Capítulo 23

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Pov Luana.

— Sabia! — Falo assim que chego e vejo Daniel e Candice no sofá, eles estavam vendo filme abraçado s e se levantam assustados quando percebem minha presença.

— Irmãzinha — Daniel fala me abraçando — Não deveria estar na casa do Scott?

— Eu passei a noite e a manhã lá, uma hora iria precisar voltar pra casa — Falo me soltando do abraço — Eu vou pro quarto, não quero atrapalhar vocês.

Algum tempo depois Candice aparece no meu quarto.

— Se divertiu? — Pergunto sorrindo.

— Nem começa — Ela fala sentando ao meu lado na cama — Eu vim atrás de você e você não estava.

— Não precisa me explicar, tá na cara que você tá afim do meu irmão. — Ela sorri.

— E essa cara? Não parece muito feliz pra quem acabou de chegar da casa do Scott.

— Eu tô confusa — Eu deito na cama e encaro o teto — Tivemos um desentendimento, nada muito grave mas a culpa é minha.

— E por que seria sua culpa?

— Eu acho que tô deixando ele inseguro no que eu sinto por ele.

— E por que não fosse logo a verdade?

— Eu tenho medo de estragar tudo, minhas últimas relações deram errado por minha culpa.

— Sua melhor amiga não dormiu com seu namorado? — Eu confirmo — Como isso pode ter sido sua culpa?

— Eu não dava a atenção que ele precisava e todas as minhas amizades não passaram de relações superficiais porque eu não consigo me relacionar bem com as pessoas.

— Isso não faz sentido, você não pode controlar como os outros vão reagir ao seu jeito ou dizer que isso é culpa sua.

— Bom, se todos se afastam é porque o motivo deve ser eu.

— Nem sempre, seu irmão não se afastou, Scott nunca desistiu de você e nós duas nos damos bem.

— Por enquanto.

— Precisa parar de se diminuir tanto, e não pode deixar o medo te controlar pro resto da vida.

— Talvez você tenha razão, sobre deixar o medo me controlar.

— Uma vez na vida você precisa fazer uma coisa sem pensar, agir por impulso e depois parar pra pensar.

— É!

— Só não exagera porque tem quase idade pra ser presa — Ela ri. — Você mora na cidade a muito tempo?

— Desde que nasci.

— Então você conhece praticamente tudo.

— Não tudo, eu não saio muito de casa mas sei de algumas coisas. Por que?

— O que é a Casa Edge?

— É uma clínica psiquiatra no centro da cidade, as pessoas são internadas lá em último caso.

— Como assim?

— Quando os remédios não fazem mais efeitos e a pessoa não tem mais controle sobre si mesma, os responsáveis resolvem internar nessa casa, é tudo bem rigoroso e os horários de visita são sempre controlados.

— Soa como uma prisão.

— Basicamente.

— Mas as pessoas saem dessa casa? Eles conseguem ser curados?

— Isso eu não sei responder, Por que o interesse na Casa Edge?

— Eu encontrei uma toalha com o nome desse lugar nas roupas da minha tia.

— Talvez ela trabalhou lá.

— Foi o que eu pensei mas quando eu perguntei ela ficou nervosa e desconversou.

— Ela morou com vocês por quanto tempo?

— Uns dois anos, então ela resolveu voltar pra cá.

— Não tá achando que ela foi uma paciente de lá, acha?

— Pelo que você falou ela não parece mas qual seria a outra explicação?

— A gente pode tentar descobrir.

— Acho melhor deixar quieto, é provavelmente algo que ela quer esquecer.

— Talvez algum dia ela esclareça isso.

— Eu acho que pode ter algo a ver com o filho dela

— O que aconteceu?

— Isso foi a muito tempo, Ela engravidou e o pai sumiu mesmo assim ela resolveu ter o bebê só que a criança não sobreviveu.

— Que triste.

— Minha mãe fala que ela passou meses afirmando que o menino tava vivo mas que foi roubado dela. Todos da família tentavam não tocar no assunto, alguns achavam que ela estava enlouquecendo.

— Acha que algum deles internou ela por não querer superar a morte do filho?

— É uma possibilidade.

— Mas e depois disso? ela nunca teve outro filho?

— Ela dedica todo o tempo dela com crianças nas creches mas não quis ter outro filho.

— E o pai do bebê?

— Nunca apareceu. Talvez seja melhor assim, ele não faria diferença nessa situação.

— Sinto muito que sua família passou por isso.

— Nenhuma família é perfeita.

— É! — Eu suspiro e lembro da minha que eu não faço ideia de onde possam estar mas pelo menos ligam o suficiente pra não nos deixar morrer se fome.

— Mudando de assunto, como vão os preparativos pra amanhã?

— Eu tô muito nervosa, sinto que vou travar no momento em que eu abrir a boca.

— Minha tia sempre fala que quando você estiver em uma situação de pressão é só olhar pra algo ou alguém que você se sente segura.

— Duvido que isso vá me ajudar, eu provavelmente ficaria mais nervosa ainda.

— Não custa nada tentar, ou faz isso ou imagina a platéia sem roupa, dizem que funciona.

— Eu não sei se quero ver o professor Wilson de roupa íntima — Falo rindo.

— Seria uma péssima visão — Ela ri também. — Eu sei que você vai se sair bem, seus quadros representam seus sentimentos, certo? — Eu confirmo — Então é só falar o que sente, não tem como dar errado.

—Muita coisa pode dar errado.

— Tipo?

— Eu posso tropeçar em cima dos quadros e quebrar todos, a energia pode acabar, eu posso perder a voz, alienígenas podem invadir o colégio, quer que eu continue? porque a lista é longa.

— Nada disso vai acontecer, vai dar tudo certo.






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