Capítulo XIII

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O baile passou e foi um completo fiasco, seria irônico se não tivesse sido tão trágico. Não era nem 23h da noite e Sooyoung já estava totalmente bêbada, caindo pelos cantos e reclamando que seu par havia dado um bolo nela. Yeri passou a noite inteira ao lado da amiga e se desculpando com Saeron, seu par, por estar tendo que presenciar aquela cena deprimente.

E como Sooyoung não era amiga apenas de Yeri, a mais nova obrigou Seulgi a levá-la pra casa, e Irene, óbvio foi junto. Yeri já tinha feito a parte dela, então foi embora, ou pra casa de Saeron, Seulgi não sabia e também não se importava.

- Eu não acredito que até a Seulgi tem alguém e eu não, tipo, é a Seulgi. - Sooyoung choramingava agarrada no braço de Irene, as três estavam no banco de trás do táxi. Seulgi não disse nada, apenas olhou para Irene e fez sinal para que a mais velha simplesmente ignorasse a Park.

- O que foi que você viu nela? - Com a falta de resposta a garota bêbada levantou a cabeça, que estava apoiada no ombro de Irene, e a olhou curiosa.

- Você sabe que eu tô atrás de você, né? - E foi Seulgi quem respondeu, não acreditava que estava ouvindo sua amiga dizer um absurdo daqueles.

- Segunda a gente junta nós três e da uns chutes nesse babaca. - Irene acariciava a cabeça da garota e estendia mais uma vez a garrafa que tinha em mãos para Sooyoung. - Agora termina sua água.

Demorou mais alguns minutos e, para a infelicidade das duas menores, Sooyoung dormiu, então na hora de sair do táxi se ligaram que teriam que carregar a Park.

- Hey, acorda Garibaldo, eu não te aguento não, pode acordar. - Seulgi dava tapinhas no rosto da amiga.

- Ela não vai acordar Seulgi, me ajuda a levantar ela. - Irene já estava em pé, na porta do carro, tentando levantar Sooyoung.

- Não acredito! Ela é duas vezes maior que você, tu vai cair. - Seulgi, ao invés de ajudar, só ria da dificuldade alheia.

- Bora Seulgi, eu não tenho todo tempo do mundo pra esperar a princesa acordar não. - Irene não estava com paciência. Sua noite estava arruinada, tinha que cuidar de uma bêbada que estava dormindo em um táxi e ainda por cima perdeu a chance de se declarar para Seulgi. Tudo que ela mais queria fazer era gritar um pouco e extravasar sua raiva.

- Desculpa. - Seulgi tirou o sorrisinho da cara e ajudou a Bae a levantar a amiga.

- Você acha que vai dar problema com os pais dela? - Irene perguntou caminhando com dificuldade até a porta da garota.

Seulgi tentava achar as chaves na bolsa da Park.

- Os pais dela confiavam em mim, agora eles com certeza vão me odiar. - Disse a Kang.

- Eu sinto muito por isso. - Irene deu uma risada antes da resposta verbal.

Deixaram a Park em seu quarto e sairam da casa. Nenhuma das duas pediu para o táxi esperar e, após ser pago, o motorista foi embora. Então eram quase uma da manhã e elas teriam que ir pra casa sozinhas e a pé.

- Desculpa por isso, se eu não tivesse te chamado pra esse baile idiota, isso não teria acontecido.

Irene estava indignada. Não era aquilo que ela tinha planejado para aquela noite. Na cabeça de Irene ela iria se declarar para Seulgi e na melhor das hipóteses, elas teriam uma ótima noite e a Bae voltaria pra casa sorridente. Não era o que acontecia agora, Irene estava com frio, cansada e com raiva de si mesmo por ter achado que aquela noite daria certo.

- Não se desculpe por isso, eu que tenho que pedir desculpas por te arrastar comigo e agora estar fazendo você ir pra casa a pé. Não era bem o que eu tinha em mente. - Seulgi sussurrou a última parte, mas não foi baixo o suficiente, Irene conseguiu escutar. E aquilo chamou a atenção da Bae.

- E o que você tinha em mente pra essa noite? - Irene parou sua caminhada e olhava Seulgi em busca de respostas.

