Capítulo quarenta

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Já era Sexta-feira e os alunos do terceiro ano saíam do laboratório após a aula de Biologia e voltavam para a sala para o próximo tempo que seria de Italiano.

— Cameron! Aí está você! – a voz do homem fez o corpo de Cameron estremecer e ele parou no meio do saguão, colocando as mãos nos bolsos de sua calça.

— O que faz aqui papai? – indagou enquanto Francesco se aproximava com seus seguranças.

— Vim te trazer pessoalmente os convites da sua festa. A Ludovica foi pegar ontem e eu decidi onde será. – fez um sinal com a mão para que um dos seguranças entregasse para Cameron o pacote dos convites. — Será no nosso hotel e os seus irmãos já estão hospedados lá. Farei um jantar hoje lá e quero que você vá para ver o espaço.

— Pai, eu não posso ir... Hoje é o show de talentos e eu disse a Mia que a veria se apresentar. – cruzou os braços e desviou o olhar.

Cameron sabia que sempre dava desculpas para não ficar entre família, mas não era porque ele não gostava dos seus irmãos — na verdade ele os amava. Era mais pelo fato dele evitar passar o tempo com o seu pai. Apesar de não intervirem em nada, seus irmãos sabiam do real sonho do caçula e aquilo não mudava nada na relação deles, porém se Francesco descobrisse, tudo mudaria.

— Cam... O seu nariz está machucado? – Francesco virou o rosto do filho para si, podendo ter uma visão melhor do nariz roxo do garoto e o olho direito vermelho.

— Bom, é o que dizem, né. – riu fraco. — Melhor um nariz quebrado do que um coração partido. – sorriu, mas, ao ver a cara nada satisfeita de seu pai, logo o desfez.

— Você sabe que temos regras. E uma delas é que os De Luca nunca ganham um nariz quebrado, muito menos um coração partido. – pegou do bolso de sua calça sua caixa de cigarros e seu isqueiro, não demorando para acender um maço.

— Ontem eu saí com uns amigos e acabei bebendo demais. Um idiota acabou derrubando bebida em mim, eu me estressei e acabei batendo nele. Ele acertou meu olho e nariz e eu acertei o olho dele e a boca. – o loiro olhou para o chão e sentiu a fumaça do cigarro vir em sua direção.

— Pelo menos você não foi o único que apanhou. Isso já é um grande começo. – deu de ombros. — Enfim, vá se trocar para irmos ao hotel. Se quiser chegar na hora da sua festinha boba, é melhor não demorar. – Cameron o encarou surpreso, porém Francesco nada mais disse, apenas fez um sinal para os seguranças e eles deram passagem para que ele passasse.

O garoto olhou em direção à porta de sua sala e viu que Lucca o olhava enquanto Chiara falava algo com ele. Lucca mexeu os ombros, como se perguntasse o que tinha acontecido, porém Cameron apenas negou com a cabeça, dando a entender que também não tinha entendido muito, e subiu para o seu dormitório. Assim que ele subiu, o professor de Italiano chegou e todos começaram a entrar.

— Chiara, o Fred pediu para avisar que você tem uma ligação na recepção. – colocou a mão na frente da porta, impedindo que a garota entrasse. Chiara olhou confusa para Lucca que havia entrado e ainda segurava a sua mão e tornou a olhar para o professor.

— Tudo bem, eu... Vou lá ver o que é. – soltou a mão de seu namorado e ele apenas fez um coração com os dedos antes dela ir até a recepção.

Assim que chegou à recepção, Chiara pegou o telefone que já estava fora do gancho e, ao atender e escutar a voz do seu pai, ela teve um pressentimento ruim.

— Pai, a mamãe está bem? Aconteceu algo? – começou a enrolar o fio do telefone em seus dedos e seu coração começou a bater de forma descompassada.

— Nada demais, minha filha. A sua mãe não queria avisar, mas eu queria que você soubesse que ela vai ficar internada essa semana.

— Como é? – a voz de Chiara embargou.

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