançando, sorrindo, alcoolizadas ou entorpecidas? Já esteve em meio a aquelas dezenas de pessoas e se sentiu sozinha?

Se sim. Fico feliz de não ser a única. Caso contrário, bem vindo a triste e "artificial" vida de Sophie Bennett...

Tocava alguma música eletrônica, tinha DJ, jogos de luzes, bebidas, não faltava nada para ser uma festa de arromba.

Mas me sentia vazia, sozinha em meio a todas aquelas pessoas e sabia que quando todos fossem embora não seria diferente de agora. Só seria visivelmente solitário como sempre.

Forcei um sorriso para aquelas garotas que chamo de 'amigas', mas para lembrar o nome preciso olhar em alguma rede social.

Subi para o segundo andar e fui até meu quarto, expulsei aquele trisal que se pegava na minha cama.

Após saírem segui até o espelho e fiquei me observando na frente dele, essa roupa custou alguns milhares de dólares, mas nada parece ficar bom no meu corpo.

Meu quadril é largo e quase sempre minha barriga está inchada e não importa o quanto eu coloque tudo que como para fora seja vomitando ou com laxantes, isso não muda.

Meus pais não permitem que faço cirurgias e como ainda não tenho idade, não posso fazer por conta própria.

Coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e ergo o rosto procurando alguma papada, flacidez.

Desvio o olhar não conseguindo olhar para mim mesma, queria ser como Abby, ela é perfeita, seu corpo, cabelo, pele. Parece que aquela maldita garota nasceu com tudo perfeito.

Sua vida cor de rosa e todos os garotos babam por ela, enquanto eu vivo as suas sombras. Todos se aproximam de mim porque sou amiga dela. E só sou amiga dela, porque é a forma que consegui de me destacar.

Em Sun-hill tudo é assim, artificial, mascarado da forma mais cara que pode por fora e arruinado por dentro. Um usando o outro da forma que mais convém, nada é real. Tudo é status.

Meus pais vivem viajando e a casa que tem mais de uma dúzia de quartos está sempre vazia, empregados perambulam como zumbis. Não reconheço metade deles.

Carl entrou e sorriu nitidamente alterado seja por drogas ou álcool não me importo, me abraçou por trás e posso sentir sua ereção. Me virou de forma brusca me beijando e me conduzindo até a cama.

E por mais que eu não esteja excitada, talvez ele me faça sentir algo, qualquer coisa que não seja esse vazio. Podia sentir me invadir como se me rasgasse por dentro e nem mesmo esse incômodo faz esse vazio parecer menor, parece o aumentar.

Olhava para o lado podendo ver minha janela aberta, o céu de Califórnia não é mais brilhante do que o de qualquer outro lugar, nos sentimos tão especiais e tudo aqui é como em qualquer outro lugar fodido, só com uma faixada melhor.

Mas no mundo é assim, a maldita aparência é o que conta e nos auto-destruímos atrás dessa aparência perfeita que poucos felizardos tem.

Sinto-o apertar meu rosto aumentando a intensidade com que me penetra, tentou levantar meu vestido, bato na mão dele que parou de tentar me despir e se concentrou em o que fazia.

Só queria que acabasse logo aquele incômodo, mas ele não dura muito tempo, posso ver ficar vermelho e sua respiração ficar bufante, contraio apertando-o dentro de mim e ele grunhe como um animal abatido, caiu sobre mim arfante.

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