Capítulo VIII

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Bruno


Tenso. É o mínimo para descrever essa manhã quando saí para trabalhar.

Por ser sábado, não tem creche e quem vem ficar com Hope para que eu possa ir trabalhar?


Exato!


Ela chega e nem bom dia me dá, muito menos feliz aniversário. A única coisa que pergunta é pela Hope, se ela ainda dorme.


— Sim, está dormindo! — respondo e coço a nuca sem saber por onde começar. — Olha Sheyla, sobre ontem...

— Está tudo bem...

— Não está, eu não queria ter te chamado de criança.

— Mas me chamou e me deixou magoada! — ela não me encara e eu me sinto um merda.

— Eu só queria dizer que eu te conheço desde pequena e não me sentiria bem, entende?

— Entendo, está tudo bem, não se preocupe com isso. Já entendi.

— Só quero... — dou um passo em sua direção para tocar em sua mão, mas ela recua. — Te pedir desculpa pela forma que falei.

— Está desculpado. Fica tranquilo, como sempre, a Hope estará em boas mãos.

— Eu sei disso — tento forçar um sorriso, pego o meu chapéu e saio em seguida.


Confesso que está sendo uma merda me concentrar para trabalhar hoje, tudo por causa dessa madrugada infernal. Primeiro o beijo, que a contragosto, não deixo de assumir que foi muito bom e apenas despertou a vontade de transar que estou segurando a algum tempo. Porém com Sheyla, está fora de cogitação.

Depois Camilla, com sua boca e seus olhos penetrantes que nesse momento seria incrível poder beijar.

Hoje saio do trabalho às quatro da tarde, ainda é pouco mais de duas. Acabo de voltar do almoço quando sou chamado na sala da nossa contadora, Dayse. Não vejo motivo para ser chamado, porém só saberei o assunto depois que estiver lá.

Bato na porta, ela me manda entrar e fechar, assim o faço. Ela está digitando algo em seu computador, então me acomodo à sua frente e espero que ela termine.

Dayse deve ser um pouco mais velha, por volta dos trinta anos. É uma mulher muito bonita, de pele bem clara, cabelos lisos e traços finos, parece uma boneca de porcelana de tão delicada. Não é de hoje que olho para essa mulher, admito que por várias vezes já senti vontade de chamá-la para sair, mas, devido a minha posição por aqui, achei melhor não arriscar o meu pescoço. Afinal, ela tem o poder de demitir quem quiser a hora que quiser e eu preciso muito desse trabalho para colocar tudo a perder por um rabo de saia.

Por um segundo ela se levanta e vai até os arquivos, está vestindo uma blusa branca de botões por dentro de uma saia que vai ate um pouco abaixo do joelho que não daria margem para absolutamente nada, se ela não fosse apertada até demais e com a porra de uma enorme fenda na parte de trás deixando ela ainda mais gostosa.

Sinto algo me incomodar quando se curva para acessar uma das gavetas na parte de baixo, se empinando inteira. Puta que pariu!

Meu Deus, essa mulher está querendo me provocar e do jeito que estou hoje, isso não vai dar certo. Me arrumo na cadeira quando noto que os meus pensamentos já estavam longe demais e estou completamente duro. Respiro fundo e ela olha em minha direção.

Love UnfamousOnde histórias criam vida. Descubra agora