Capítulo 14

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Pov Luana

- Se você não ficar quieto vai doer ainda mais - Falo tentando passar o algodão nos ferimentos de Scott.

- Não me falou que isso queimava tanto - Ele fala segurando minha mão e tentando afastar o rosto.

- Se eu falasse você estaria aqui? - Ele nega - Então fica quieto.

- Até que não é tão ruim.

- Você que é muito dramático

- Mas é só porque é você que tá fazendo, eu tenho certeza que se fosse outra pessoa estaria doendo.

- Não é pra tanto - Falo com um pouco de vergonha - Vai me contar quem te bateu?

- Já te contei.

- Não, me contou a versão que você queria que eu acreditasse. Agora eu quero a verdade.

- Eu não consigo mentir pra você, impressionante!

- É recíproco. Agora conta!

- Theo e Oliver

- E por que?

- Eles estavam falando coisas sobre você enquanto eu e Daniel ouvíamos, Daniel quis bater nele mas ele o ameaçou com a perda da vaga no time mas eu não tinha anda perder então dei um soco nele.

- E ele se vingou.

- Exatamente

- E quem era a terceira pessoa?

- Como sabe que tem uma terceira pessoa?

- Eu lembro do Daniel falando que sabia lutar, pra ter ferimentos nesse nível é preciso duas pessoas te segurando enquanto a outra bate. - Falo parando de passar o algodão

- Uau!

- Você tá com medo de mencionar a outra pessoa, por que?

- Porque isso vai te afetar

- Foi o Cameron, aquele desgraçado! Eu sabia que ele tinha ciúmes de você mas ele passou dos limites

- Não importa agora, é passado.

- Desculpa.

- Você não precisa se desculpar, não tem culpa.

- Mas eu me sinto culpada, muito!

- Não se sinta! eu faria de novo e quantas vezes forem necessárias.

- Gosta tanto assim de apanhar? - Eu falo voltando a passar o algodão e ele ri fazendo uma careta - Dói?

- Um pouco mas consigo suportar - Ele fala de olhos fechados - Acho que aqui também precisa de remédio - Ele fala apontando para o canto de sua boca.

- Aqui? - eu chego mais perto o encarando - Aqui é mais sensível então pode ser que doa mais - Falo passando o algodão e ele se contorce um pouco abrindo o olho e me encarando. - Eu avisei - Falo ainda o encarando e com o coração um pouco acelerado.

- Eu aguento - Ele fala sem tirar os olhos de mim e eu continuo

- Você não saiu sozinho com a intenção de brigar, não é?

- Eu ia visitar meu pai

- Ele finalmente te aceitou lá?

- Não mas eu preciso de respostas , se fosse um caso simples ele já estaria respondendo em liberdade.

- Sinto muito - Falo me afastando e indo até a cozinha.

- Mas e você? eu não acredito que seu estado hoje mais cedo era só estresse. - Ele fala me seguindo.

- Eu tô bem!

- Não precisa mentir pra mim, Luana. Eu sei que aconteceu alguma coisa, e isso tá rodando até agora na sua cabeça.

- Eu só não quero falar sobre isso, mas eu tô bem.

- Se você diz.

- O que aconteceu com sua cara? - Daniel pergunta entrando na cozinha.

- Seu amigo resolveu ser lutador - Falo e ele ri

- Mas ele ganhou ou perdeu? porque ele não tá com cara de quem ganhou.

- Eu acredito que ele deve pelo menos ter deixado o outro cara arranhado.

- Talvez quebrou uma unha dele, ele deve tá chorando até agora.

- Vocês sabem que eu tô ouvindo, né? - Scott fala enquanto a gente ri. - Você parecia bem mais preocupada antes - Ele fala olhando pra mim

- É mas agora você tá bem, sinto que posso te zoar sem me sentir culpada. - Ele joga um papel toalha em mim e eu seguro - Justo! - falo e ele ri.

Depois de um tempo assistindo filme, eu resolvo subir e dormir e quando entro no meu quarto minha mãe estava pegando algumas das minhas roupas e colocando em uma mala.

- O que tá fazendo? Como entrou aqui sem ninguém perceber? - Falo entrando no quarto.

- Eu não tenho tempo pra explicações, você precisa vir comigo.

- Assim do nada?

- É um assunto importante que pode ser discutido no avião.

- E o Daniel?

- Ele não vai com a gente, por causa do time.

- E eu posso deixar a escola fácil assim?

- Não se faça de difícil, Luana. Não é isso que você sempre quis? passar um tempo comigo.

- É mas você tá estranha, o fim de semestre tá chegando e eu não posso simplesmente largar tudo.

- Não torne as coisas mais complicadas do que já estão.

- Eu não tô complicando nada, você que tá agindo igual uma fugitiva. Eu não vou pra lugar nenhum, tá acostumada a fazer viagens sozinha eu tenho certeza que você aguenta essa também.

- Obedeça sua mãe.

- Agora você quer dar uma de mãe, é sério?

- Filha, eu tô tentando resolver as coisas.

- Então me explica o que tá acontecendo.

- Eu não posso

- Então eu não vou, já pensou na alternativa de não viajar e ficar com seus filhos?

- Isso está fora de questão. Se você não quer ir tudo bem, não vou te obrigar.

- Então solta minhas coisas - Falo e assim ela faz indo em direção a porta - Ainda não entendo porque não pode ficar aqui, a gente se importa com você embora não queria.

- Nós duas sabemos que isso não é verdade, eu fiz da sua vida um inferno.

- É, passar 17 anos sendo ignorada realmente doeu mas você é minha mãe e eu não sou capaz de te odiar.

- Não me ame, criança. Eu nunca vou ser a mãe que você deseja e honestamente eu nem quero.

- Como assim?

- você foi uma tentativa falha de salvar meu casamento mas de nada adiantou.

- Então você se arrepende?

- Todo santo dia, eu não consigo te admirar e amar como gostaria.

- Sai do meu quarto

- Achei que quisesse a verdade.

- Só vai, por favor! - E assim ela faz.









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