Capítulo cinquenta e quatro

213 16 55
                                    

Cameron estava um misto de ansiedade e nervosismo. É claro que o que ele mais queria era a volta de Francesco, porém ele tinha medo de como seriam as coisas agora que ele estava de volta, e o garoto sabia que a situação só pioraria.

Quando o carro parou, Cameron sentiu seu estômago embrulhar. Ao abrir a porta, abaixou a cabeça e esperou para ver se, ao menos, golfava. Ludovica saiu e esperou que o loiro ficasse bem para poderem seguir seu caminho. Ela não queria que ele passasse por aquilo, mas não tinha escapatória.

— Vamos Cam? ‒ chamou sua atenção que a encarou com os olhos vermelhos e as veias de seu rosto saltadas. De Luca saiu do carro meio cambaleante e segurou a destra que Ludo havia estendido para ele.

Os seguranças formaram uma enorme muralha em volta dos dois que seguiam para a porta de entrada da mansão. Ludovica segurava firmemente nas mãos de Cameron e ele as apertava de volta enquanto respirava pesado. Francesco estava na sala, sentado em uma poltrona e bebendo um café gelado.

— Francesco? Chegamos. ‒ a mulher chamou a atenção do mais velho que, ao olhar em sua direção, colocou sua xícara na pequena mesa de centro que havia à sua frente e se levantou. Dessa vez, como de costume, o velho não usava terno; e sim, uma camisa verde-escuro polo da Burberry, um short bege e um tênis ‒ que ele costumava usar para jogar golfe ‒ branco.

— Finalmente! ‒ sorriu e Cameron estranhou aquilo. Seu pai estava tão calmo, como se não tivesse passando por nenhuma dificuldade. Como se não tivesse feito a vida de sua família virar de cabeça pra baixo da noite para o dia. — Trouxe presentes para vocês. ‒ apontou para o sofá, onde haviam várias sacolas e caixas de sapatos.

— Você... Comprou dois Christian Louboutin pra mim? ‒ Ludovica riu fraco, porém ela não parecia feliz com aqueles presentes, e tampouco Cameron.

— Bom, eu vi que os paparazzis e jornalistas não te deixavam em paz. Agora, pelo menos, você pode desfilar com saltos novos quando eles forem te encher o saco. ‒ riu. — E, filho, eu vi que precisava de um relógio novo então comprei um Rolex pra você. Foi um pouco difícil meu assistente comprar sem que soubessem quem ele era na loja e a mídia descobrisse, mas aquela loja tem uma ótimo compromisso com o sigilo do cliente.

— Eu não acredito nisso. ‒ Cameron cruzou os braços, balançando a cabeça negativamente, assim que soltou uma risada sem humor. — O senhor passou dois meses escondido jogando golfe e fazendo compras enquanto nós ficamos preocupados com o que podia te acontecer, sofrendo com a pressão da mídia e da assembleia, e tentando resolver as coisas para que você voltasse?

— Cam, deixa de ser dramático. ‒ Francesco franziu o cenho. — Essa não é a primeira vez que isso me acontece. Daqui a pouco uma nova notícia surge e eles esquecem esse assunto, é normal. ‒ deu de ombros.

É normal? É normal? Não, isso não é normal! ‒ o loiro exclamou num tom de ódio e indignação.

— Quando você estiver no meu lugar vai entender o que estou dizendo. Tudo o que eu faço é pra ver essa família bem, sem ter do que reclamar. Se vocês sempre tiveram do bom e do melhor foi porque eu investi nisso e, aliás, que mal tem tirar um pouco do que deve para si mesmo? Todos fazem isso. ‒ riu fraco.

— Francesco, isso não é justo com as outras pessoas. ‒ Ludovica se aproximou mais de Cameron e colocou as mãos em seus ombros, na intenção de acalmá-lo.

— A vida não é justa, meu amor. ‒ riu com escárnio. — É a terceira vez que eu passo por essa situação, logo o povo esquece. A primeira vez eu me casei com a Violetta e depois você nasceu. As pessoas gostam de notícias novas. Uma nova, todos esquecem essas minhas histórias e meus advogados finalizam o resto.

EliteOnde histórias criam vida. Descubra agora