Capítulo dez

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— Mia! Olha o que eu acabei de fazer na sala de artes. – Ivy sentou-se ao lado da loira que assistia TV.

Mia olhou para sua melhor amiga, mas logo olhou para o papel que ela segurava. Ao ver o que era, rapidamente ela voltou a olhar para Ivy.

— Eu não acredito que você fez isso Ivy. – negou com a cabeça. — Quantos anos você tem, hein?

Era um papel com diversos corações coloridos com linhas decorativas e brilho onde, no centro de tudo, havia o nome de Dylan escrito em uma letra excursiva bem caprichada.

— Desculpa é que eu não consigo parar de pensar nele e tive que fazer algo pra passar o tempo. – Ivy abriu um enorme sorriso. — É tão bom você saber que eu gosto dele, Mia. Seria uma tortura não poder falar com você sobre, você é minha melhor amiga e sempre está aqui por mim.

Naquela hora Mia forçou um sorriso e olhou para suas mãos que estavam no sofá, ao lado de sua perna direita que estava dobrada no mesmo. Ao contrário de sua melhor amiga, Mia não tinha tirado o peso de suas costas, muito longe disso. Ela estava lutando contra os seus sentimentos e não podia contar a ninguém sobre; ela estava chateada mas não podia demonstrar seus verdadeiros sentimentos.

— De qualquer forma, eu acho que você está exagerando um pouco amiga. – Mia passou sua destra em seu cabelo, que estava preso em um rabo de cavalo. — Em vez de ficar escrevendo o nome desse menino por aí, você deveria focar em outras coisas. Por que não vai tomar um sol com a Ash? Vitamina D faz bem pra pele.

— Eu não quero ficar com a Ash. Ela deve estar paquerando todos lá e eu me sinto desconfortável com isso. – Ivy colocou seu braço nas costas do sofá e apoiou sua cabeça ali mesmo.

— Ai amiga... – Mia ia falar algo mas, antes que pudesse, alguém entrou na sala da TV chamando-a.

Ao olhar para trás, seu coração parou e todas as palavras que podiam sair de sua boca naquele exato momento escaparam de sua mente. Suas mãos suaram frio e ela estava tão nervosa que nem percebeu que Ivy havia puxado o papel de suas mãos e o colocado entre seus cadernos para que Dylan não visse.

— Dylan! Oi! – Ivy levantou-se rapidamente para cumprimentar o garoto que ficou confuso com tal ato vindo dela.

— Er... Oi. Ivy. – fez uma careta ao rir. 

Mia não conseguia falar nada. Só conseguia reparar o quão bonito o menino estava; ela já o achava bonito com apenas seu uniforme mas, agora, usando sua roupa casual, Mia o achava mais lindo ainda — mesmo que suas roupas fossem apenas um moletom preto e uma calça jeans rasgada em seus joelhos.

— Mia... Será que podemos começar agora o trabalho que a Antonella passou? – mexeu o caderno que estava em sua mão e Mia balançou a cabeça, saindo de seus devaneios.

— É... Podemos sim. Quanto mais cedo fizermos, mais rápido acabamos com isso, né? – a loira riu sem graça enquanto pegava seus cadernos que estavam em cima da mesinha de centro.

— Eu... Vou deixar vocês a sós então. Depois nos falamos melhor Mia. – Ivy sorriu e saiu correndo dali.

Mia passou a mão em seu cabelo e olhou-se pelo reflexo da TV que agora estava desligada. Ela ainda não havia retirado seu uniforme; ainda usava sua blusa social amarrada como um cropped e sua saia azul com seus suspensórios. 

— Então... Vai querer fazer aqui mesmo ou vamos para a sala de estudos? – Dylan chamou sua atenção, encarando-a de cima em baixo.

Mesmo que Mia ainda usasse seu uniforme e que Dylan só a tivesse visto daquele jeito desde que entrara naquela escola — tirando a primeira vez que a viu de roupão toda molhada e na ida a boate —, para ele, a cada dia que passava ele a achava mais linda. Era difícil para o menino admitir aquilo, mas sentia sim algo a mais por aquela loira e era tudo o que ele não queria sentir desde o começo em que pisara naquele colégio. Ter sentimentos por alguém dali era como se auto torturar.

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