Capítulo 36

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POV Luana

— Tô com fome! — Falo abrindo a geladeira e olhando para o relógio na parede, já eram 8h30

— Come alguma coisa aí — Diana fala

— Eu abusei tudo daqui, pensei em sair pra comer — Ela me olha — não é como se alguém fosse me sequestrar de novo

— Você não vai! esqueceu que estamos fugindo?

— correção, você está fugindo

— Tanto faz! come um biscoito aí e não enche meu saco

— O café é aqui perto, não vai te matar se me deixar ir lá só uma vez.

— Tá — Ela revira os olhos — mas eu vou com você — eu tento disfarçar minha alegria por ela ter feito exatamente o que eu queria.

Eram nove horas e estávamos sentadas em uma mesa do café, o movimento era pouco e segundo Scott, a garçonete sabia de toda a situação pois nos direcionou para uma mesa estratégica onde Diana não podia ver quem chegava e nem quem ouvia sua conversa.

— O que vão querer ? — A Garçonete fala me entregando um cardápio e outro para Diana.

— Um café com leite e rosquinhas — Diana fala devolvendo o cardápio

— O que você sugere? — Eu não sabia se eles já tinham chegado então tentei ganhar tempo

— O capuccino de chocolate com castanha é o melhor da casa — Ela fala apontando para o cardápio e eu podia ver um bilhete preso no lanche que ela citou, lá dizia que eles já tinham chegado mas eu precisava arrancar alguma confissão dela.

— Eu vou querer o capuccino e uma torta de limão — Falo entregando o cardápio e a pisca, eram os pratos mais demorados e se não fossem, hoje seriam.

— Espero que não demore muito, esse lugar é péssimo — Diana fala

— A gente pode conversar enquanto isso, criar uma conexão mãe e filha — Ela ri

— Isso nunca vai acontecer

— Por que me odeia tanto? você mesma me adotou

— Eu só fiz isso pra não perder o dinheiro do meu marido na época.

— Adotar uma criança com esse objetivo é bem egoísta

— Acha que eu ligo pra lição de moral?

— De qual orfanato eu vim?

— Nenhum, peguei você direto do hospital

— Pegou? você me roubou?

— Roubar não, eu paguei por isso, é diferente!

— Espera então — Eu fico em choque

— Eu paguei por você, é isso mesmo. E de nada adiantou, meu marido me traiu do mesmo jeito e hoje sou divorciada.

— Como você fala algo nesse nível com tanta naturalidade?

— Achei que quisesse criar uma conexão

— De quem você me tomou?

— De uma pobre coitada que acha que a filha morreu, eu não tenho detalhes. Drummond que fez todo esse processo.
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— Você eu doente — Falo levantando e ela segura meu braço se levantando também.

— Você não queria a verdade? eu falei, agora seja uma boa garota e senta na porra dessa mesa antes que as pessoas começem a desconfiar.

— Diana Andrade? — um cara fala segurando seu braço, Diana se vira e o olha de cima a baixo.

— E você é? — Ela fala

— A senhora está presa! — O policial a algema e ela me lança um olhar mortal

— Deve haver algum engano — Ela fala sendo conduzida para a viatura

— Temos provas dos seus crimes e uma confissão, não existe nenhum engano aqui — Ele a coloca na viatura e fecha a porta vindo na minha direção — Vamos levá-la para sua cidade onde todo o processo está acontecendo, você está livre agora! futuramente iremos precisar do depoimento de todos os envolvidos.

— Obrigada! — Falo, ele acena e sai.

— Ei! — Daniel aparece eu o abraço — Sinto muito!

— Tá tudo bem — Falo — Se não fosse por vocês eu estaria indo pro México amanhã

— Tudo pela minha irmãzinha — Ele fala me abraçando de lado — Eu preciso te contar uma coisa

— O que? — Eu o olho, quando ele ia falar Scott aparece segurando três copos de café

— Achei que fossem querer comemorar, café era a única coisa acessível no momento — Ele fala nos entregando o copo e eu sorrio — O que?

— Nada — Eu ainda tinha o sorriso no rosto e me aproximo dele — Senti sua falta — Ele sorri

— Eu também — Ele segura meu rosto fazendo carinho na minha bochecha — afinal, estou te devendo uma maratona de friends

— E 20 dólares — Ele me beija — Eu adoro isso mas ainda quero os 20 dólares — Ele sorri e me beija novamente.

— Vocês sabem que tem mais alguém aqui, né? — Daniel fala e paramos de nos beijar

— Eu tive que presenciar você e a Candice sendo o casal feliz todo esse tempo enquanto minha namorada tava longe, você me deve! — Scott fala

— Então continuem no avião, precisamos ir!

Pegamos minhas coisas na casa e fomos para o aeroporto, Daniel estava de um lado e Scott de outro. Daniel olhava pra janela enquanto Scott dormia ouvindo música, eu olhava uma revista antiga pra passar o tempo.

— Eu não sei se aqui é o melhor lugar mas a gente precisa conversar — Daniel fala e eu paro de ler a vistar para o olhar. — A Marie tá viva

— Impossível! — falo chocada

— Eu falei com ela, ela é a tia da Candice.

— mas que — eu não conseguia encontrar as palavras certas — E ela te reconheceu? ela lembra de mim? Por que ela nunca nos procurou então? Deus isso é tão confuso!

— Você vai ter tempo de conversar com ela, eu só falei logo porque achei que precisava saber — Ele segura minha mão — e eu aprendi minha lição, nunca esconder nada de você — Eu dou um sorriso

— Falando em esconder algo — Eu falo sorrindo e ele revira os olhos sabendo o que eu iria falar — Acho que nós dois temos um assunto pendente, mais uma amiga minha pra lista, não é? — Ele sorri

— Dessa vez é diferente

— E por que?

— Porque a gente se gosta de verdade e é algo sério

— Namorados então?

— Podemos chamar disso — Ele ri — Tudo bem por você? não que você tenha algum direito de opinar já que namora meu melhor amigo, mas, tudo certo?

— Eu já falei que não dou opinião sobre sua vida amorosa

— Eu sei, mas deveria, sua opinião é importante assim como eu sei que a minha importa pra você.

— Candice é uma ótima pessoa e vocês ficam bem juntos — Ele sorri — Você é meu irmão, só quero que seja feliz!

— Que bom que ainda me considera assim

— Somos uma família não importa o que aconteça, não é? — falo lembrando da promessa que fizemos um tempo atrás e ele confirma.




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