Herdeiros da luz - A distribuição do poder

Capitulo 11 - A declaração

Cheguei em casa enfurecida,  eu sabia que eles tinham razão mas eu não gostava de ser excluída de tarefas importantes. Tomei um banho,  coloquei uma roupa confortável e velha,  fiz um sanduíche e fiquei assistindo TV, alguém bateu em minha porta, olhei no olho mágico da porta era a Dona Francesca minha vizinha de porta.

— Julietta minha querida,  que bom que consegui te achar em casa!

— Oi Dona Francesca! Tudo bem?

— Tudo bem sim,  Minha querida,  estou viajando novamente,  você pode cuidar da Lolita por favor?

Lolita é uma cachorrinha da raça maltês que eu amava cuidar,  sempre que Francesca precisava viajar deixava ela comigo. 

— É claro que sim!! — Respondi sorrindo e pegando Lolita no colo.

— Muito obrigada minha querida,  eu retorno no dia 29. Aqui nessa sacola tem tudo o que precisa. 

Quando Francesca mencionou o dia 29, eu me arrepiei dos pés à cabeça e senti um certo nervosismo. Pensei enquanto me despedia da minha vizinha: O dia do Eclipse. Nos despedimos na porta,  eu entrei com Lolita e deitamos no sofá assistindo filmes antigos. Ouvi batidas na porta novamente,  provavelmente Francesca esqueceu de me entregar alguma coisa,  e na hora que eu abri a porta,  tive a sensação de flutuar,  parece que minhas pernas falharam e meu coração que sempre foi muito calmo acelerou de uma forma brusca na qual tive a ligeira sensação de que ele sairia pela minha boca!  Cory Waite estava na minha porta.

— Desculpe a pergunta irônica,  mas isso não é um sonho?  — Perguntei tentando me recuperar do susto.

      — Não! Acabei de voltar do trabalho de Daniel  — Respondeu Cory sorridente. 

— Perdão Cory! Nem te convidei,  quer entrar?

Lolita nesse instante apareceu na porta e começou a latir para Cory. 

— Não sabia que tinha cachorro!

— É da minha vizinha,  ela viaja e eu sempre cuido dela.

Cory Waite enfim entrou e se acomodou em meu sofá,  eu tratei de colocar Lolita em uma caminha confortável na lavanderia , tentei me ajeitar o quanto pude já que eu usava os trajes mais velhos que tinha. Cory parecia nervoso,  estava inquieto sentado no sofá,  enfim quando cheguei ele pôs a falar:

 — Desculpe a forma como trarei você hoje,  fico muito preocupado com a sua segurança. 

— Não precisa se preocupar Cory,  eu sei que tem o Conselho,  e você corre um grande risco.. e...

Cory me interrompeu. 

— Eu preciso falar ... preciso conversar com você,  é muito importante pra mim,  sinto que se eu não tiver essa conversa contigo hoje eu posso enlouquecer.

— Nossa! Você me deixou preocupada agora Cory. 

Cory pegou uma de minhas mãos,  levou até sua boca e beijou,  foi uma das melhores sensações que eu senti até hoje. 

— Não estou preocupado com o conselho,  estou preocupado com você,  não posso deixar nada de mal te acontecer, entretanto,  eu tenho medo Julietta,  um medo que nunca senti durante  toda a minha vida.

— Cory,  eu também me importo com você e também tenho medo.  Não posso fazer com que simplesmente dê as costas para o Conselho por minha causa. 

Cory se aproximou ainda mais de mim e isso me deixou extremamente nervosa.

— Eu quero que o Conselho se dane Julietta!

Eu levantei nervosa e  ele me puxou contra ele, olhou em meus e começou a falar segurando firme meus ombros e minha cintura.

— Julietta eu perdi a minha paz,  eu perdi fome,  concentração,  eu não consigo ficar dentro da minha própria casa.  Eu preciso saber se sua interação  durante minha invasão nos seus sonhos foi real ou se eu estou nessa sozinho? Sua preocupação comigo,  sua vontade de me ter por perto foi apenas uma vontade durante o seu sonho ou na vida real isso também acontece?

— Isso também acontece na vida real Cory,  eu perco toda a estrutura emocional quando me aproximo de você.  Não é por causa do sonho! — Respondi olhando para Cory.

— Então não estou sozinho caminhando em uma direção oposta? Você também sente algo por mim?

— Não sei exatamente o que você sente,  mas eu acho que amo você Cory Waite!

Eu finalizei a frase e Cory me puxou contra seu corpo e me beijou intensamente.  Coloquei minhas mãos em seu rosto e percebi que lágrimas escorriam em seu rosto.  Cory  parou de me beijar e respondeu:

— Eu te amo Julietta! Desde que invadi seus sonhos pela primeira vez,  desde que conheci seu jeito desajeitado e doce,  desde que nos encontramos em seus sonhos falando sobre tudo, eu te amo.  Eu te amo nos teus sonhos e na realidade.  Eu quero correr todos os riscos por você pois eu não posso viver em um mundo que você não existe!