Bruno
Aproveitei um tempinho do sábado para levar minha princesa ao parquinho, ela estava me cobrando há algum tempo e eu sempre estava adiando. Levei um dinheiro para lhe comprar ao menos uma pipoca e deixá-la mais distraída. A levei em um parquinho que fica a umas três quadras da sua creche e ela sempre me pede para pararmos lá, porém, como sempre estou correndo, nunca consegui, então hoje resolvi levá-la.
Sábado à noite no bar foi a mesma coisa de todos os finais de semana: o bar cheio demais, cortesias, muita cantoria e hora extra. A diferença é que nessa noite eu tinha ganhado uma boa gorjeta, algo em torno de 100$ e isso me deixou muito feliz.
Passei um domingo bem tranquilo com minha filha, assistimos Tv, comemos, brincamos, enfim, nada de diferente. Durante a noite, tomei um banho, me arrumei e segui para o bar.
Quando cheguei, passei direto pelo salão como sempre e fui buscar meus equipamentos e na volta me deparei com Camilla um pouco atrapalhada com algumas garrafas nas mãos. Foi impossível não notar a sua roupa, ela estava linda, com um vestido vermelho, sandálias e os cabelos arrumados em uma trança mal feita.
— Ajuda? — questionei e ela me olhou.
— Se não for incomodo... — responde um pouco mais seca.
— Imagina! — pego algumas garrafas ao deixar o meu equipamento no caminho, levamos para o salão e eu deixei em cima do balcão.
— Obrigada, Bruno
— De nada, Camilla! — dou as costas, vou buscar meus equipamentos e arrumar para trabalhar.
A noite, como em todos os domingos, estava mais do que tranquila, parada, tanto que Miguel disse que nem precisava ficar por ali tocando e que iria encerrar mais cedo. Camilla e eu mal nos olhamos, pior nos falar, tínhamos nos afastado demais e isso estava me deixando realmente mal. Pensei em ir puxar assunto, mas ela estava bem na dela e como não teria o que falar, preferi ficar na minha. Por volta de meia noite estávamos fechando as portas.
Ela se despediu de todos e saiu na frente. O meu caminho era muito parecido com o dela, a diferença é que ela entrava em uma rua e eu duas a frente, porém assim que sai do bar, ainda era possível vê-la e não pude deixar de notar que tinha um cara a seguindo. Confesso que pensei em seguir o meu caminho, mas foi mais forte do que eu, ao invés de seguir para entrar em minha rua, entrei na mesma rua que ela e como pensei, o cara também tinha entrado.
Quando notei que em uma parte mais escura ele apressou o passo, fiz o mesmo e andei mais rápido, porém estava muito distante e ele iria alcançá-la mais rápido do que eu.
— CAMILLA! — grito seu nome, ela para no mesmo instante e olha para trás. O homem disfarça e eu corro em sua direção.
— Bruno? — me olha confusa e eu envolvo o meu braço em seu ombro.
— Você anda muito rápido, amor. Te pedi para ir devagar que eu já viria! — lhe dei um selinho e ela me encara sem entender absolutamente nada.
— Bruno... — ela tenta falar algo, porém a interrompi novamente.
— Vamos pra casa, está tarde e está ficando frio! — faço com que ande e ela obedece mesmo sem entender absolutamente nada. — Um cara estava te seguindo e certamente iria fazer algo com você. Não dá para ficar tão distraída assim durante a madrugada por aqui, Camilla! — digo baixo e ela envolve o seu braço em meu corpo, andamos abraçados.
— Obrigada! — agradeceu baixinho acompanhando os meus passos.
— Você está bem?
— Sim, estou!
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Love Unfamous
FanfictionJá ouviu uma música que diz "Amor é um fantasma que você não consegue controlar"? Essa facilmente poderia ser a trilha sonora da história de Camilla e Bruno. Camilla saiu de Cuba, sua terra natal, para NY, disposta a mudar de vida. Bruno é um pai so...