Pov Luana
Quando ela sai do meu quarto e desço para a cozinha e por sorte não tinha ninguém, eu procuro uma garrafa de whisky do mais forte que tinha. Coloco a garrafa em cima do balcão e começo a beber, cada dose era algo que pessoas importantes haviam me dito.
— Você nunca cria laços profundos — Tomo um gole lembrando do que Bianca havia me dito — Talvez seja por isso que eu to sempre sozinha — Digo pra mim mesma.
" Não posso te amar como você deseja" " Egoísta " " inútil" " Sem talento" era muito tempo ouvindo isso e fingindo que não ligava, carregando o fardo de estar bem o tempo todo.
eu já havia secado uma garrafa e estava na metade de outra, eu olho para meu reflexo no armário e solto uma risada— Você é a pessoa mais superficial e fraca que eu já conheci — Falo me aproximando do reflexo e encarando — Nunca vai ser boa em nada porque não passa de uma garotinha assustada — Eu começo a rir — Você acha mesmo que alguém vai ser capaz de ter amar? nem sua mãe te quer por perto.
Eu paro e olho para a garrafa vazia em cima do balcão, eu a jogo no chão e grito fazendo o mesmo com a segunda garrafa.
— Que porra é essa? — Daniel aparece assustado — Luana, o que você fez?
— O que eu sempre faço, estraguei tudo! — Falo rindo
— Você precisa dormir, vem! — Ele fala estendendo a mão
— Para! para de fingir que você se importa, ninguém se importa. mas tudo bem, eu sou a superficial e egoísta, eu mereço tudo que aconteceu comigo.
— Você não tem ideia do que tá falando e eu vou deixar passar porque você tá bêbada.
— Eu... eu — tento falar mas parece que o ar estava diminuindo cada vez mais e minhas lágrimas aumentando — Só quero que tudo pare! eu não aguento mais — Falo colocando as mãos no meu cabelo e ofegante.
— Ei! olha pra mim! — Ele fala chegando perto e segurando meus ombros.
— Não! — Eu tiro brutalmente seus braços de mim e pareceria que estava sufocando cada vez mais, o coração acelerava e batia descompassado, eu andava de um lado pro outro e Daniel chegou perto de mim novamente e mesmo eu tentando me soltar de seus braços ele me abraçou forte e começou a passar a mão em meus cabelos — Faz parar, por favor! — Falo chorando e ele da um beijo em minha no topo da minha cabeça.
— Eu tô aqui, sempre estive e sempre vou estar! — Ele fala e aos poucos vou recuperando o fôlego, eu me solto de seus braços e sento no chão da cozinha encarando os cacos — Você sabe que pode me contar tudo — ele fala se sentando ao meu lado. — E eu não digo em só o que aconteceu mas em como você se sente quando acontece
—Eu não sei se estou sóbria o suficiente pra essa conversa
— Quando estiver pronta.
— É só que — Eu engulo seco antes de continuar — sabe a sensação de se sentir insuficiente? onde nada que você faz vai ter valor? — Eu encosto minha cabeça na parede encarando o teto — Eu passei minha vida inteira buscando a aprovação deles e nunca consegui.
— Mas isso não é sua culpa.
— Talvez a Bianca tenha razão, eu sou incapaz de manter relações profundas com as pessoas. — solto uma risada irônica — Eu não consegui uma boa relação nem com os meus pais, por que eu achei que conseguiria uma amiga e um namorado?
— E quanto a mim? Scott? nossa relação é superficial?
— Não da minha parte, mas se todos em algum momento vão embora então talvez o problema seja eu.
— Se ela somem tem mais a ver com elas do que com você.
— Eu só queria por um momento deixar de me sentir insuficiente e inútil, passar um mísero segundo sem ter medo de me abrir com as pessoas e — eu suspiro — saber se a vida realmente vale a pena, e se vale, o que eu tô fazendo de errado pra não conseguir enxergar? — Ele me puxa para mais perto e eu apoio minha cabeça em seu ombro.
— Eu sinto muito que se sinta assim, e eu não sei se vai adiantar muito ou se você vai lembrar disso amanhã, mas você é a pessoa mais importante na minha vida e eu tô com você até o fim.
— Promete que não importa o que aconteça, nós dois sempre seremos uma família? — Falo lembrando que ele já havia me pedido a mesma coisa
— É claro! — Ele fala e então o silêncio toma conta do ambiente, eu apenas encarava o chão e ele fazia carinho na minha cabeça. — Eu tô louco pra te ver de ressaca amanhã — Ele fala dando risada.
— Eu destruí o seu estoque de bebida — Falo rindo também.
— Não tinha uma bebida mais barata pra você acabar? justo o whisky.
— Eu só peguei a primeira que eu vi, anota pra mim o que exatamente eu fiz pra eu saber de que eu vou precisar me defender amanhã.
— Claro!
— Eu lembrei quando você derramou o vinho favorito da Marie só porque via a data e disse que estava vencido.
— Nem bêbada você deixa de relembrar os meus castigos.
— Você aprontava muito, é difícil esquecer.
— Justo! — Ele se levanta e me estende a mão — Vem, vou te colocar na cama.
— Não sou mais criança, posso ir sozinha — Falo levantando e quase caindo — mas eu vou ser educada e aceitar a oferta — ele ri e me ajuda e subir as escadas par ao meu quarto, eu deito na cama e ele me cobre. — Daniel — eu o chamo quando ele estava de saída — Obrigada! — Então ele sorri e sai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Nerd
Teen FictionO que você faria se você fosse a aluna mais zoada da escola por ser nerd?. E o que aconteceria se o capitão do time fosse apaixonado secretamente por você? . Leia e descubra o que acontecerá com Lua a nerd de 17 anos