Capitulo 4- Chá de Melissa com mel

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Alguns minutos depois, eu e Arão estávamos em um antigo relicário no bairro da Glória no Rio de Janeiro. Entramos em um prédio muito antigo, próximo ao antigo hotel da Gloria, Arão deu várias voltas de carro antes de entrar neste local para ter a certeza de que não estava sendo seguido. O relicário da Glória, era bem parecido com o da minha família, entretanto, um pouco mais "sombrio". As paredes eram de tijolos e madeira maciça, a luminária no Centro do saguão principal era linda e me fazia lembrar um caracol de cristais acima de nós, eu me senti em uma lojinha do filme "Harry Potter" atrás da minha varinha. Estantes com muitos livros antigos e paredes com o pentagrama que encontrei na parede na casa da minha avó.

- Boa tarde Julietta! - Disse uma senhora bem velhinha entrando no saguão.

- Boa tarde! - Respondi um pouco confusa.

- Arão meu querido, nos faça um chá de Melissa com mel por favor! - Disse a senhora em direção ao rapaz.

Ele saiu e a senhora de cabelos curtos brancos e olhos azuis sentou-se de frente pra mim em uma cadeira, parece que pensou bastante na maneira como ia colocar as palavras.

- Você está bem criança? Se machucou?

- Não senhora! Obrigada!

- Meu nome é Eleonora Deshayes, esse nome é familiar para você?

Parei por alguns minutos tentando lembrar onde eu havia escutado esse nome não me era estranho.

- Sou uma velha conhecida da sua família Julietta.

- A senhora me desculpe se achar meu comentário um tanto louco, mas eu juro que já estive com a senhora em um dos meus sonhos.

Eleonora sorriu e por fim perguntou :

- Eu estava com essa mesma aparência?

- Não me recordo! Mas se a senhora puder me explicar por qual motivo estou aqui e porque Arão me salvou no momento certo, eu serei capaz de entender perfeitamente.

- Pois bem minha criança! Eu vou lhe contar!

A velhinha esquisita pegou uma bandeja e trouxe três xícaras em nossa direção, Arão em seguida entrou na sala com um bule e um pote de mel. Eleonora me serviu uma xicara de chá e Arão nos fez companhia a partir desse momento.

- Diga- me criança, em qual data e local você nasceu?

- Dia 2 de Julho de 1992 em um hospital em Laranjeiras. - Respondi olhando para Eleonora.

Arão por fim entrou na conversa:

- Se eu te disser que você nasceu 2 dias antes e que você nasceu no Uruguai  sob escuridão de um eclipse total do Sol, você acreditaria em mim?

- Isso faria sentido aos sonhos que venho tendo. - Respondi olhando para Eleonora.

- Julietta minha filha, você descende de uma das famílias mais antigas da Inglaterra desde os tempos da inquisição, sua família conversou algo contigo quando era pequena? - perguntou Eleonora.

- Sobre o poder da luz?

- Sim!

- Para ser sincera eu nunca acreditei muito nisso! - Respondi fazendo desdém.

Eleonora levantou, abriu uma porta atrás da estante de livros, e revelou um outro local, uma biblioteca dentro da estante, ela se direcionou até o ponto central da biblioteca onde havia um pentagrama desenhado no chão, bebeu um gole do seu chá de Melissa e por Fim disse:

- É melhor começar a acreditar a partir de hoje!

Herdeiros da luz  - A distribuição do poder Onde histórias criam vida. Descubra agora