- Ah, é que era um baile né? Eu planejava, no mínimo conseguir dançar com você. - Seulgi estava envergonhada demais para encarar a Bae, então coçou a nuca olhando para o lado oposto.

Irene sorriu, de uma forma muito idiota diga-se de passagem, o sorriso permanecia em seu rosto mesmo que ela se esforçasse para desfazer ele.

- Você queria dançar comigo? - Perguntou.

Seulgi apenas acenou positivamente.

O celular das duas estava descarregado aquela altura, mas Irene de jeito nenhum iria deixar aquela oportunidade passar.

Se aproximou de Seulgi. - Que tipo de música você queria dançar comigo?

Seulgi não entendia onde a menor queria chegar, mas teve uma idéia quando sentiu a Bae tocar suas mãos e as colocarem em sua cintura. - Mas a gente tá no meio da rua. - Disse espantada com a atitude da garota.

- Ninguém se importa, Seulgi. - Irene deixou as mãos da Kang em sua cintura e contornou o pescoço da maior com as suas mãos. - Eu quero dançar com você.

Seulgi sorriu, sentiu seu coração acelerar mais uma vez, Irene estava muito perto. Seulgi trouxe a garota um pouco mais pra perto e começou a se movimentar ali mesmo onde estavam. Seulgi cantarolava uma música que Irene não tinha certeza de qual era, mas era tão doce.

Naquele momento toda a raiva de ter desperdiçado sua noite e não ter dito como se sentia para Seulgi foram embora, Irene não poderia dizer com palavras o que estava sentindo agora, mas era algo bom, tão bom que ela se deixou se aproximar um pouco mais de seulgi, não só isso, Irene também movimentava suas mãos um pouco mais pra cima, chegando até a nuca de Seulgi.

A Kang parou de cantarolar, ela não conseguia nem raciocinar mais, sentir as mãos de Irene em sua nuca lhe causou uma pane no sistema, as duas mantinham o contato visual, e o ritmo da dança ia ficando cada vez mais lento.

Seulgi não percebeu, mas suas mãos apertavam a cintura de Irene, e assim que percebeu que agora a menor descia o olhar lentamente para seus lábios, Seulgi os umedeceu, antes de respirar fundo. Aquilo era demais para a pobre Bae, que agora se inclinava lentamente para a frente, cessando a distância entre elas e inciando o beijo que queria.

Seulgi não tinha reação, ela não acreditava que aquilo estava acontecendo, então literalmente não se mexeu. Não fechou os olhos, não retribuiu o beijo, não fez nada. Então Irene se sentiu uma idiota, percebendo que não estava sendo retribuída ela se afastou de Seulgi, sem olhar seus olhos porém, Irene estava com vergonha demais, tinha acabado de tentar beijar uma garota que claramente não queria ser beijada por ela, pior que aquilo era impossível, Irene queria que um carro passasse naquele momento e a atropelasse.

Mas Seulgi não tinha feito aquilo por mal, ela estava e choque, então percebendo que a outra estava desconfortável e que aquilo realmente tinha acontecido Seulgi teve um choque de realidade. Voltou suas mãos onde estavam anteriormente e puxou Irene para mais perto iniciando outro beijo, melhor, sem muita pressa, mas também não era calmo demais. Irene também pôs suas mãos onde estavam anteriormente, e Seulgi sentiu um arrepio percorrer seu corpo, não é como se Irene não tivesse acabado de por a mão ali, mas foi um toque diferente, a menor enterrou a mão entre seus cabelos e aquilo foi golpe baixo para a Kang, que aprofundou o beijo pedindo passagem com sua língua, que foi concedida imediatamente.

A falta de ar começou a se fazer presente e, mesmo contra a vontade das duas, tiveram que se separar. Irene sorriu pra si completamente satisfeita, e vendo o sorriso da menor Seulgi sorriu também, puxando Irene agora pela nuca, iniciando mais um beijo, um pouco menos calmo do que o primeiro.

Não se importariam se alguém as vissem naquele momento, mas esperava que fosse tarde o suficiente para todos estarem dormindo, não queriam que nenhuma mente perturbada acabasse com aquele momento que era só delas.

Irene não ligaria se ficassem ali a noite inteira só fazendo o que estavam, Seulgi também não poderia ligar menos.

I'll Protect You - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora